À procura da
VERDADE em EZEQUIEL - 9/13
- “Vou estender a mão contra ti, (Amon), e
entregar-te à pilhagem
das outras nações (…) Farei justiça contra Moab (…) Vou
estender a mão contra Edom (…) Vou estender a mão contra os
filisteus (…) Eis
que venho contra ti, cidade de Tiro (…) Aqui estou
Eu contra ti, Sidónia (…) Aqui
estou Eu contra ti, faraó, rei do Egipto
(…) (Ez 25-29)
- Socorramo-nos do comentário: “(…) O livro reúne um
conjunto
de oráculos contra as nações, mediante as quais alarga a
condenação
divina aos povos que, no contexto da expansão
babilónica, se tornaram cúmplices
ou provocadores dos males
que afligiram o povo de Deus.” (ibidem)
E nós perguntamos, baseados em narrativas anteriores:
Então,
os males que afligiram o auto-proclamado “povo de Deus” não foi
devido
aos seus pecados? Não foi Babilónia o braço castigador de
Javé?
E continua: “Os filisteus habitavam no litoral sul e
sempre foram
grande ameaça para o povo de Israel. (…) Tiro (…), capital da
Fenícia é o melhor exemplo de uma grande potência, aí pelo ano
600 a.C. (…) e,
doentiamente, alegrou-se com a queda
precipitada dos seus aliados. (…)
Nabucodonosor pôs termo ao
poderio assírio, derrotou o exército egípcio em
Carquemis e
assenhoreou-se de toda a Palestina até à fronteira com o Egipto,
país que não conseguiu dominar, contrariamente à expectativa de
Ezequiel
30,10-11.” (ibidem)
Voltamos a perguntar: E hoje, donde vem a ameaça a
Israel?
Não tem sido Israel, ao longo da História, um país sempre
ameaçado?
Mas… que dizer da “expectativa de Ezequiel” que não
se concretiza? Afinal,
sempre eram expectativas de Ezequiel ou…
eram inspirações divinas? É que ou as
aceitamos todas como divinas
ou temos de as aceitar todas como humanas, não é?
Enfim, não queria
Ezequiel - como bom israelita que era - que os povos inimigos
de
Israel fossem destruídos, pondo na boca de Javé tais intentos?
Comenta-se ainda: “Tiro é comparada a um navio de
luxo que
vive do comércio e termina em naufrágio. O capítulo é um
documento
crítico sobre a sociedade materialista e consumista que
enriquece apenas uns
quantos.” (ibidem)
E nós: Criticar uma sociedade materialista e
consumista é… divino?
É preciso inspiração divina para tal? Não o fazem hoje
tantos por aí
que são apenas… humanos?! O mesmo se poderia dizer da afirmação:
“O julgamento contra o rei de Tiro mostra o caminho de perversão
humana, que
arruína a pessoa e a sociedade (…), esperteza posta ao
serviço da acumulação de
bens (…), da injustiça e da auto-suficiência
(…)” E alonga-se mais: “(…) Esta
nova série de oráculos, virada contra
o Egipto, pretende dissuadir Judá de
procurar apoio no Sul para resistir
ou tomar partido contra a Babilónia (…) O
Egipto não está em
condições de poder influir eficazmente na vida da Palestina.
O profeta
fala da sua queda, fazendo ironia do seu antigo poderio e dos seus
Faraós.” (ibidem)
E também nós e mais uma vez: Os oráculos eram de
Javé ou
simplesmente exprimiam as opiniões de Ezequiel, nada tendo a ver
com “inspiração divina”? E aquela ironia do profeta? Não parece
haver por ali uma vingançazinha bem humana?!
simplesmente exprimiam as opiniões de Ezequiel, nada tendo a ver
com “inspiração divina”? E aquela ironia do profeta? Não parece
haver por ali uma vingançazinha bem humana?!
(No próximo texto, iniciaremos com a análise crítica
a mais
comentários – comentários que nos parecem desprovidos de nexo e
de bom senso – do “nosso” exegeta)
de bom senso – do “nosso” exegeta)
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