segunda-feira, 15 de junho de 2015

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo testamento (AT) - 66/?

À procura da VERDADE no livro de TOBIAS – 1/3

- “Os livros de Tobias, Judite, Ester (…) são novelas ou romances. 
(…) Os dois livros dos Macabeus apresentam os acontecimentos que 
se desenvolveram entre 175 e 134 a.C.” (Introdução a OUTROS 
LIVROS HISTÓRICOS, ibidem)
- Novelas, romances, relatos de acontecimentos… Livros divinos? 
De verdades eternas? Da VERDADE? Curioso, Não é? Mas dá 
vontade de dizer, embora convencidos que verdades divinas 
dificilmente encontraremos em tais livros: anda daí e… vamos ler!
- Finalmente! Uma história encantadora, plena de religiosidade! 
Apenas um senão, no final:  “Antes de morrer, Tobias ainda pôde 
alegrar-se com a desgraça de Nínive (…)” (Tb 14,15)


                                                      Uma de várias pinturas de Tobias

- É mais a história de Tobit, pai, do que do filho Tobias. “Sempre dei 
ajuda aos meus irmãos e compatriotas (…) O terceiro dízimo dava-o 
aos órfãos, às viúvas e aos estrangeiros (…) Eu dava o meu próprio 
alimento aos que estavam com fome (…)” (Tb 1,3,8,17)
- Apesar disso, religiosamente nada ganhou: também cegou 
e… desesperou: “Sim, é melhor morrer do que viver aguentando
esta prova (…)” (Tb 3,6) Ficou-lhe, no entanto, certamente o gosto
de ter dado, de ter partilhado o que era seu, sentido que é muito mais
realista do que praticar tais actos pensando numa recompensa eterna,
na glória do Céu! (Céu e eternidade supostamente existentes, está claro!)
- Outra história estranha é a de Sara que “tinha casado com sete homens, 
mas Asmodeu, o pior dos demónios, tinha matado cada um deles antes 
que tivessem relações conjugais com ela.” (Tb 3,8) E também Sara
desespera: “Já perdi sete maridos. Para quê viver mais?” (Tb 3,15) Sete!
Um dos números mágicos da Bíblia! Que significado tem este facto que,
a ter-se concretizado – o que é fortemente duvidoso - aponta para uma
paranóia qualquer de Sara ou/e dos seus maridos?
- No entanto… milagre! O desespero deles transforma-se em oração que vai 
ser atendida por Javé, enviando-lhes o anjo “Rafael para os curar: tirar as 
manchas dos olhos de Tobit e fazer com que Sara se casasse com Tobias (…), 
livrando-a de Asmodeu.” (Tb 3,17)
- E que belos conselhos os de Tobit a seu filho Tobias! Que lição de amor ao 
próximo e de solidariedade! Só destoa aquele: “Não te cases com mulher 
estrangeira, que não seja da tribo de teu pai, porque somos filhos de profetas.” 
(Tb 4,12)
- Então, já não se refere o perigo de contaminação com crenças noutros 
deuses? É apenas o evitar da “contaminação” com mulheres de outra tribo, 
de outra casta que não de profetas?!
- Belo também, embora familiar e humano, é aquele encontro do anjo Rafael 
com Tobit, oferecendo-se para guiar Tobias à procura da soma “perdida”. 
Desculpa-se a mentirinha de Rafael que, sendo anjo, anunciou chamar-se 
“Azarias, filho do grande Ananias”! (Tb 5,13)
- Ternurenta ainda - e bem humana e maternal - a cena da mãe que chora ao 
ver partir o filho.
- No entanto, outro milagre! O aparecimento do peixe no rio Tigre, ao qual 
Rafael manda arrancar o fel, o coração e o fígado.  É um milagre que tem o 
seu quê de magia como mágicas são as mezinhas com que Rafael irá 
afugentar o diabo do quarto de Sara e curar os olhos cegos de Tobit.


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