sábado, 25 de outubro de 2025

Ó Homem, que pensas quem realmente és?

 Que consciência tens da tua realidade e da realidade em que te inseres?

 É que a realidade ou, se quiseres, a Verdade da Vida é inquestionável e só não a vê, sente ou dela tem consciência quem não quer. E qual é? – perguntarás, feito ignorante:

 ÉS FILHO DO TEMPO E DA MATÉRIA, PARTÍCULA DE MATÉRIA COM A PARTICULARIDADE DE TER UM CÉREBRO QUE, SENDO PURA MATÉRIA, PRODUZ NÃO-MATÉRIA: RACIOCÍNIOS, EMOÇÕES, SENTIMENTOS E TEM CONSCIÊNCIA DE SI E DA SUA FINITUDE.

 Basta? – Sim! Apareces, no Tempo, por puro acaso, na evolução imparável de tudo o que se passa no Universo e… vais desaparecer no Tempo, sem qualquer hipótese de outra alternativa.

Todo o ser – vivo e não vivo – sendo já produto da evolução, evolui desde que aparece até desaparecer/se transformar, naquela evolução imparável em que tudo se move, não se sabe de onde nem para onde. Mas… move-se! Ao ser vivo, cabe a sina de desaparecer como tal e se transformar em átomos e moléculas que se vão integrar noutra qualquer realidade viva ou não viva.

Assim, tu!

Sendo uma partícula de matéria, sem qualquer significado mesmo para a Terra e muito menos para o Universo, alimentas-te dessa Terra que também não passa de uma partícula de matéria sólida, também sem qualquer significado para o mesmo imensíssimo Universo. Não existiras tu nem a Terra e tudo continuaria no eterno retorno do mesmo ao mesmo através do diverso, tal parece ser a sina deste Universo de que nos apercebemos mas que muito provavelmente não será único num Espaço que tudo leva a crer que seja infinito e… eterno.

 Resta-nos perguntar, ó Homem, se tens consciência da tua infinita pequenez e insignificância, porque não consegues, com toda a tua inteligência, criar uma humanidade fraterna e fazer da Terra um Paraíso, Paraíso sempre tão desejado mas, cada vez mais longe de ser alcançado, dando assim sentido pleno à VIDA a que tiveste a sorte de aceder, sem nada teres feito para tal sorte?

 Fica a pergunta. Oxalá não fosse necessária uma resposta de desculpas para tal fracasso humano! Mas, por enquanto - e até quando? - a realidade é triste, não conseguindo alcançar desideratos de Paraíso, preferindo Infernos e seus demónios...

domingo, 19 de outubro de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 434/?

 À procura da VERDADE no APOCALIPSE – 434/?

 Capítulo 4

 – “Apareceu no céu um grande sinal: uma Mulher vestida com o Sol, tendo a Lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. Estava grávida e gritava, entre as dores do parto, atormentada para dar à luz. Apareceu então outro sinal no céu: um grande Dragão, cor de fogo. Tinha sete cabeças e dez chifres. Sobre as cabeças, sete coroas. Com a cauda varria a terça parte das estrelas do céu, lançando-as sobre a Terra. O Dragão colocou-se diante da Mulher que estava para dar à luz, pronto para lhe devorar o Filho… Travou-se então uma batalha no Céu: Miguel e os seus Anjos guerrearam contra o Dragão. O Dragão batalhou juntamente com os seus Anjos, mas foi derrotado. E no Céu, não houve mais lugar para eles. Esse grande Dragão é a antiga Serpente, é o chamado Diabo ou Satanás. É aquele que seduz todos os habitantes da Terra. O Dragão foi expulso para a Terra e os Anjos do Dragão foram expulsos com ele.” (Ap 12,1-9)

– Esta Mulher, símbolo da vida, e o Dragão, símbolo do mal, não deixam de ser personagens singulares. Que a vida seja consubstancializada num Ser, é… entendível. A consubstancialização do Mal, na pessoa do Dragão e dos seus Anjos, com um trono e habitando também o Céu, pelo menos por uns tempos, é de todo inconcebível…

Aqui, até João teve de se explicar, dizendo que o Dragão era o Diabo…

Só foi pena que o Diabo não tivesse pura e simplesmente sido aniquilado… Para quê ficou ele na Terra ou veio do Céu para a Terra? Se Deus não o quis lá em cima no Céu, porque nô-lo deu a nós como herança, não sabemos de quê?… E mais uma vez, quase brincando com coisas sérias, não conseguimos de modo algum fazer a ponte entre o divino e o humano, entre o Céu e a Terra… Que pena!…

Depois, continuamos na mesma cena de visões fantasmagóricas, totalmente irreais de tal modo que nem em sentido metafórico fazem qualquer sentido. Literariamente, até são de agradável leitura. Mas… não passam de literatura!

