sábado, 20 de abril de 2024

Afinal, qual a finalidade da Vida do Homem?

 Sofrer ou divertir-se?

À pergunta existencial: “Afinal, o que faço eu aqui?”, pode facilmente responder-se: “Vivo para me divertir.”

A VIDA – essa força misteriosa da Natureza que explodiu, neste planeta TERRA, há cerca de 3.5 mil milhões de anos e que, de evolução em evolução, “viu” aparecer muitas espécies e desaparecer muitas outras, chegando ao estado actual em que uma espécie evoluiu de tal modo que desenvolveu um cérebro capaz de raciocínios abstractos, espécie a que se deu o nome de Homem e que partilha o Planeta com milhares de milhões de outras, animais, plantas, fungos, bactérias, vírus – a VIDA deverá encher de alegria os incontáveis universos (que não só o “nosso”), espalhados pelo ESPAÇO infinito onde toda a realidade se desenrola. 

Aliás, o ESPAÇO infinito vai ser por muitos milhares de anos, o MISTÉRIO DOS MISTÉRIOS para a Ciência, dadas as limitações profundas das capacidades intelectuais dos humanos. É que ficamos “aterrorizados” ao constatarmos as colossais distâncias em que os astros – planetas, estrelas, cometas, galáxias, nebulosas, enfim, todos os astros – se movimentam e se atraem e se repelem, movidos por uma não menos misteriosa Força Gravítica, apesar dessas colossais distâncias. E num ESPAÇO que tudo leva a crer que seja infinito, logo eterno! Tal como DEUS, ou o próprio DEUS!

O HOMEM! Nós! 

Tivemos a sorte de termos vindo à VIDA. Aparecemos no Tempo – categoria metafísica existente apenas para quem ou o que alguma vez começa – com a única certeza absoluta de que vamos desaparecer no Tempo, após um certo tempo: com sorte, uma centena de anos!

E voltamos à pergunta-chave da nossa existência: “Para quê, se aparecemos e, inexoravelmente, desaparecemos e… para sempre? E sem deixar rasto ou se deixarmos será sempre por um brevíssimo espaço de tempo, dado o Tempo Universal”?

Olhando à nossa volta – mesmo para dentro de nós, ser complexo que somos no corpo e na alma – vemos que há muitos humanos que, por factores vários, uns de ordem pessoal e hormonal ou intelectual, outros por má sorte, levam vidas desgraçadas, com sofrimentos inauditos, limitações que lhes tornam amarga a mesma vida, desejando muitas vezes não ter nascido.

No entanto, a maior parte é feliz, no corpo e na alma, e tenta ou luta diariamente por manter essa “felicidade”. Mas a felicidade consigo próprio, no ambiente familiar, no social de amigos e colegas de emprego, com ou não projecção mundial, não é fácil e depende da capacidade de cada um de se adaptar a si próprio, ao meio que o rodeia e ainda às circunstâncias que se lhe deparam no dia-a-dia.

Uma “regra” que vem no ADN: fugir ao sofrimento, fugir à morte, ao mesmo tempo que se procura o prazer!

Então, qual será a resposta à pergunta “Para quê?”. Não há dúvida que o melhor da vida é o divertimento/prazer, divertimento físico e intelectual. Divertimento, no sentir-se bem consigo, sentir-se bem em ambiente familiar, depois no ambiente social e laboral e em todas as actividades, mais ou menos difíceis e desafiantes, mas que, aproveitadas com inteligência, não geram angústia nem stress, mas o tal prazer, prazer que até se pode encontrar nessa angústia perante o desconhecido ou nesse stress, perante a competitividade desenfreada, tal é a saga das sociedades em que vivemos.

Aqui, constatamos que há muitos que, por falta de inteligência ou vítimas de um ADN desfavorável quanto à assertividade com que reagem a pessoas e circunstâncias, são infelizes e sofredores e fazem sofrer os outros tornando-lhes a vida negra e sufocante, chegando ao suicídio e ao assassínio, como acontece nas guerras entre vizinhos ou na violência doméstica levada ao extremo.

Mas é assim que temos o Mundo e o Homem dentro dele. Sempre evoluindo, porque na Natureza e no Universo, tudo está em contínuo movimento, nada se perdendo mas tudo se transformando, indo do mesmo ao mesmo através do DIVERSO. Nós, agora, somos o Diverso de qualquer coisa que já foi e que se seguirá a nós…

Realidade trágica ou… fantástica, porque tivemos a sorte de ter vindo à VIDA e conhecer esta realidade? – Eu prefiro o FANTÁSTICO!

