À procura da
VERDADE no livro de AMÓS 3/4
- “Javé (…) de Jerusalém faz ouvir o seu grito (…)”
(Am 1,2)
- E comenta-se: “Este brevíssimo oráculo introduz
toda a actividade
de Amós, apresentando-a como manifestação do único Deus vivo,
que habita em Jerusalém e está acima de qualquer divisão interna do
povo.”
(ibidem)
- É uma afirmação que não se percebe se é
interpretação do
que diz Amós ou opinião do comentarista. De qualquer modo,
oferece-se-nos perguntar a um ou a outro: Que manifestação?
Porquê de Deus?
Porquê habita em Jerusalém? Como? É um
habitar simbólico ou… real? Se é
simbólico, como é plausível, que
realidade representa? Uma força que tende a
introduzir-se nos
habitantes de Jerusalém? A força da Palavra e da Lei de
Moisés?
O enigmático “Santo dos Santos” do Templo, onde se guardava a
Arca da
Aliança, ainda não muito distante na memória colectiva de
um povo vindo do
deserto, guiado por Moisés? Tantas perguntas sem
resposta, santo Deus!…
- “Pai e filho dormem com a mesma mulher, profanando
assim o
meu Nome santo. (…) Entre os vossos filhos, escolhi profetas
e entre os
vossos jovens, escolhi homens consagrados. (…) No
entanto, embriagastes os
homens consagrados e tapastes a boca dos
profetas.” (Am 2,7-12)
- As perversões sexuais, recorrentes ao longo de
toda a Bíblia,
continuam a ser das mais visadas nos oráculos. Aquele povo era
realmente difícil… até para Deus!
- “Escutai esta palavra, vacas de Basã (…): vós que
oprimis os
fracos, maltratais os necessitados e dizeis aos vossos maridos (…)”
(Am 4,1)
- O termo “vaca” não é nada meigo para as “nobres”
senhoras da
Samaria!… E repete o “nosso” comentador: “A História de Israel
está
cheia de advertências: fome, sede, calamidades de todo o
tipo, pestes, guerras
e inúmeros desastres. Estes flagelos porém,
não levaram à conversão; pelo
contrário, manteve-se a prática da
injustiça.” (ibidem)
E, então, qual a conclusão? Continuamos a aceitar
Israel como o
“povo eleito”? Não descredibiliza um Javé já tão fragilizado
pelos seus “instintos” bélicos e sanguinários, sendo chamado porfiadas
vezes
“Senhor dos exércitos”, pela sua ira incontida contra os
inimigos de Israel,
pela sua espada vingadora sempre pronta a ser
brandida, e por outros” mimos”
com que é apelidado pelos autores
“sagrados” que, em vez de O elevarem ao Céu,
o fazem mais humano
do que qualquer humano?
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