sábado, 8 de abril de 2017

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 131/?

À procura da VERDADE nos livros Proféticos 

ISAÍAS – 8/17

- “Naquele tempo, Tiro ficará esquecida durante setenta 
anos - a duração da vida de um rei - e no fim dos setenta 
anos, poderá ser aplicada a Tiro aquela canção da prostituta: 
Pega na cítara, percorre a cidade, prostituta esquecida. 
Toca com habilidade, canta muitas canções, para ver se 
alguém ainda se lembra de ti. Então, (…) ela voltará aos 
seus ganhos de prostituta e vender-se-á a todos os reinos da 
face da Terra. O seu lucro, o seu ganho de prostituta, será 
consagrado a Javé, de modo a não juntar dinheiro nem 
enriquecer, pois será tudo daqueles que moram na presença 
de Javé, para eles comerem, beberem e se vestirem com 
todo o luxo.” (Is 23,15-18)
- Interessante o que diz o “nosso” comentador: “O profeta 
usa uma expressão que ironiza a sorte de Tiro: era uma 
prostituta afamada e agora precisa apelar por todos os 
meios a fim de ser reconhecida. Os vv. 17-18 são um 
acréscimo e mostram que Tiro há-de readquirir a sua 
grandeza, mas para servir ao projecto de Javé e não 
para se gloriar da própria auto-suficiência.” (ibidem) 
Ora, temos mais um acréscimo! Mais uma confusão 
na sacralidade bíblica! E que dizer desta insistência na 
imagem da prostituta? Será assim tão próprio dum livro 
dito sagrado?! E ainda, que dizer dos que moram com Javé 
comerem e beberem e se vestirem com todo o luxo, usando, 
aparentemente, o dinheiro que não é seu? Também 
é… simbólico?
- “Javé vai arrasar a Terra e devastá-la; lançará confusão em 
toda a sua superfície e dispersará os seus habitantes. (…) A 
Terra está profanada sob os pés dos seus moradores: eles 
transgrediram as leis, violaram os seus mandamentos e 
romperam a aliança eterna. Por isso, a maldição devorou 
a Terra e os seus moradores recebem o castigo (…) (Is 24,1-6)
- A propósito dos cap. 24-27, comenta-se: “Estes capítulos 
são comumente chamados «Grande Apocalipse de Isaías». 
Foram escritos bem mais tarde e naturalmente não são do 
profeta. Este Apocalipse inspirou-se provavelmente numa 
catástrofe política de alguma nação, entre os séculos V e IV a.C. 
O texto apresenta o julgamento final do Universo e a 
instauração do Reino de Deus.” (ibidem) Ora bem: se foram 
escritos bem mais tarde, porque fazem parte do texto inspirado 
de Isaías? E também foi instrumento divino de inspiração a 
tal crise política do s. V ou IV? Novamente, a confusão 
bíblica a instalar-se, sendo totalmente legítimo duvidar de 
que haja, por aqui, qualquer tipo de inspiração divina…
- “A Terra será toda arrasada, a Terra será sacudida 
violentamente, a Terra será fortemente abalada. (…) Naquele 
dia, Javé julgará no Céu o exército do Céu; e na Terra, os reis da 
Terra.” (Is 24,19)
- Que Terra? Que Céu? Que exército? Que… Javé?! E onde 
a inspiração divina de todas estas catástrofes anunciadas que 
certamente fizeram parte do imaginário, talvez doentio, de Isaías?
- “Javé dos exércitos vai preparar no alto deste monte 
(a montanha de Sião) um banquete de carnes gordas, um 
banquete de vinhos finos, de carnes suculentas, de vinhos 
refinados. (…) O Senhor Javé enxugará as lágrimas de todas 
as faces e eliminará da Terra inteira a vergonha do seu 
povo - foi Javé quem o disse.” (Is 25,6-8)
- Como é que Javé poderá ser considerado Deus Universal se se 
preocupa apenas com enxugar as lágrimas do “seu povo”? É 
sempre um Javé partidarizado, este Javé da Bíblia, não é? O 
banquete, claro, embora apele à gula e à gulodice, será simbólico. 
Mas… símbolo de quê?

1 comentário:


  1. Mais uma vez, a Páscoa! Os judeus comemoram a passagem do Mar Vermelho, fugindo da escravidão do Egipto; os cristãos, a ressurreição de JC. Comemorar um acontecimento histórico faz todo o sentido; festejar algo que pertence ao imaginário e ao mito já não será tão razoável. Mas aí está a Páscoa, a festa da alegria, após a quarentena ou quaresma em que se meditou sobre a paixão e morte de JC. Ressuscitemos, pois, com esta Primavera que desabrocha, sempre bela e tão promissora de frutos, por esses campos fora, saboreando a beleza inigualável das flores!
    Quanto à “Ressurreição, mito impossível”, vejam-se os 4 textos aqui publicados de 26/04 a 15/05 de 2011 (Conf. Arquivo do Blog)

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