E não me preocupo nada com a monótona e implacável sincronia do Tempo, envelhecendo-me a cada momento que passa, por nada poder fazer contra ela.

Quando chegar a minha hora de partir, espero poder dizer: valeu a pena ter vindo à VIDA!

Ou, mais contundente: EU VALI A PENA! Aproveitei ao máximo o tempo que me foi dado, divertindo-me e divertindo.

E… com um grande grito de “VIVA A VIDA!”, outro ainda maior: “DIVIRTA E DIVIRTA-SE, CARAMBA”!

 

sábado, 13 de abril de 2024

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 401/?

 

À procura da Verdade nas Cartas de Paulo 

 Primeira Carta aos Coríntios - 9

 Como o tema da ressurreição, tanto de Cristo como de todos os mortos, é complexo, Paulo continua tentando explicar a sua veracidade. Mas – infelizmente – o que ele vai debitando não só é confuso, como não provado, entrando em sofismas nas afirmações que faz. Eis algumas:

– “Se nós pregamos que Cisto ressuscitou dos mortos, como é que alguns entre vós dizem que não há ressurreição dos mortos?” (15,12)

– Não se percebe, como é óbvio, a admiração de Paulo. Então, ele acha que é por pregar a ressurreição de Cristo que essa ressurreição aconteceu mesmo e que daí todos os mortos ressuscitam? Não vê que é um sofisma sem qualquer possibilidade de aceitação? E, agora, vêm as célebres frases (frases que contêm em si a prova daquela impossibilidade):

– “Se não há ressurreição dos mortos, então Cristo também não ressuscitou e se Cristo não ressuscitou a nossa pregação é vazia e também vazia é a fé que tendes. Se os mortos não ressuscitam então somos testemunhas falsas de Deus…” (15,13-15)

– E continua, repetindo-se e argumentando na mesma linha, o que não leva a conclusão alguma provada, mas apenas à confirmação de que, pelo facto de ele acreditar e pregar a ressurreição de Cristo, em nada prova a sua verdade ou credibilidade.

E aqui concluímos com Paulo que é bem verdade que se Cristo não ressuscitou, é vã a sua pregação e é vã a fé dos fiéis porque pregam uns outros acreditam em supostos factos ou factos falsos. E como Cristo não ressuscitou, nenhum morto ressuscitará. Nem ressuscitou desde que o Homem apareceu à face da Terra, há apenas uns 4 milhões de anos, encimando actualmente a linha dos primatas, não se sabendo até quando, tudo dependendo da evolução da vida na Terra, Terra que ainda terá mais uns 4,5 mil milhões de anos de vida… Mas Paulo ainda tenta mais uma explicação:

– “O corpo é semeado (compara com a semente que se deita à terra: “Aquilo que semeias não volta à vida a não ser que morra.”) corruptível, mas ressuscita incorruptível…, glorioso…, cheio de força…, espiritual.” (15,36-44)

Depois, continua, às vezes delirando:

– “Nem todos morremos, mas todos seremos transformados, num instante, ao som da trombeta final. A trombeta tocará e os mortos ressuscitarão incorruptíveis. De facto é necessário que este ser corruptível seja revestido de incorruptibilidade…” (15,51-53)

Comentaremos no próximo texto de análise crítica.

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 400/?

 À procura da Verdade nas Cartas de Paulo

 Primeira Carta aos Coríntios - 8

 – “Cristo morreu pelos nossos pecados… foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras… e apareceu a Pedro, aos doze, a mais de quinhentos irmãos, a Tiago, aos apóstolos e também a mim… Aqui está o que nós pregamos…” (15,3-11)

– Analisemos:

Primeiro, Cristo morreu mas não para redimir qualquer pecado. Isto é pura invenção. Aliás, que pecados? O dito pecado original, não, porque simplesmente não existiu já que os seus supostos autores, Adão e Eva, também não existiram. Depois, ter ressuscitado e ter aparecido a muitos dos seus, também não pode ter sido verdade. Apenas suposições incongruentes. Já explicámos lá mais atrás, aquando da análise dos evangelhos, que a ressurreição é impossível ao ser humano e que, no caso de Jesus, as várias narrativas não são coincidentes e, em alguns trechos, contraditórias. E, já o dissemos, se Cristo pretendia que acreditassem nele e na sua ressurreição, não aparecia aos seus ou não aparecia só aos seus mas também aos seus algozes e aos que o condenaram e a todo o povo. Era o mínimo que se exigia de uma pessoa inteligente para atingir os seus objectivos. Então porque não o fez?

