terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A Eucaristia, mistério da Fé (7)

Ainda sobre a eucaristia e para, com brevidade, falar dela como um dos mais antigos actos de culto das religiões conhecidas, egípcias, persas, hindus e gregas, transcrevemos o que nos diz Pepe Rodríguez no seu livro “Mentiras fundamentais da Igreja Católica”, Terramar, pp. 231 e 232: «Entre os hierofantas helénicos – reveladores da ciência sagrada e mestres dos Iniciados nos Mistérios – (...) Ceres (que representava a fertilidade da terra, a regeneração da vida que brota da semente) tinha o seu símbolo no pão. E Baco (... representante da sabedoria e do conhecimento) tinha o seu símbolo no vinho. Baco pertencia à espécie de deuses solares que, em diferentes culturas, carregavam com a culpa da humanidade, razão pela qual eram mortos e, em seguida, ressuscitados.» «Os sacerdotes egípcios, no culto a Ísis, distribuíam pelos fiéis tortas de trigo sem fermento que tinham um significado parecido com a hóstia católica. O “soma”, a bebida sagrada que os brâmanes preparavam com o sumo fermentado de uma planta rara, “asclepias acida”, tinha o seu correspondente na “ambrósia” ou “néctar” dos Gregos e, em última análise, na eucaristia católica visto que, em virtude de certas fórmulas sagradas (mantras), o licor ou “soma” se transformava no próprio Brama.» «O viril ou custódia, receptáculo de metal em que se guarda a hóstia consagrada que, regra geral, se apresenta como uma espécie de sol radiante de onde emanam raios dourados que partem em todas as direcções e que pode ser visto em todas as igrejas cristãs, já existia com igual forma e função no culto de Mitra originário da Pérsia. Nesse culto, a custódia representava esse deus jovem, enquanto força imanente do Sol, concebido como regulador do tempo, iluminador do mundo e agente de vida.» «(...) Justino (100-165), na sua “Apologia I”, viu-se forçado a defender o cristianismo ante os que acusavam este de plágio: “A imitação da qual (eucaristia cristã) foi o próprio diabo a fazê-la com os Mistérios de Mitra, pois vós sabeis que eles (os adoradores de Mitra) também tomam pão e uma taça de vinho nos sacrifícios em que participam os iniciados e pronunciam certas palavras a esse respeito.» A base destas afirmações assenta na bibliografia sobre o assunto apresentada, entre outra, no final do livro referido.

11 comentários:

  1. Cá está o 1º apontamento sobre ritos eucarísticos antigos,atrás prometido. Só espero que não se fique por aqui com a citação do compincha pregador do seu género - pregador de sinal contrário. E publicdo "Em nome da Ciência" até parece científico... Mas que classe! Ciência!? Onde está? Convicção. Chame-lhe antes convicção.

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  2. Ó meu caro Cisfranco, dá vontade de referir o velho ditame de que "pior que cego só mesmo o que não quer ver"! Então, se, estudando a história das antigas religiões, ficamos a saber factos, com o grau de certeza relativa - é óbvio! - que estes estudos nos merecem, o que poderemos dizer mais, querendo ou pretendendo apurar a Verdade do assunto que aqui nos ocupa? O amigo ironiza. Tem todo o direito de o fazer. Mas seria interessante que o fizesse com fontes, factos, bibliografia! Incluindo deduções lógicas, tendo em conta a lógica dos tempos e dos factos em análise. Então, agradecia que para além da sua ironia, apresentasse mais qualquer "coisa" para que as suas intervenções se tornem credíveis, se tornem "Ciência"! O mundo todo agradece...

