sábado, 15 de dezembro de 2012

Quem me chamou Jesus Cristo? O Menino Jesus existiu? (8/?)

II
Aquele que me permitiu o caminho
    Nicodemos era filho de um rico comerciante de Jerusalém cujos negócios se estendiam por todo o Império Romano da Ásia Menor, mas também pela Grécia e Roma, indo até à Pérsia, à Índia, à China, ao Tibete, tornando-se conhecedor das várias civilizações e culturas dessas regiões e dos povos com quem comerciava, não tendo, no entanto, tempo, ocupado que andava com os múltiplos negócios, de se dedicar ao estudo dessas riquíssimas e diversificadas culturas e civilizações: a grega e a romana, de um lado, a dos povos da Ásia Menor e a dos que habitavam lá mais para Oriente, do outro. Por isso, via no filho, Nicodemos, alguém que poderia de algum modo colmatar a falha nos seus conhecimentos, tornando-o simultaneamente muito mais apto para herdar o seu vasto império comercial.
    Assim, após uma boa escola rabínica em Jerusalém, onde o filho se iniciou nas primeiras letras, decidiu enviá-lo para a capital do Império, pois era lá que era ministrado não só o ensino da língua e dos clássicos latinos, desde a poesia de Ovídio, Horácio e Virgílio à história de Tito Lívio, à retórica de Cícero, às ideias mirabolantes do jovem filósofo Séneca, mas também a cultura grega com os seus poetas e dramaturgos como Sófocles, Ésquilo e Eurípedes, matemáticos como Euclides, Pitágoras e Tales de Mileto, filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, sem esquecer o eloquente orador Demóstenes, o escritor de ingénuas fábulas Esopo, o filósofo do prazer Epicuro, o historiador Xenofonte, o vetustíssimo Heródoto a quem já chamavam o pai da História, e o ainda mais vetusto Homero com as suas Ilíada e Odisseia. E nem mesmo faltavam simpósios sobre tácticas de guerra inspiradas em famosos generais e estrategas militares como os romanos Júlio César, Octávio Augusto, Marco António, e os gregos Milcíades, Temístocles, Epaminondas, levando aqui vantagem o grande macedónio Alexandre. Depois, os deuses de um e de outro império, e também os dos egípcios, persas e babilónios. Todos nomes de grandes homens e grandes deuses, cada um com as suas histórias, doutas personagens que fariam as delícias de qualquer intelecto que quisesse saborear e imbuir-se dos doutos ensinamentos que legaram aos “pobres” mortais seus vindouros.
    Muitos foram, pois, os ensinamentos que Nicodemos bebeu, muita a bagagem adquirida, muito o espírito crítico obtido nos vários anos que passou nas escolas da capital do Império, levando ao mesmo tempo vida boémia e folgada onde corria o vinho e pontuavam mulheres, alinhando nas farras e diatribes em que se envolviam os muitos amigos que tinha, pois não lhe faltava o dinheiro. O pai, tendo nele uma embevecida confiança, dava-lhe tudo quanto ele dizia necessitar para viver na grande metrópole. E não foi em vão tanta generosidade. Nicodemos, apesar de amante da boémia e do folguedo, de modo algum descurava o Ginásio e, sobretudo, os Paedagogia e o Ateneum onde os mestres impunham o seu saber.

2 comentários:

  1. Caro amigo Francisco!
    Faz muito tempo que não posto e não vesito os postes dos meus amigos! Problema de depressão levou-me a essa situação. Já me encontro recuperado, um pouco, mas espero que agora eu volte de vez até estas andanças que eu tanto gosto (Os blogues). Como sempre gostei da sua escrita e do tema!

    Desejo-lhe um feliz Natal e um ano de 2013 cheio de felicidades!

    Vá até ao meu: www.minhaalmaempoemas.blogspot.com

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    1. Caro amigo José Sousa!
      Um Feliz Natal e Feliz Ano de 2013, sem depressões e outras confusões que às vezes passam pela nossa mente. Como sabe, depressões são todas fruto do nosso cérebro que não sabemos/conseguimos/podemos dominar. Os medicamentos, em certos, casos ajudam. Noutros, é bem melhor a nossa força de vontade em dizer "Não!!!"
      Visitari o seu WWW.

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