Depois, aquele “conforme as Escrituras” também não colhe já que as Escrituras não têm qualquer valor em termos de credibilidade histórica, como já provámos por variadíssimas vezes. Nem muito menos são de inspiração divina: Deus teria ficado muito mal ao inspirar tanta narrativa de guerra, tanta história infantil que nada tem a ver com a realidade que a Ciência vai descortinando, enfim, tanta ignorância…

A Paulo, acreditando no que vai dizendo, aceita-se que diga: “Aqui está o que nós pregamos.” Mas o que é falso não se torna verdadeiro por se acreditar nele, seja qual for o crente, Paulo ou o Papa ou o próprio Jesus a quem chamaram de Cristo. Por isso, nós dizemos que o que ele prega é falso e sem conteúdo que corresponda à Verdade.

Eis a VERDADE: 1 – Jesus não foi concebido por obra e graça do Divino Espírito Santo no seio de Maria Virgem; 2 – Não era filho de Deus; 3 – Não morreu para redimir o Homem do pecado; 4 – Não ressuscitou e não subiu aos Céus, céus que não existem...

Enfim, Jesus pregou um Céu inventado, com um Deus-Pai inventado, uma vida eterna impossível a qualquer ser vivo que aparece no Tempo e ao Tempo pertence, corpo e alma, seja animal seja planta, alimentando-se da Terra onde nasce e onde morre… Esta a VERDADE de qualquer ser vivo!

O que os inventores do Cristianismo quiseram fazer foi simplesmente “dar voz” aos anseios de eternidade que calam fundo no coração do Homem, embora sabendo racionalmente que um ser que começa no Tempo, tem forçosamente de acabar no Tempo e… para sempre! Realmente, o Homem não é mais do que um bocado de matéria energizada, que, sendo NADA, começou em duas moléculas – uma masculina e outra feminina – formou-se num ser, desenvolveu-se, viveu, morreu, voltando ao NADA donde veio, num fantástico processo em que nada se perdeu, mas tudo se foi transformando, indo do mesmo ao mesmo através do diverso, ficando átomos e moléculas que o compuseram disponíveis para novas “aventuras”. 

Fantástico e… REAL!

quinta-feira, 28 de março de 2024

Ressurreição: algo de real ou apenas mito?

 

Da impossível ressurreição de Jesus, a quem chamaram o Cristo

 Os factos que apontam para a sua inequívoca falsidade

 A análise CRÍTICA e IMPARCIAL, para ser válida, tem de ser feita a partir de dentro, isto é, a partir das narrativas dos evangelhos, começando logo por advertir que, ontologicamente, não é possível a nenhum ser vivo morrer e ressuscitar, pois cada um cumpre o seu ciclo vital: nascer, viver e morrer. Portanto, nunca houve nem haverá nenhuma ressurreição. Só por magia ou na fantasia de alguns.

Em assunto de tão magna importância para o Cristianismo, seria de esperar unanimidade naquelas narrativas. No entanto, constatamos acentuadas divergências, embora sendo constante, nos quatro, o momento do dia: “primeiro dia da semana, de madrugada” e a vidente “Maria Madalena”.

Resumamos:

Mateus: Envolve o “acontecimento” de mais dois ou três milagres além de pôr dois anjos a remover a pedra e a mostrar a Maria Madalena e à outra Maria o túmulo vazio, dizendo que Jesus tinha ressuscitado e seguira para a Galiléia onde se encontraria com os discípulos.

Marcos: Mais sóbrio, fala em três mulheres: Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé; a pedra já estava removida e dentro do túmulo estava um anjo que lhes disse mais ou menos o que os dois anjos de Mateus disseram.

Lucas: Acrescenta alguns pormenores. Fala em três mulheres específicas: Maria Madalena, Joana e Maria mãe de Tiago, substituindo a Salomé de Marcos pela Joana, mas também em outras mulheres que estariam presentes na cena; a pedra estava removida e dois homens (não anjos) com vestes brilhantes contaram-lhes mais ou menos o que Mateus e Marcos disseram. Ao anunciarem aos discípulos o acontecido, Pedro não acreditou nelas e foi constatar que o túmulo estava realmente vazio.

