domingo, 12 de dezembro de 2010

“Sou o homem mais religioso do mundo...” (3/3)

    Ao decidir-se pelos caminhos da Razão e da Ciência, o Homem deixa de acreditar em Paraísos e Infernos inexistentes e em eternidades fruto da fantasia de alguns que se disseram – e outros o disseram, e continuam a dizer, por escusos interesses! – iluminados e provindos de Deus, sendo mesmo filhos do próprio Deus! Ora Filhos ou partículas de Deus qualquer ser o é: animado ou inanimado. Cada um partilhando desse Deus da melhor maneira que lhe coube em sorte, nesta fantástica aventura da existência do Universo e, nele, um Sol em cujo sistema planetário apareceu uma Terra, Terra onde há c. de 3500 milhões de anos brotou da matéria inerte a Vida a qual viria a desembocar neste ser magnífico que é o Homem – apenas há c. de 5 milhões de anos, que é um “ontem” em relação ao tempo universal! (Para perceber melhor como brotou a vida da matéria inerte, veja-se a experiência laboratorial de Stanley Miller, anos 50 do séc. XX, na qual recriou as condições primitivas que permitiram tão milagroso fenómeno). Mas tal como o Sol, tal como as estrelas, o Homem, cada Homem começa um dia e noutro acaba inexoravelmente, não podendo pretender ser excepção da “Criação” ou do sistema que um dia lhe outorgou a vida e vida racional... Também como o Universo? – Ninguém sabe. E não sabemos se algum dia a Ciência conseguirá desvendar o mistério!
    Este tipo de pensamento, liberto que seja dos mitos e fantasias criados pelas religiões e impostos ao Homem, sobretudo ao ignorante, levará o mesmo Homem à necessidade de construir uma Sociedade justa e fraterna e a pautar a sua vida por dois grandes pensamentos de carácter filosófico-existencial: “Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida; tenho de o viver o melhor possível!” e: “Cada momento de vida desperdiçado é momento de vida desperdiçado para sempre pois tudo passa e nada se repete!” Aliás, na linha dos poetas e filósofos latinos: “Vita brevis! Carpe diem!” (A vida é breve! Aproveita bem cada dia!) Ou ainda seguindo a Bíblia, no seu livro da Sabedoria: “Não te prives de um só prazer legítimo... Tudo quanto possuis vais deixar para os outros que vierem depois de ti.”
A conclusão só pode ser uma: em cada dia que se levanta, em cada noite que cai, a cada raio de Sol que nos ilumina a face ou brisa que nos acaricia a mente, a cada sentido que se nos inebria de prazer..., deveremos bendizer, em agradecimento, o inefável e sempiterno Deus da Harmonia Universal que, não tendo forma humana, ao modo dos deuses das religiões conhecidas, é o mais credível porque n’Ele somos desde o nosso início até ao nosso fim, como n’Ele são todos os seres que um dia tiveram o privilégio de receber esta dádiva fantástica - e gratuita! - que é a VIDA!... Então, digamos permanentemente: “Muito obrigado, Muito obrigada, meu Deus!” Até que a vida se nos acabe! E, sem mágoa – pelo contrário, felizes por termos participado na saga da Vida – dizermos adeus e um “Até sempre!” seja qual for a sorte que couber aos átomos e moléculas que um dia formaram este belo ser da criação que fomos NÓS! Sorrindo!...
(Repetimos: sobre o tema, veja-se o final do livro, disponível na Net e livrarias, “Um Mundo Liderado por Mulheres”)

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