segunda-feira, 9 de abril de 2012

O inacreditável Credo Católico (5/5)

Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos Profetas. Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só baptismo para a remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há-de vir. Amen.' O Espírito Santo, juntamente com o Pai e o Filho, era o elemento necessário para formar a trilogia divina, o mistério dos três serem apenas um, imitando, outras trilogias divinas mais antigas, como a hindu, com Brama, Vixnu e Shiva. Mas não deixa de ser uma invenção sofisticada. Mistério, claro! Agora, reparem bem no que se afirma dele: “Senhor que dá a vida”. Então, o Pai e o Filho não são igualmente senhores e não dão igualmente a vida? (Aliás, dar vida a quem? Só aos viventes da Terra ou em qualquer parte do Universo onde haja a possibilidade que houve na Terra da sua existência?) Bem, para ser uno com o Pai e o Filho tem, de algum modo, proceder deles. Como? – Mistério! (Mais um!) Os três são adorados e glorificados. Claro, subentende-se que seja no Céu, pelos anjos e santos, e por alguns crentes na Terra. Ora, como nem Céu, nem anjos nem santos existem (Alguém já teve a mínima prova credível da sua existência?), a Santíssima Trindade não é glorificada nem adorada em parte alguma, a não ser, o que resta de crentes na Terra. E foi o Espírito Santo que falou pelos profetas? Então, e os outros dois – Pai e Filho – que são um só com ele, onde estavam?!!! E, sejamos claros, a avaliar pelo que ele inspirou aos profetas, estava muito mal informado acerca da Vida, do Universo, da Terra, do Homem, fazendo-se a si próprio e à tríade de que faz parte, um Deus ignorante, sanguinolento, vingativo e ciumento, no AT, e um oposto Deus de Misericórdia – embora nem sempre, como acontece na paixão e morte a que os dois, Pai e Espírito Santo, sujeitam o Filho! – no NT. E isto tudo no espaço de um milhar de anos. Um Deus mutante! Então, qual a sua veracidade? Qual a credibilidade deste Espírito Santo? O que vem a seguir e no qual o crente deve fazer Fé é surreal! Quem é que acha que a Igreja é “una” e “santa”? Aliás, qual Igreja? A católica? E a ortodoxa? E a protestante? E as de todas as seitas derivadas destas três?! “Apostólica”, é-o realmente! Continua a pregar, pelo mundo, inverdades, todos sabendo que são inverdades, a começar pelo papa e a acabar no mais humilde – mas inteligente! – sacerdote! A razão é simples: nenhum deles quer perder o seu poder, quer temporal – não ganham bem a vida à custa de pregar estas inverdades? Então para quê dizer que tudo o que pregam é falso? – quer espiritual, sobre as consciências, poder que lhes trouxe muitas riquezas com que se têm banqueteado ao longo da História. E continuam. Veja-se o rico Papa no seu rico Vaticano. Só comparável ao asqueroso bispo brasileiro Macedo – porque é que não se chama papa?!!! – da Igreja Universal do Reino de Deus que se vangloria, escarnecendo dos que nele e na sua igreja acreditam e onde deixam chorudas esmolas, do lautíssimo luxo que ostenta! O baptismo, a remissão dos pecados, passemo-los à frente para nos debruçarmos sobre a crença na ressurreição dos mortos e na vida que há-de vir, logicamente A VIDA ETERNA. Se já provámos que a ressurreição de Jesus foi um mito, a de qualquer outro ser humano também o é. A começar e a acabar nas várias ressurreições que são narradas na Bíblia (duas ou três no AT, quatro ou cinco no NT, se não contabilizarmos aqueles milhares de mortos que, segundo Mateus, se levantaram dos túmulos e passearam pela ruas de Jerusalém, quando Jesus deu o último suspiro na cruz!...). Enfim, da VIDA ETERNA e da sua impossibilidade para o ser humano, já aqui falámos. Remeto para os textos anteriores sobre a “Impossibilidade da imortalidade da alma humana”.(2 textos, Fev. 2012). E, se a imortalidade é impossível, a eternidade também o é! Temos de nos conformar com a nossa dura realidade: somos seres passantes na Terra, seres que, por acaso da Natureza, viemos à vida. De um ponto de vista optimista, foi um privilégio, privilégio negado a biliões de biliões de outros que nunca passaram ou passarão da potência de ser; e, assim, aproveitar este grande momento o melhor possível para não perder pitada de Sol, de prazer legítimo, de sorriso... Se pessimistas, somos um fogo fátuo que mal se acende logo se apaga, dure esse fôlego, oitenta ou cem..., mil anos que fossem. A escolha é nossa! Enquanto temos vida... (Nota: Quem julgar que há algo de revanchismo ou de ataque gratuito às afirmações das religiões, neste caso, do Credo Católico, engana-se. Aqui, só procuramos a Verdade, questionando tudo o que, um dia, nos disseram ser essa Verdade. Em tal análise, constatamos que as lacunas são tantas que de modo algum merece credibilidade o que nos disseram ou o que nos fazem crer. Mas garanto: continuaremos à procura da Verdade da Vida e do Homem, da Verdade de Deus, questionando, até que a nossa inteligência e racionalidade no-lo permitam.)

