terça-feira, 24 de julho de 2018

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 181/?



À procura da VERDADE no livro de AMÓS 2/4

(Do texto anterior:)
- Amós rogou uma praga ao seu “colega” Amasias. Esta praga 
teria sido uma vingançazinha humana ou uma “inspiração” 
divina? - perdoem-me a inocente ironia!
Mais: Sempre que se diz que o “povo escolhido” era ainda pior que 
o povo pagão, tal afirmação causa perplexidade. É que se põe 
continuamente em causa a força e o poder de Javé ou a constatação 
de um total fracasso perante o povo que escolheu…
As dúvidas são muitas. Parece ser a prova acabada de que 
realmente Israel não era nem escolhido nem povo de Javé. Foi 
apenas um povo igual a tantos outros e em que floresceram umas 
tantas consciências “iluminadas”, uns arriscando a vida para 
defenderem os seus ideais, outros fazendo-se passar por 
mensageiros-profetas de Javé para mais facilmente, no temor 
e no mistério, difundirem a sua mensagem, mensagem 
normalmente denunciando a corrupção dos que estavam no poder 
religioso ou político, económico ou judicial.
E ainda: Amós denuncia os que roubam e depois vão rezar, pagar 
o dízimo, dar esmolas… É! Há dois mil e oitocentos anos, 
como hoje! A mesmíssima coisa! A mesma utilização da “religião” 
como mais convém! É preciso estar de bem com Deus e com o 
diabo, embora não se saiba muito bem onde está cada uma destas 
personagens... Então, Deus está no rezar? No dízimo explorado 
pelos Senhores do Templo? Nas esmolas dadas às vistas de todos 
na praça pública para que passe a imagem de benfazejos dos 
pobres, dando afinal a uns o que roubaram a outros, nada eles 
perdendo do que tinham de seu?
E o diabo? Onde estará o diabo? Certamente, nos crimes que Amós 
denuncia, que hoje denunciamos, mesmo sem recorrermos à “boca” 
de Javé… Isto, embora saibamos que o diabo não existe e o deus 
das religiões também não…
Só mais um “pormenor”: aquela denúncia dos juízes que julgavam 
conforme os subornos recebidos. Afinal, que mudou desde então 
até hoje? Não se passa hoje, exactamente o mesmo? Quantos 
“grandes” são condenados por crimes que estão à vista de todos 
mas só os juízes bem subornados não “conseguem” ver? Não estão 
os tribunais cheios de pequenos criminosos, pequenos delitos, 
muitos deles cometidos pela necessidade da sobrevivência 
numa sociedade de ladrões e de açambarcadores e de… exploradores? 
Que país se pode orgulhar de uma justiça isenta de corrupção?
Finalmente: Quem, num cativeiro, não tem a esperança de que a 
situação mude de inferno para paraíso? Quem, sendo maltratado, não 
se “arrepende” do seu “pecado” e faz promessas de mudança de 
vida? Onde o fundamento para a afirmação: “conscientes de se 
terem purificado do seu pecado”? Mas… basta de interrogações! 
Vamos ler mais, embora não saibamos se Amós fala sob a 
inspiração de Javé ou se as avisadas, dolentes e solidárias ideias 
explanadas, corajosas embora, não são apenas suas…

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