– “Vi no Céu, outro sinal grande e maravilhoso: sete Anjos prontos com sete pragas… Depois ouvi uma voz forte que dizia aos sete Anjos: «Ide! Despejai sobre a Terra as sete taças do furor de Deus!»… Caiu do Céu sobre os Homens uma grande chuva de granizo, pedras com mais de trinta quilos…” (Ap 15-16)

– E estamos novamente perante as visões do velho e senil João. Notamos que tem preferência pelo número 7. Seja qual for o simbolismo do 7 (Anjos e pragas) e do simbolismo das pragas…, não deixam de ser pragas despejadas sobre a Terra… E pelos anjos de… Deus!…

   Que Deus!…, meu Deus!

   E onde foi João buscar os trinta quilos para as pedras de granizo? Não bastariam uns… dez?!!! Ou, então, para esmagar qualquer humano que estivesse no local da queda, sem apelo nem agravo, bem poderiam ser de… tonelada! – perdoem-nos a ironia.

Finalmente, a pergunta recorrente: “Como é possível este cenário fantasmagórico ser considerado de inspiração divina?”

sábado, 11 de outubro de 2025

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 433/?

 

À procura da VERDADE no APOCALIPSE 

 Capítulo 3

 – Não vamos escalpelizar, ponto por ponto o texto apresentado no capítulo anterior. Mas, como a visão de João foi a visão do Céu, certamente ainda agora continuam todos – Deus, o Diabo, anjos e anciãos – naquele infernal-celestial frenesim… pois o Céu deve ser imutável como Deus o é…

    Perdoem-nos a brincadeira… certamente de mau gosto para os ouvidos mais pios e devotos! Mas, perante tão fértil - e porque não dizer inútil? - imaginação… É que - perguntemos sem rodeios - para quê serve tal texto em relação à nossa salvação? Para quê iria Deus inspirar João a escrever tais fantasmagorias que obnubilam qualquer verdade acerca do mesmo Deus e da nossa salvação eterna? Não tinha Deus - na sua infinita sabedoria - meios bem melhores e mais eficazes para nos mostrar os caminhos da salvação? Não sabia que tais textos nos levariam mais à descrença – e até ao riso – do que ao fortalecimento na Fé?… Não haveria meios menos fantasmagóricos para obviar à difícil situação político-social vivida pelos cristãos daquele tempo? Aliás, que teriam percebido de tal texto os cristãos de então?…

– “Vi depois… Vi então um anjo forte que proclamava em alta voz… Vi um Cordeiro… Na minha visão, ouvi ainda o clamor de uma multidão de anjos em volta do trono, dos Seres vivos e dos Anciãos. Eram milhares de milhares, milhões de milhões e proclamavam em alta voz: «O Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor.» (Ap 5,11-12)

– Que o Cordeiro simbolize Cristo ressuscitado, aceita-se. Mas como entender estas miríades de anjos, este Céu com tronos, com vozes, com…? É que, quer queiramos quer não, não somos capazes de simbolizar tudo e o símbolo tem de corresponder a alguma coisa de real… Afinal, são reais ou… simbólicos os Anjos, os tronos, as vozes, os…, as…?

E alguma vez entenderemos porquê e para quê é que Jesus precisa que Lhe digam que é digno de todo o poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória, louvor?

Ou que O adorem… ou que O sirvam… ou que O defendam… ou que O…?

– “Vi quando o Cordeiro… Vi debaixo do altar… Vi também outro Anjo… Ouvi então o número dos que receberam… Vi uma grande multidão… Vi então os sete Anjos… prontos para tocar a trombeta…” (Ap 6-8)

– Só… visões! E nada mais que… visões!… E tudo leva a crer que são visões de uma mente altamente perturbada. Como pode a Igreja atribuir a este livro o epíteto de “sagrado”, dizendo-o de inspiração divina?...

É O DESCRÉDITO TOTAL DA RELIGIÃO E DA SUA IGREJA!

sábado, 4 de outubro de 2025

As religiões cristãs na sua relação com o Universo

 

As difíceis relações entre Ciência e Fé

 No tempo de Jesus, os conhecimentos sobre o Universo, e a Terra nele, seriam muito rudimentares, apesar dos avanços na observação celeste por diversas civilizações anteriores, dos Egípcios aos Gregos, séc.s X ao IV A.c. A Terra era considerada plana, só passando a ter-se como redonda com o matemático grego Ptolomeu (séc. I d.C) que continuou a afirmar ser a Terra o centro do Universo e tudo girava à sua volta, teoria aceite e defendida pela Igreja, tanto a Igreja antiga como a medieval. E isto até ao Renascimento de Galileu (Galileu que ainda teve de lutar contra a Inquisição para não ir parar à fogueira, ao afirmar, na senda de Copérnico, que o centro do Universo era o Sol!).

No entanto, há inúmeras referências nos evangelhos, atribuídas a Jesus, sobre os Céus, o Alto, o Lá em cima, o Paraíso, etc., por oposição ao Cá em baixo – a Terra – e aos Ad infera (subterrâneos) – o Inferno, terminologia ainda hoje usada e nunca explicada.

Em tais referências, Jesus não manifesta possuir quaisquer conhecimentos sobre as realidades que a Astronomia já lhe desvendara, nas civilizações do seu tempo, e nos desvendou, posteriormente, acerca do Universo e do lugar que a Terra nele ocupa.