João: Mais prolixo e mais confuso. Primeiro, coloca Maria Madalena (e mais nenhuma mulher) a ir ao sepulcro; ao constatar que a pedra estava removida, Madalena foi avisar Pedro e João; estes correram e, verificando o facto, foram-se embora. Madalena continuou junto ao túmulo a chorar; entretanto, viu dois anjos lá dentro que lhe perguntaram porque chorava. Depois, o próprio Jesus apareceu-lhe como se fosse o jardineiro. Reconhecendo-o, quis abraçá-lo mas Jesus não permitiu e Madalena voltou a anunciar o acontecido aos discípulos.

Estes narradores, lançada que foi a “pedra” falsa da ressurreição, tiveram de alicerçá-la com acontecimentos posteriores: as aparições de Jesus ressuscitado, mas sempre e só aos seus discípulos e a alguns escolhidos, comendo e bebendo com eles, entrando com as portas fechadas, no local onde eles se encontravam, havendo aquela cena – cena apenas narrada por João, cujo evangelho é escrito uns 50/60 anos após os factos, o que leva por si a desconfiar da sua veracidade (Jo, 20, 26-27) – do incrédulo Tomé que, para acreditar, foi convidado por Jesus a meter a mão no lado do peito e o dedo no buraco dos pregos das mãos… (Afinal, não se sabendo que tipo de corpo teria o ressuscitado para comer e beber, mas também passar por portas e janelas fechadas...)

Finalmente, puseram Jesus a subir aos Céus.

E aqui está, além dos já mencionados e outros desencontros que não referimos, o grande problema da ressurreição e a nossa convicção da sua total falta de credibilidade. Se Ele era a Luz do Mundo, teria de se mostrar, ressuscitado, a toda a gente, pelo menos a todos os daquela região. O facto de só aparecer a alguns eleitos deita por terra todos os objectivos da suposta missão de um suposto filho de Deus vindo à Terra para salvar o Homem e oferecer-lhe a Vida eterna. Só atingiria tais objectivos, se aparecesse a todo o povo, sobretudo aos seus agressores, tanto judeus como romanos. Tão simples quanto isso!

Se qualquer inteligência humana era o que faria, não se pode exigir menos de uma inteligência divina…

Nem adianta Paulo, escrevendo uns 30 anos após os factos, dizer que “Se Ele não ressuscitou é vã a nossa fé.” (1Cor, 15-14). Obviamente, dando o facto como certo, queria convencer disso os crentes na nova religião que ele estava a ajudar a fundar, alicerçando-a exactamente na ressurreição dos mortos. Se lá tivéssemos estado, tê-lo-íamos contestado e ele ficaria seguramente sem resposta para nos dar…

Então, poderemos concluir que as grandes bases do Cristianismo – a ressurreição e a vida eterna – assentam em "areias movediças" sem qualquer credibilidade.

E é esta falsidade que as Igrejas cristãs continuam a “impor” aos seus crentes, em domingos de Páscoa florida…

MAS VIVA A FESTA E HAJA MUITAS AMÊNDOAS!

sexta-feira, 22 de março de 2024

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 399(?

 

À procura da Verdade nas Cartas de Paulo

 Primeira Carta aos Coríntios - 7

 – “As profecias desaparecerão,

As línguas cessarão, a ciência também desaparecerá.

Pois o nosso conhecimento é limitado

Limitada é também a nossa profecia.

Mas quando vier a perfeição, desaparecerá o que é limitado.” (13, 8-10)

– Paulo torna-se confuso, pois a que profecias se referia, se não há profetas nem profecias mas apenas suposições a partir de factos ou de experiências? Depois, a ciência não desaparece por o conhecimento ser limitado; pelo contrário: investiga e esforça-se por encontrar a Verdade. Mais: a perfeição nunca se alcançará, pois o Homem é, por sua própria natureza, um ser imperfeito porque limitadíssimo, no corpo e na alma, face ao Tempo, ao Universo, ao Espaço Infinito... Este excerto que ainda pertence ao poema sobre o Amor, Paulo perdeu a inspiração e a... lógica.