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  3. Caro Pedro Miguel,
    Creio que satisfiz suficientemene a sua curiosidade e não me parece que o assunto mereça mais aprofundamento aqui. Há já muita investigação feita que pode ser consultada em outro lugar, nomeadamente na Net. O que fica dito é mais um contributo para afirmar a convicção dos que se dedicam a estes estudos, sem ideias preconcebidas e fundamentalismos, de que as religiões - todas inventadas pelo Homem! - se foram copiando umas às outras ao longo dos tempos: desde os politeísmos onde todo o desconhecido era transformado em Deuses, inventando-se os ritos mais variados - alguns bem dramáticos, mesmo trágicos! - para os acalmar quando pensados irritados com a humanidade..., até aos monoteísmos, dos quais o primeiro parece ter sido o de Moisés com o seu Javé (c. s. XII aC), passando pela trindade hindu: Brama, Vixnu e Shiva (c. s. VII aC), depois, a trindade cristã: Pai Filho e Espírito Santo, nesta havendo a incompreensível afirmação de que é um Deus só, chamando-se por isso de Mistério da Santíssima Trindade, acabando em Alá de Maomé (s. VII dC), Maomé que faz uma cópia grosseira, no seu Corão, de partes da Bíblia judaica, tudo cozinhando para se adaptar à mentalidade árabe do tempo.
    Enfim, as crenças sempre dominaram a consciência do Homem e ainda dominam. Duas razões principais, de ordem filosófico-existencial: 1 - a sua ignorância e medo do Desconhecido; 2 - a sua sede de eternidade e de ligação a um supostamente existente transcendente ou divino. Falaremos disto, aqui, brevemente.

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  4. Ainda uma pergunta ao meu amigo Cisfranco, com toda a abertura de espírito que caracteriza este blog: "Então, os meus seis textos anteriores sobre a Eucaristia, tudo baseando em argumentos não contestados - ou incontestáveis! - não lhe dizem nada?"
    Saudações cordiais festivas, com votos de Óptimo Ano de 2012, sorrindo à crise, votos extensivos a todos os amáveis e simpáticos visitantes do blog!

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  5. Caro Francisco Domingues,

    Obrigado. Tudo de bom para 2012!

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  6. Meu caro, haveria muita coisa a dizer, mas note bem, a discussão não engrena. Somos completamente diferentes, no sentido de termos opiniões completamente antagónicas. Vivemos em mundos diferentes, sem uma base mínima de pontos de acordo. Eu sou crente, o sr diz que Deus não existe; o sr diz que a ressurreição de Cristo é uma efabulação, eu digo que é a base de tudo. O livro das efabulações é o seu estudo predileto. Em tudo, ainda lhe não ouvi falar noutra coisa. Assim, qual o interesse em comentar os seus textos!? O sr fala para o vazio e só me lembra um pregador, mas de sinal contrario, como já lhe tenho dito.
    Continuação de BOM ANO!

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  7. Caro Cisfranco, obrigado pela sua franqueza. Eu não digo que Deus não existe; digo que o Deus das religiões, até agora aparecidas à face da Terra, não existe. Já tentei prová-lo aqui em textos de Março 2011. Mas, proximamente, irei apresentar um outro Deus que esse, sim, me parece credível à luz da razão e que poderá ser aceite por crentes e não crentes. É o Deus da Harmonia Universal.
    Pois é: o grande problema para os crentes cristãos é realmente a Ressurreição de Cristo, penhor da nossa própria ressurreição. Eu até gostaria de ser crente, mas um crente em que a Fé tivesse bases credíveis. Se analisar bem, verá que não há nenhuma base credível para se poder afirmar,sem nenhuma dúvida, que Jesus - depois, transformado em Cristo - tenha ressuscitado. Então, como posso acreditar em tal suposto facto? Mas já aqui abordámos largamente o assunto (Abril de 2011)
    Saudações cordiais.

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  8. Meu caro, o seu raciocínio não é, verdadeiramente, lógico. Um deus em que acreditem crentes e não crentes?! Verdadeiro absurdo.O descrente descrê e ponto final. É o sr o profeta dessa nova divindade?
    Que o sr esteja desapontado com a apresentação que alguns crentes fazem de Deus, isso é outra questão. Se calhar esse deus não existe mesmo, será uma caricatura. Mas que maneira tem a espécie humana de se referir a Deus, senão quase antropomorfizar Deus? Limitações da natureza humana. Necessário é saber comprender tudo isso e saber explicá-lo. E não desistir de pensar e refinar cada vez mais os conceitos. Olhe, já que mais não seja, dá para retardar a Alzheimer...

