terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Intermezzo tempestivo

E foi Natal! Festa em família, cada um dele desfrutando conforme as posses que a crise permite. E em muitas consoadas – em quantas não houve? – houve bacalhau e cabrito ou peru, rabanadas, bolo-rei, iguarias várias, vinhos correntes e licorosos. Saciados, despedidas feitas, foi o inevitável regresso a casa, com prendas recebidas, prendas dadas, que tudo, mesmo o bem-bom, acaba com a voragem do tempo. Fica o gostinho...
Os crentes, e ainda resistentes, foram à “Missa do Galo”. O padre falou! Como de costume, nada disse além de glosar, comentar os evangelhos, supostos repositórios da verdade acerca do Menino Jesus.
Ora, já todos sabemos – a começar pelos padres que tal continuam a pregar nas Igrejas – que o Natal não existiu, que todo o cenário narrado por Lucas não tem qualquer crédito: imita as narrativas, ao tempo correntes, sobre o nascimento dos deuses solares, cujas festas eram celebradas desde a longínqua antiguidade, em todo o norte de África, Médio Oriente, indo até à Pérsia (actual Irão), até à Índia. E ele queria, a mando de Paulo, transformar aquele Jesus, Jesus que nem ele nem Paulo conheceram, num novo Khrisna e assim impô-lo às novas comunidades nascentes na nova religião paulina, a que se veio chamar de cristã, sem haver Cristo nenhum real para tal facto. Pois, se o cristianismo nasce de um Paulo “iluminado”, é facto que, devido aos ventos favoráveis da História, cujo protagonista principal é o imperador romano Constantino que, por interesse político, decide impô-lo a todo o império, nos chega como uma verdade, verdade que, afinal não existe, mas que se perpetua pelas igrejas, na boca dos sacerdotes, a mando do todo-poderoso Papa que os comanda de Roma. Discutir da sua veracidade? – Nunca! Isso seria pôr em causa uma “verdade” de séculos, pelo menos desde 325, data do Concílio de Niceia convocado por Constantino e onde, entre outros dogmas, contra a vontade de muitos dos bispos então presentes, se compôs/aprovou o inacreditável Credo católico, também, por isso, chamado de “niceno”, Credo já “cozinhado” por alguns padres e bispos durante os três séculos que o precederam. Três séculos, notaram bem?!
Remeto, quanto a esta questão, e para não me repetir, para textos anteriores já aqui publicados. Para mais pormenores, bastante seguros, veja-se, na Int., a wikipedia: credo niceno.
Mas foi Natal! E foi a Festa da Família! E foi bonito! E são sempre lindas de encantar as melodias invocando a “Noite Santa”, o “Deus Menino que se fez carne e habitou entre nós”! Ora, como finalmente, o que interessa será o espírito do Natal, o espírito de partilha, de fraternidade, de solidariedade..., viva o Natal! E... festejemo-lo com toda a alegria e o maior sorriso do mundo, enquanto, para isso, tivermos o alento da vida! Então, sem quaisquer ressentimentos religiosos, para todos, o MELHOR NATAL POSSÍVEL!

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