– “Quando eu era criança, pensava como criança, falava como criança, raciocinava como criança. Agora que me tornei adulto, deixei o que era próprio de criança.” (13, 11-12)

– Óbvio! Também uma frase sem qualquer interesse.

– “Agora vemos como em espelho e de maneira confusa; mas depois, veremos face a face.

Agora, o meu conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido.

Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança, e o amor.

A maior delas, porém é o AMOR!” (13, 12-13)

– Mais uma fantasia de Paulo. Primeiro, o meu conhecimento será sempre limitado. Depois, veremos face a face o quê? E o que é isso de “ver como sou conhecido”? Que o AMOR seja maior que a fé e a esperança não temos dúvidas.

De qualquer modo, parabéns a Paulo por este belo poema!

– “Eu desejo que todos vós faleis línguas, mas prefiro que profetizeis.” (14,5)

“Que as mulheres fiquem caladas nas assembleias… Devem ficar submissas… Se desejam instruir-se, perguntem aos maridos em casa…” (14,34-36)

– Não se percebe bem o que é para Paulo profetizar e mesmo falar línguas. Dá impressão de querer valorizar algumas capacidades dos que se iam juntando ao rol dos cristãos. Mas passemos à frente e ao facto de querer que as mulheres estejam caladas nas assembleias e que perguntem aos homens o que não perceberam. Há pouco, era o véu obrigatório, agora é o não poderem falar e questionar. Enfim, era a mentalidade da época e da cultura judaica e este “rebaixar” a mulher e sujeitá-la ao homem irá manter-se até aos nossos dias, na maior parte das culturas, com o exagero aberrante do uso da burca na cultura muçulmana.

sábado, 16 de março de 2024

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 398/?

 

À procura da Verdade nas Cartas de Paulo 

Primeira Carta aos Coríntios – 6

 – “Vós sois o corpo de Cristo e sois seus membros, cada um no seu lugar que Deus lhe estabeleceu na sua Igreja, sendo por ordem: Apóstolos, profetas, mestres, os que têm o dom dos milagres, das curas, da assistência, da direcção, o dom de falar línguas. (12, 27-28)

– Como mentor a que se arvorou e arauto do Cristianismo, Paulo inventa todas aquelas categorias que formariam o corpo da Igreja nascente. Mas – com franqueza! – tendo sido ele que inventariou aquelas funções, como diz que foi Deus que lhes estabeleceu um lugar na sua Igreja? E Deus tem uma Igreja?

Aliás, Deus, para Paulo, era o tradicional Javé dos judeus, agora vestido de roupagem nova, como sendo Deus do Amor e não o guerreiro do AT que lutava sempre ao lado do povo hebreu, protegendo-o e favorecendo-o nas batalhas e conquistas, sempre de uma crueldade extrema e estúpida, pois, nelas – segundo a “Sagrada” Bíblia – passavam tudo a fio de espada: homens, mulheres, crianças e animais…, com o aplauso e conivência do mesmo Deus Javé! Grande Deus, aquele Javé sanguinário!

É, obviamente, uma visão de Deus muito mesquinha, por muito humana, nada tendo a ver com o Deus realmente existente, ETERNO e INFINITO que, por isso, “tem mais que fazer" do que andar preocupado com sua excelência o Homem! Que presunção, meu Deus, e que ignorância estupidificante, pensar Deus de tal modo!

Segue-se o conhecidíssimo poema de Paulo sobre o AMOR. Lindo! Inspirado aquele Paulo, naquele momento! Vale a pena transcrevê-lo na íntegra e… com poucos comentários.

– “Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos,

Se não tivesse amor, seria como sino ruidoso ou como címbalo estridente.

Ainda que tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência,

Ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas,

Se não tivesse amor, nada seria.

Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos,

Ainda que eu entregasse o meus corpo às chamas,

Se não tivesse amor, nada disso me adiantaria.

O amor é paciente, o amor é prestativo.

Não é invejoso, não se ostenta não se incha de orgulho.

Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse,

Não se irrita, não guarda rancor.

Não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade.

Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor jamais passará…” (13, 1-8)

– Aqui, perguntaríamos o que era para Paulo o Amor. É que sabemos que o AMOR tem muitas nuances e muitos graus, desde a amizade, à paixão, ao amor propriamente dito que será a entrega de dois seres um ao outro, com todos os predicados acima enunciados. Mas tudo ao nível do humano, da emoção, dos sentimentos, não sendo a religião nem Deus – o suposto amor de Deus pelos Homens – para aqui chamados.

