segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A Eucaristia, mistério da Fé (1)

Em complemento do que dissemos anteriormente, em vários textos, sobre este “mistério”, proponhamos aos teólogos da Eucaristia uma humorística história, sem de forma alguma pretender amesquinhar a fé dos crentes nestes “divinos” mistérios, fé que nos merece todo o respeito. Imaginemos que um sacerdote, numa festa de amigos, em adega aldeã, tabuleiro de pão sobre a mesa, para acompanhar acepipes vários, tonel de vinho à discrição, a dado momento, já talvez bem bebido, se lembra de usar o seu poder de fazer descer Jesus do Céu à Terra, ali, comungando com os amigos alegrias de vida. E, pedindo silêncio, pegando no pão, partindo-o, oferecendo-o, na imitação perfeita de Jesus Cristo, na última ceia, diz as sagradas palavras: “Tomai e comei! Isto é o meu corpo que vai ser entregue por vós”. De igual modo, impondo as mãos sobre o tonel de vinho: “Tomai e bebei. Este é o tonel do meu sangue que será derramado por vós e por muitos para remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim.” A pergunta é óbvia: “Desceu ou não Jesus Cristo àquele pão e àquele vinho? Poderia ou não dizer aos amigos, oferecendo, qual hóstia na missa: O corpo de Cristo ou qual cálice: O sangue de Cristo? Ou teria que o sacerdote estar revestido das vestes eclesiásticas? Ou, pelo facto de o lugar não ser apropriado – uma igreja ou capela ou qualquer cenário criado para o efeito celebrativo, como faz o papa em altares improvisados em campos de futebol – o padre ter perdido os seus poderes de consagrar? A Igreja, no seu Direito Canónico, deve ter-se esquecido de esmiuçar, qual advogado que tem de prever todas as circunstâncias atenuantes ou incriminantes, as condições exactas em que tal poder poderia ser exercido. Assim, caricaturando, até em qualquer jantar um sacerdote, obviamente já não muito sóbrio, poderá “brincar” com o divino. E isto sem qualquer pena eclesiástica ou celestial... Seria interessante ouvir respostas dos exegetas católicos sobre este possível acontecimento (certamente já tendo tido lugar inúmeras vezes por esse mundo católico fora). O resto, remetemos para os textos já aqui anteriormente publicados. Não há dúvida: a Eucaristia, como mistério da Fé, não passa mesmo disso: “mistério” (a razão não entende...) e “de Fé” (está para além da razão), duas premissas juntas que revelam quanto de insensato e de caricato há nesta invenção da Igreja, a partir da descrição da última Ceia relatada nos evangelhos, mas já do conhecimento de Paulo em 1Cor 11,23-25, conhecimento obtido junto de algum discípulo que nela participara. Então, que cada um, cada fiel, retire as suas conclusões e continue a acreditar no que lhe der mais jeito para ter uma vida o mais feliz possível. No fim de contas, é só isso que importa. O resto... Mas, por ser um mistério central da vivência católica, voltaremos ao assunto, referindo as fontes do NT que dão testemunho da eucaristia.

1 comentário:

  1. Olá Dr. Francisco!
    Bom Domingo para o Sr. e também para os seus familiares.
    Passei por aqui com pressa, nem li, por isso voltarei.
    Vim só para dizer que passe (se assim o entender) (eu gostaria) pelo meu blogue para ouvir e ver o Padre Mário.
    Saudações.
    Dilita.

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