    Mas não é com as suas atoadas, disparadas em todas a direcções, fazendo tábua-rasa de tudo, que presta qualquer serviço ao pensamento (muito menos à Ciência), porque da forma como foca esta matéria, tudo o que o sr diz não passa dum arrazoado com credibilidade zero. É o pregador de sinal contrário que eu digo.

    Se a ressurreição de Jesus não lhe merece credibilidade, não sei quais serão os acontecimentos históricos que para o sr são credíveis. Só os que são presenciados por si? O sr, ao fim e ao cabo, é um estudioso-coleccionador de saberes que não sabe, verdadeirante, interpretar e relacionar uns com os outros, explorando-os até ao fim; ou então desclassifica factos que o deixam perplexo, quase atordoado(passe a expressão), porque não os compreende em toda a sua plenitude, tal como toda a gente. E há tanta coisa que ainda não compreendemos nem nunca lá chegaremos.
    Mas, eu julgo que ao verdadeiro Deus, as suas atoadas não fazem mossa nenhuma, nem Ele se ofende nada com isso. Já quanto a alguns incautos, podem encontrar algum nexo ao que o sr diz. É por isso que é tão importante pôr a trabalhar toda a massa cinzenta intra-craneana.

    Já agora, para finalizar, uma confissão. Penso hoje que Deus não é nada de muita coisa que interiorizei pelo catecismo e bebi da cultura dominante. Mas que é nEle nos movimentamos, não sei como dizer, somos já "apendices" de Deus. Não sou padre, nem sequer cristão exemplar, mas olhe, se isto lhe provoca riso, faça-o à-vontade, mas não me chame atrasado mental(com o devido respeito para os que o são), nem diga que está a trabalhar em nome da Ciência.

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  9. Realmente, falamos um pouco como se de linhas paralelas se tratasse: nunca se encontram e ambas existem paralelamente... Restam duas coisas: 1 - Se ser crente me faz mais feliz, então, seja eu crente, apesar de ter de acreditar, não no Deus da Harmonia Universal, mas no Mistério da Santíssima Trindade que me impuseram e que nunca irei perceber! 2 - Se não, é preferível a Ciência que eu prezo, embora o meu amigo diga que o que escrevo, baseado em provas irrefutáveis, não é Ciência!
    Mas olhe que a Ciência baseia-se nessas provas e não em mistérios. Alegremo-nos, no entanto: temos possibilidade de escolha!

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  10. Exactamente, temos possibilidade de escolha.
    Provas irrefutáveis? Quais foram as que o sr apresentou? Ciência? O sr prefere a Ciência? Se fosse verdade era óptimo. Mas o sr está mais na religião e esta não é Ciência. O sr não se dá conta, mas quem está de fora vê melhor. Tem horror aos mistérios. Quer saber tudo? Eu também gostava, mas não chego lá. Há coisas que dantes eram mistérios e hoje já não são e há outras que nunca saberemos e ficarão sempre mistérios.
    O sr já se referiu à minha franqueza e é verdade, sou franco e faço-o naturalmente e então eu acho mesmo que o sr ficou com algum trauma dos seus estudos de juventude. Ficou mesmo um pregador, mas parece que o faz por revanchismo.

    Mas não me admira nada a sua atitude; o sr prega prega, mas ninguém o ouve. É um discurso redondo, sem ponta por onde se lhe pegue. Então se o sr não acha credível a Ressurreição de Jesus - a base - haverá alguma coisa a discutir consigo?!...

    Mas agora espero a sua nova revelação como novo profeta da nova divindade, como atrás foi adiantando.
    O sr é um crente muito sui generis. Eu acho até que descrentes, descrentes mesmo não há nenhum.

    Seja feliz, amigo, que eu procuro o mesmo.

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