segunda-feira, 12 de março de 2012

O inacreditável Credo Católico (1/5)

O Credo católico, também chamado Credo niceno ou niceno-constantinopolitano, por ter sido fixado no Concílio de Niceia, em 325, e alterado no de Constantinopla, em 381, apresenta-se actualmente com várias versões. Eis a da Conferência Episcopal Portuguesa: Creio em um só Deus, Pai todo poderoso, Criador do Céu e da Terra, De todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus. E encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria. e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras; e subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai. De novo há-de vir em sua glória para julgar os vivos e os mortos; e o seu Reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos Profetas. Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só baptismo para a remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e vida do mundo que há-de vir. Amém. Dissequemos, então, ponto por ponto, as afirmações em que um crente tem de fazer fé: «Creio em um só Deus, Pai todo poderoso, Criador do Céu e da Terra, De todas as coisas visíveis e invisíveis.» Que tenha de haver um só Deus, já que é infinito e dois infinitos forçosamente se conteriam um ao outro, aceite-se. Agora, porquê “Pai todo poderoso”?, porquê “Criador do Céu e da Terra e de todas as coisas visíveis e invisíveis”? Ainda está por provar – alguém o conseguirá? – que no início dos Tempos – quando? e o que havia antes do início? – houve um Criador que se lembrou – dizem os teófanos, “por amor” – então, por um acto de amor que lhe deu naquele momento (sendo Ele eterno, que incongruência, santo Deus!), de criar Céus e Terra, melhor, o Universo visível e invisível. Aliás, pelo que conhecemos, haverá apenas tempo para os seres que, por evolução, ora vão sendo uma coisa ora outra, ora animal, ora planta, ora pedra... e que tudo seja eterno, nada se perdendo, no rodopiar do Tempo “eterno”, mas tudo continuamente se transformando, do átomo às estrelas, às galáxias, ao próprio Universo; obviamente, passando pelo Homem, nós, cada um de nós, grão de poeira nesta colossal engrenagem! A admitir um Criador, melhor, um transformador, esse teria, terá de ser o próprio TODO em que tudo se move e evolui. Nunca um Deus-Pai... Nunca um ser antropomórfico ou à maneira de Homem ou da sua natureza organizacional, chamando-se de Pai, estando fora do sistema, sentado no seu pedestal num lugar inexistente... Será este TODO que, filosoficamente - e teologicamente também, se quisermos ter uma ideia de Teologia não partidarizada, não inerente a uma determinada religião, mas como o estudo da história religiosa do Homem - nos vai levar à proposta do tal Deus da Harmonia Universal, Deus baseado na Ciência e no Conhecimento, aceitável e compreensível aos olhos da razão – a única capaz de aquilatar da veracidade de tudo o que rodeia o Homem, obviamente também a sua religião – assunto de que nos ocuparemos em breve, aqui. Uma religião que todos compreenderão, pois sem mistérios, sem fundamentalismos ou radicalismos exclusivistas e que, portanto, todos – a humanidade inteira! – poderá e deverá seguir. Grande Religião!

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