O Destino e a saga de qualquer SER VIVO
Nascer é realmente fantástico: do nada ou, se quisermos, de um impulso vital entre dois seres já existentes – seja lá isso o que
for! – unem-se células masculinas e femininas para gerar um novo ser. Com uma
energia, uma força de viver que rapidamente ganha autonomia, mesmo dentro
do corpo da mãe, não se coibindo de lhe gastar estrutura óssea ou molecular
para se alimentar, formar, crescer e… vir ao mundo para ver o Sol brilhar… Um
milagre! Não como os das religiões – todos falsos, todos inventados com
propósitos vários – mas milagre real a dar sentido ao mistério que é a própria VIDA.
Depois, a Vida é tantas vezes fantástica e
há tantas coisas fantásticas na Vida que não sabemos por onde começar a
enumerá-las. Talvez a mais importante, por ser a mais comum a todos, seja o próprio impulso que leva o ser a multiplicar-se para que a espécie não se extinga. E isso envolve paixão
física, paixão emocional, paixão sentimental em que o físico e o psíquico (no
caso do Homem e talvez da maior parte dos primatas) se misturam num sentimento
chamado AMOR, embora muitas vezes não passe de uma atracção física
irresistível.
Isto no Reino animal. No vegetal, a falta de órgãos sensoriais sanguíneos gera toda uma outra dinâmica não menos bela não menos fantástica de pólens que se cruzam, de sementes que voam, de carbono que é absorvido e oxigénio que é libertado e que é vital para a respiração do mundo animal, de seivas que circulam e alimentam o ser. Mas lá está, no seu ADN, o misterioso impulso vital para que a espécie não se extinga!
E, quanto a nós, é fantástico tudo o que deleita
os nossos sentidos, tudo o que nos enche a alma, tudo o que nos faz sorrir,
sonhar, amar…: a luz, as cores, as flores, a panóplia infinita de espécies
vivas (que também se multiplicam, tendo lá os seus “amores” e as suas
“paixões”…), a matéria e a energia que se manifestam em toda a realidade que
nos envolve e nos propicia a mesma vida. Não houvera Sol, nem água e não
existiria VIDA. Pelo menos, como a conhecemos. Enfim, o imenso prazer de pensar o fantástico e misterioso Universo onde este pequeníssimo astro que dá pelo nome de Terra, envolto em estrelas, teve um dia vida e um dia a perderá...
O outro lado, o lado menos bom, o lado por
vezes tenebroso da vida, existe mas não vale a pena ocupar-nos dele. Engloba
toda a dor, todo o sofrimento, todo o desespero do corpo e da alma, vivido em
tantos momentos que gostaríamos que não acontecessem. Mas, como inevitavelmente
acontecem devido à nossa finitude, à nossa fraqueza, à nossa muitas vezes tão
pouca inteligência no decidir a melhor opção perante situações ou – mais
dramático! – devido ao azar que nos bate à porta, o melhor é tentar
sorrir-lhe, ignorando-o como o mau da fita que é.
Finalmente, temos o Trágico. O Inevitável! O inexorável fim! E como é inevitável e inexorável, melhor mesmo é também ignorá-lo, simplesmente, para nos focarmos em aproveitar ao máximo o tempo que nos resta de Vida – seja qual for a idade! – esta aventura única e irrepetível para cada ser que vem à vida. E brindemos a cada nascer de dia! E festejemos todos os dias! E riamos! E deliciemo-nos com todo o Belo que nos invade os sentidos! E… amemos, cantemos, dancemos, dando festa à nossa alma e ao nosso corpo para que resista o mais possível e o mais tempo possível, tentando ir para além do inexorável Fim.
E também não vale a pena concluir nem dizer o que será o tenebroso DEPOIS! Os ignorantes dizem conhecê-lo e falam em eternidade; os sábios dizem que nada sabem a não ser que não há eternidade nenhuma para o que pertence ao Tempo...
Então, lancemos apenas um grande, um enorme, um fantástico, um imenso grito que ecoe para lá do
Universo: VIVA A VIDA, CARAMBA!... Enquanto há VIDA!
Interrompemos aqui a publicação de textos para umas merecidas férias. Os leitores, como não tiveram tempo ao longo do ano para os lerem, podem fazê-lo agora. E... divirtam-se que é para nos divertirmos que viemos à VIDA!!!
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