À procura da
VERDADE no livro de AMÓS 2/4
(Do texto anterior:)
- Amós rogou uma praga ao seu “colega” Amasias. Esta
praga
teria sido uma vingançazinha humana ou uma “inspiração”
divina? -
perdoem-me a inocente ironia!
Mais: Sempre que se diz que o “povo escolhido” era
ainda pior que
o povo pagão, tal afirmação causa perplexidade. É que se põe
continuamente em causa a força e o poder de Javé ou a constatação
de um total
fracasso perante o povo que escolheu…
As dúvidas são muitas. Parece ser a prova acabada de
que
realmente Israel não era nem escolhido nem povo de Javé. Foi
apenas um povo
igual a tantos outros e em que floresceram umas
tantas consciências
“iluminadas”, uns arriscando a vida para
defenderem os seus ideais, outros fazendo-se
passar por
mensageiros-profetas de Javé para mais facilmente, no temor
e no
mistério, difundirem a sua mensagem, mensagem
normalmente denunciando a
corrupção dos que estavam no poder
religioso ou político, económico ou
judicial.
E ainda: Amós denuncia os que roubam e depois vão
rezar, pagar
o dízimo, dar esmolas… É! Há dois mil e oitocentos anos,
como
hoje! A mesmíssima coisa! A mesma utilização da “religião”
como mais convém! É
preciso estar de bem com Deus e com o
diabo, embora não se saiba muito bem onde
está cada uma destas
personagens... Então, Deus está no rezar? No dízimo
explorado
pelos Senhores do Templo? Nas esmolas dadas às vistas de todos
na
praça pública para que passe a imagem de benfazejos dos
pobres, dando afinal a
uns o que roubaram a outros, nada eles
perdendo do que tinham de seu?
E o diabo? Onde estará o diabo? Certamente, nos
crimes que Amós
denuncia, que hoje denunciamos, mesmo sem recorrermos à “boca”
de Javé… Isto, embora saibamos que o diabo não existe e o deus
das religiões
também não…
Só mais um “pormenor”: aquela denúncia dos juízes
que julgavam
conforme os subornos recebidos. Afinal, que mudou desde então
até
hoje? Não se passa hoje, exactamente o mesmo? Quantos
“grandes” são condenados
por crimes que estão à vista de todos
mas só os juízes bem subornados não
“conseguem” ver? Não estão
os tribunais cheios de pequenos criminosos, pequenos
delitos,
muitos deles cometidos pela necessidade da sobrevivência
numa
sociedade de ladrões e de açambarcadores e de… exploradores?
Que país se pode
orgulhar de uma justiça isenta de corrupção?
Finalmente: Quem, num cativeiro, não tem a esperança
de que a
situação mude de inferno para paraíso? Quem, sendo maltratado, não
se
“arrepende” do seu “pecado” e faz promessas de mudança de
vida? Onde o fundamento
para a afirmação: “conscientes de se
terem purificado do seu pecado”? Mas…
basta de interrogações!
Vamos ler mais, embora não saibamos se Amós fala sob a
inspiração de Javé ou se as avisadas, dolentes e solidárias ideias
explanadas, corajosas
embora, não são apenas suas…
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