À procura da
VERDADE no livro de JONAS – 2/2
- “Pegaram em Jonas e lançaram-no ao mar. (…) Javé
enviou um
peixe muito grande para que engolisse Jonas. E Jonas ficou no ventre
do peixe três dias e três noites (…). Então Javé ordenou ao peixe que
vomitasse
Jonas em terra firme. (…) A Palavra de Javé foi dirigida
a Jonas pela segunda
vez, ordenando: «Levanta-te e vai a Nínive
(…)» Nínive era uma cidade
fabulosamente grande: tinha o
comprimento de uma caminhada de três dias (…) Os
moradores de
Nínive começaram a acreditar em Deus e marcaram um dia de
penitência (…) Deus viu o que eles fizeram (…). Então desistiu do
mal com que
os tinha ameaçado (…) «E será que Eu não devo ter
pena de Nínive, esta cidade
enorme onde moram mais de cento e
vinte mil pessoas que não sabem distinguir a
mão direita da mão
esquerda, além de tantos animais?»” (Jn 1-4)
- Diz-se em comentário: “Mesmo já arrasada quando o
livro foi
escrito, o nome de Nínive continua a ser o caso-tipo para uma
narrativa exemplar como esta. O profeta proclama a ameaça-apelo.
E vemos aí, na
capital de um império detestado pelo povo
escolhido, aquilo que nenhum profeta
conseguiu em Israel: a
totalidade dos moradores, da corte ao povo, dos humanos
aos animais,
abraça a causa da penitência e da conversão. Naturalmente, Deus
perdoa.” (ibidem)
- Quantas perguntas tal texto e tal comentário nos
suscitam!
Quem foi realmente Jonas? Personagem real ou
simbólica? Claro que
o peixe tem de ser simbólico como simbólicos têm de ser os
factos
de Jonas ser engolido, ter permanecido três dias dentro do peixe,
orando
ao Senhor, e depois ter sido vomitado em terra firme pelo
mesmo peixe, tudo por
ordem de Javé... E Nínive? Que área ocuparia
para levar três dias a percorrer? (Bem, aqui, é fácil admitir que estamos
no domínio da simbologia do nº 3, querendo exprimir-se apenas a
grandiosidade da cidade.) E como se converteu? E a quê? Que
penitência? Ou não é mais do que uma humana “história exemplar”?
Exemplar, certamente para os judeus, povo no qual os
profetas não
parecem ter tido muita aceitação ou sucesso…Também não deixa
de
causar certa perplexidade a simbiose hamano-animal em quem
o profeta, Javé e… o
“nosso” comentador parecem comprazer-se…
No entanto, este misturar contínuo de simbólico e
real retira
credibilidade a este como a outros livros que deveriam apresentar a
VERDADE clara e simples para que todos a pudessem entender.
E mais uma vez,
Deus continua a nível do humano: ameaça, tem
pena, perdoa… A novidade aqui é
que já não é ao povo eleito mas a
um povo pagão. A evolução é de realçar!
Enfim, deixemos Jonas – Jonas que, no final, displicentemente
e
incompreensivelmente, fica “irritado” com Javé por este ter
concedido total
perdão aos ninivitas convertidos… (Jn 4) – e partamos
para outras leituras…
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