3 comentários:

  1. Hoje, inicio eu as "hostilidades"! E volto a citar: "Espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há-de vir". Ah, como eu gostaria de, depois, ressuscitar num qualquer lugar do Universo, para continuar a admirar-me com as descobertas que a Ciência vai fazendo na Natureza com toda a energia que a vivifica e do mesmo Universo! Como gostaria! Se é que, depois, todos os mistérios não se me revelassem por uma qualquer intervenção divina, aí, sim, de um Deus fantástico... E - pasmem! - quero mesmo acreditar! Assim, não terei mais a angústia existencial que atormenta todo o espírito humano de, depois, se vir a perder para sempre no NADA! Filosocamente, esse NADA poderá ser o TUDO; e, teologicamente, esse TUDO poderá ser Deus! E - pasmem ainda! - nem sequer quero apor a este ardente desejo um "mas..." filosofal, pois me tiraria o gostinho de pensar que, algures, em qualquer parte do Universo, de preferência desse TUDO, eu continuarei a SER, com esta individualidade que aqui e agora me faz pensar e... sonhar! E perguntaria, em tom sermonial: "Qual de vós, ó Homens, não gostaria de ver realizado semelhante desejo?"

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  2. Depois de ler a sua oratória, segundo as suas palavras, em tom sermonial, lembrou-me o seguinte, que transcrevo (não me leve a mal).


    Já Bocage não sou!... À cova escura
    Meu estro vai parar desfeito em vento...
    Eu aos céus ultraje! O meu tormento
    Leve me torne sempre a terra dura.
    Conheço agora já quão vã figura
    Em prosa e verso fez meu louco intento.
    Musa... Tivera algum merecimento,
    Se um raio da razão seguisse pura!
    Eu me arrependo; a língua quase fria
    Brade em alto pregão à mocidade,
    Que atrás do som fantástico corria:

    Outro Arentino fui... A santidade
    Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia,
    Rasga meus versos, crê na eternidade.


    Cumprimentos.

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  3. Obrigado, Carissimo, por me ter relembrado estes versos de um Bocage arrependido. Poeticamente, fantástico! De filosofia existencial, tem a incógnita para todo o Homem do "Será? Não será?". É que isto, quando se aproixima a "hora da verdade", todos nós queremos - ou quereremos mais que nunca! - respostas. E teremos alternativa senão a da fé, desse dramático "Crê na eternidade"? Será sempre esta concepção da Fé ou da Filosofia que distinguirá um crente de um não crente. O crente acredita e pronto! O filósofo questiona e procura certezas, neste caso, onde basear a sua Fé. Não as encontrando, vai esperando e dirimindo consigo próprio o tal "Será? Não será?". Mas uma coisa é certa: para crentes ou não crentes, se a etrernidade existe, ela será uma realidade para todos. E lá,então, far-se-á finalmente luz sobre o nosso drama existencial...

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