sexta-feira, 9 de março de 2018

As Igrejas cristãs do futuro



Não sou Nostradamus, mas prevejo o futuro da religião cristã. Uma profecia que, de certeza, se realizará. Cedo ou tarde!
É que, cedo ou tarde – tudo depende da evolução mais ou menos rápida, em cultura e capacidade crítica da Humanidade – todas as religiões acabarão, dando-se total prioridade à Ciência e à Razão, tentando centrar no Homem toda a emoção de ter vindo à VIDA.
Culto e com capacidade crítica, o Homem tomará perfeita consciência da sua realidade como SER VIVO, ser pertencente ao Tempo e que tem apenas uma função enquanto tal: viver feliz e deixar descendência para que a espécie não se extinga. Como as capacidades, quer racionais, quer emotivas, quer executivas, de cada um poderão ser muito diferentes, não haverá um padrão comum de felicidade, mas terá cada um de construir a sua e dela dar testemunho para que outros, se gostarem, sigam o exemplo. Genericamente, sentir-se plenamente realizado, fazendo o que se gosta, contribuindo com seu saber para o bem comum da espécie, é sentir-se plenamente feliz.
Num tal mundo, não há lugar para as crenças, nem para as fantasias, imaginando eternidades em céus ou infernos (aqui, seria um desperdício total: uma infelicidade eterna!...), deuses e diabos, anjos e santos, almas e espíritos, sobrenatural ou transcendente. Todo o Homem terá perfeita consciência de que antes de nascer, era pura hipótese; essa hipótese realizou-se numa vida; essa vida, acabado o seu tempo, isto é, o tempo para o qual o ADN a tinha determinado, desaparece, integrando-se a matéria que lhe deu corpo novamente na Natureza donde veio, nada se perdendo, nada se criando, tudo se transformando, num eterno retorno do mesmo ao mesmo através do diverso, retorno próprio da dinâmica cósmica, desde sempre e para sempre.
Assim, as Igrejas cristãs, voltando às origens genuínas de um Jesus que, embora dentro do judaísmo fortemente religioso, não quis criar religião alguma, mas apenas apontar o caminho da felicidade para a humanidade…, deixarão de pregar as mentiras que agora pregam – sobretudo a eternidade em céus e infernos, com deuses e diabos neles, inexistentes e todas as outras efabulações…, para se dedicarem ao fomento da FRATERNIDADE UNIVERSAL entre os Homens, pregando a solidariedade, a compreensão, a honestidade, a bondade, a disponibilidade, a ALEGRIA DE TER VINDO À VIDA, O SORRISO!
Cedo ou tarde! Oxalá que mais cedo do que tarde para bem dos humanos, quer dos perversos que não serão felizes na sua perversidade, quer dos bons que tanto sofrem às mãos deles.
E o Homem terá construído o paraíso fantasiado pelas religiões no Além, após a morte, aqui na Terra, enquanto há flores para se oferecer aos seus amores, enquanto há lábios para partilhar sorrisos, enquanto nos emocionamos por ter vindo à VIDA!

3 comentários:

  1. Todas as religiões (e não só as igrejas cristãs) irão um dia juntar-se às outras mitologias num compartimento do comportamento humano chamado "superstição".

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    1. De acordo, claro! No entanto, continuo com uma dúvida metódica: como a religião, com os seus mitos, é para muitos uma panaceia a que se agarram em momentos de dor, sofrimento, perdas irreparáveis, injustiças, decepções, desgostos de toda a ordem,... uma espécie de tábua de salvação, de conforto e de esperança, porque não "alimentá-la", se isso contribui para a felicidade do crente?

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  2. A religião funciona como um par de muletas para quem está convencido que delas precisa. Não devemos tirar de repente as muletas a ninguém mas devemos tentar mostrar-lhe que as muletas afinal não são precisas para nada.
    Quanto a contribuir para a felicidade, essa contribuição é a mesma que dar-lhes álcool ou drogas.

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