De um ponto de vista meramente religioso-crítico, é pelo menos estranha tal lacuna em Jesus, Jesus que se teve (e os seus seguidores continuam a ter!) por Filho de Deus, por isso, omnisciente e conhecedor de tais realidades que bem poderia ter revelado e explicado, não levando os seus ouvintes (e actuais crentes) a acreditar que toda a saga divina – Paraíso, Deus no seu trono, anjos e santos… – se passasse/passa lá em cima, para lá das nuvens…, para onde iriam/vão os mortos depois de ressuscitados. Lindo, mas… completamente irreal e fantasmagórico: o "Lá em cima" é apenas Espaço e…nada mais!

 Deleitemo-nos, então, um pouco com as belezas/mistério da Astronomia, perguntando: Há um ou muitos Universos, os chamados Pluriversos?

Pelo muito que já conhecemos deste Universo visível, e ao qual pertencemos, pouco ou nada sabendo da sua parte invisível, porque negra, presumindo-se que represente 95% de toda a matéria energizada que o compõe, poderemos concluir com algum grau de certeza:

1 – Este Universo, tido como originado no Big Bang, dadas as suas colossais dimensões que lobrigamos mas não conseguimos delimitar, mesmo com as unidades de medida de distâncias, em anos-luz e parsecs, terá tido início numa espécie de bola de matéria energizada compacta de milhares de milhões de biliões de kms de diâmetro. Só assim se compreendem as colossais dimensões já percepcionadas.

2 – Essa bola estaria num qualquer ponto do Espaço, Espaço que tudo leva a crer que seja infinito, i.é, sem princípio nem fim.

3 – O Big Bang só se entende numa relação dinâmica de Big Bang / Big Crunch, processada de milhares de milhões de biliões a milhares de milhões de biliões de anos. Neste momento, percepcionamos que este Universo visível terá cerca de 15 mil milhões de anos de existência. Estando a matéria energizada que o compõe em afastamento contínuo, estrelas de estrelas, galáxias de galáxias, haverá inevitavelmente um momento em que a expansão atinge o seu ponto de retorno, regredindo-se então até ao Big Crunch, originando-se, quando atingido, um novo Big Bang, numa dinâmica eternamente repetida, nada de energia e matéria se perdendo mas tudo se transformando…

4 – Todo o Universo conhecido parece ser regido por uma força invisível, quase diríamos “divina”, mas real porque bem sentida: a GRAVIDADE. É uma força de duplo sentido – atracção/repulsa – que faz com que os astros se mantenham em equilíbrio, circulem à volta uns (os mais pequenos) dos outros (os maiores), tudo parecendo movimentar-se em perfeita harmonia. Lembremos que é a gravidade que nos faz trazer os pés bem assentes na terra… Os físicos identificam outros tipos de forças mas aquela será porventura a mais importante.

5 – Muitos outros Universos haverá no Espaço Infinito. Quantos? – Se não sabemos se os há, quanto mais saber quantos. Só deduzimos que haver infinitos Universos é conceito que não cabe nas nossas intelectuais percepções. Mesmo que se considere infinito o Espaço em que se movem e se perpetuam, a matéria que os compõem é forçosamente mensurável, logo, limitada, logo, finita.

6 – Haverá, sem qualquer dúvida, neste e nos outros hipotéticos Universos, inúmeros planetas semelhantes ao Planeta Terra, onde existirá VIDA e até seres inteligentes, talvez muito mais inteligentes que nós! Mas, dadas as distâncias entre estrelas e galáxias, duvidamos fortemente que algum dia sejam contactáveis. Mesmo por ondas rádio ou electromagnéticas. Muito menos acessíveis fisicamente: nós, feitos de matéria pesada, nunca poderemos deslocar-nos à velocidade da Luz, velocidade aliás insuficiente para atingir pontos distantes no Universo! Assim, a Terra, como apareceu com o Sistema Solar, há cerca de 5 mil milhões de anos, assim desaparecerá quando esse Sistema deixar de existir, presume-se que daqui a outros 5 mil milhões. E com ela, toda a vida desaparecerá para sempre. E será como se nunca tivesse existido, integrando-se o que restar da Terra num ciclo completamente novo. Aliás, a Terra nada representa para o Universo, limitando-se a ser um pontinho azul perdido na ponta da espiral de uma dos milhares de milhões de galáxias que nele pululam, a Galáxia Via Láctea.

Enfim, e como apontamento filosófico-existencial, cada um de nós nada representa nem para a Terra nem para o Universo. Não tivéssemos existido e tudo se passaria de igual modo. Ou quase! Pior: tudo continuará a existir e a evoluir de igual modo, depois que nos formos. E… vamo-nos inexoravelmente e… para sempre!

RESTA-NOS, NO ENTANTO, O SORRISO, UM GRANDE SORRISO POR SERMOS CAPAZES DE PENSAR TUDO ISTO E DELEITAR-NOS COM TÃO ESTRANHA BELEZA, COM TÃO INSONDÁVEIS MISTÉRIOS!