E amar verdadeiramente não é tarefa humana fácil. É que isto de ser paciente, prestativo, não invejoso, não orgulhoso, não inconveniente, não procurando o seu interesse, não se irritando nem guardando rancor, alegrando-se apenas com a justiça e a Verdade, tudo desculpando, em tudo acreditando (sem se ser ingénuo, claro!), tudo esperando, tudo suportando…, exige muito de uma pessoa. E as pessoas têm os seus limites. Muitos limites mesmo...

Dizer que o amor jamais passará cremos que seja muito assertivo, pois, bem analisadas as coisas da vida quer privada, quer social, quer em política a nível mundial, é o amor – e o seu contrário: o ódio – que fazem mover o mundo…

sábado, 9 de março de 2024

Onde a Verdade da Bíbli? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 397/?

 

À procura da Verdade nas Cartas de Paulo – 397/?

 Primeira Carta aos Coríntios - 5

– “O homem não deve cobrir a cabeça porque é imagem e glória de Deus; mas a mulher é a glória do homem. Pois o homem não foi tirado da mulher mas a mulher foi tirada do homem.” (11,7)

– Paulo continua a basear-se na Bíblia. Ora, sobre a credibilidade da Bíblia já dissemos tudo, quando fizemos aqui a análise crítica do AT.

Resumindo: a Bíblia do AT, nas suas duas partes – Livros de leis e históricos e livros sapienciais e proféticos – não é mais do que a história do povo hebreu, eivada de lendas e misticismos, por um lado, por outro, a recolha feita pelos sacerdotes, nos anos 500 AC, aquando no cativeiro da Babilónia que se prolongou por 80 anos, de orações ao seu deus Javé, histórias mais ou menos exemplares, profecias depois dos factos acontecerem…, mostrando a cultura da época e daquele povo, nada tendo a ver com ser a Palavra de Deus.

Por isso, não podemos dar qualquer credibilidade a Paulo, quando se baseia na Bíblia e suas histórias da "Carochinha" para provar o que está afirmando.

– “E o homem não foi criado para a mulher, mas a mulher foi criada para o homem. Sendo assim, a mulher deve trazer sobre a cabeça o sinal da sua dependência, por causa dos anjos.” (11, 8-10)

– Aqui, Paulo estragou por completo os laivos de equidade que atrás referiu na relação homem-mulher. E que sinal de dependência deve a mulher trazer sobre a cabeça? E… por causa dos anjos, personagens que não existem ou existem apenas no imaginário das pessoas que os inventaram? Temos vontade de exclamar: “Pobre Paulo e pobre religião que o tem por… Doutor!”

– “Recebi pessoalmente do Senhor aquilo que vos transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim.» (11,23-24)”

– Aqui está a primeira vez que tal frase foi proferida na Igreja e que continua a proferir-se nas missas para os fiéis acreditarem que, àquelas palavras, por magia divina – seja lá isso o que for! – aquela hóstia se transforma no corpo do homem-deus – ou Filho de Deus! – de nome Jesus e a quem chamaram de Cristo, o Enviado do Pai, o Messias, o Salvador que, ao morrer na cruz, (coisa estapafúrdia totalmente contrária ao apregoado Deus de Amor) redimiu o Homem do pecado original – coisa que não existiu, pois os seus autores – Adão e Eva – também não existiram, e lhe ofereceu o Céu… por toda a eternidade. E foi a chamada EUCARISTIA! Temos também vontade de exclamar: “Viva a fantasia de alguns homens”! E também: “Viva a capacidade de milhões acreditarem nesse punhado de homens que tal inventaram!”

– “Por isso, todo aquele que comer do pão e beber do cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor…, come e bebe a própria condenação.” (11,27-28)

– Mais uma afirmação que não faz qualquer sentido já que nem o pão é corpo nem o vinho é sangue do Senhor que não foi Senhor, mas apenas um judeu com ideias revolucionárias, ideias pelas quais veio a morrer por serem contrárias às politiquices religiosas da altura, digladiando-se sacerdotes, escribas e fariseus que foram chamados por Jesus de hipócritas e sepulcros caiados de branco…

E aquele “Recebi pessoalmente do Senhor” só revela que Paulo confundia sonhos ou fantasias com a realidade, querendo transformar aqueles nesta.