segunda-feira, 13 de junho de 2011

A (in)verdade de Fátima (3)

«Tomai e bebei o corpo e o sangue de Jesus Cristo horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus.»” – disse o anjo aos pastorinhos, concluindo a sua terceira aparição.
Reportando-nos a estas, e às outras palavras do Anjo referidas no texto anterior, perguntaríamos: “Como pode alguém, pensando na infinita bondade de Deus, aceitar como credível uma tal mensagem trazida do mesmo Deus, por um anjo, até umas pobres crianças? Como? É que brada a todos os Céus e a todos os deuses tamanha crueldade! E já nem falamos na linguagem, certamente obscura para crianças tão jovens, como: “súplica, acto de reparação, desígnio, ultraje, sacrilégio, indiferença, profundamente”. Pois que Deus é aquele invocado pelo anjo, que Altíssimo aquele que necessita de ser consolado e reparado dos crimes contra Ele cometidos pelos ingratos homens? E que carga emocional é aquela posta nos ombros de tais crianças de “salvarem a Pátria” e de “converterem os pobres pecadores”? Ah, como nos parece impossível que tal tenha vindo do Céu e que tenha havido pessoas “responsáveis” que, assim, o tenham propalado aos quatro ventos! Como parece impossível! – Mas não: Fátima aí está como o santuário mais visitado do mundo, bem aproveitado pelos agentes da religião, do comércio e do turismo, os papas fazendo gala em virem de vez em quando rezar no santuário para, com o seu beneplácito e anuência, sacralizarem o lugar e afirmarem, perante o mundo, a “veracidade” de tais aparições! E perguntaríamos, sem qualquer intenção maldosa, apenas curiosidade científica: “Em que céu poderemos contabilizar os pecadores convertidos por Deus mediante as muitas orações e sacrifícios feitos por aquelas três crianças?” Será pergunta para a qual deveria haver uma resposta para que a Verdade de tais incumbências celestiais, “sem dúvida” vindas do Céu, fosse aceite universalmente e não apenas por uns tantos que, nela crendo-não-crendo, a impõem aos outros.
Não podemos “deixar” este Anjo, sem constatar a sua actuação como se fora sacerdote rezando a missa, e, se fossem vivos, perguntaríamos a Lúcia a que lhe soube aquela hóstia e, aos pequenos, a que lhe soube aquele “sangue”, sem dúvida celestial, do cálice... E ainda: “Como é que a Igreja avaliza este anjo que ali apareceu qual sacerdote com uma hóstia e um cálice, certamente já transformados, por intervenção divina, – a intervenção humana de sacerdote não é mencionada – a hóstia no corpo e o conteúdo do cálice no sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo?” Não é estranho um tal abuso por parte do anjo? Aliás, muito há a dizer sobre a eucaristia, símbolo máximo da religião católica, com Cristo a tornar-se presente, de corpo e sangue, em todas as missas que se celebram todos os dias por esse mundo, permanecendo, depois, presente em todos os sacrários da Terra!... Disso, falaremos em próximos textos. Por agora, limitamo-nos a Fátima. (Cont.)

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