À procura da
VERDADE nos livros Proféticos
ISAÍAS – 8/17
- “Naquele tempo, Tiro ficará esquecida durante
setenta
anos - a duração da vida de um rei - e no fim dos setenta
anos, poderá
ser aplicada a Tiro aquela canção da prostituta:
Pega na cítara, percorre a cidade, prostituta esquecida.
Toca com
habilidade, canta muitas canções, para ver se
alguém ainda se lembra de ti.
Então, (…) ela voltará aos
seus ganhos de prostituta e vender-se-á a todos os
reinos da
face da Terra. O seu lucro, o seu ganho de prostituta, será
consagrado a Javé, de modo a não juntar dinheiro nem
enriquecer, pois será tudo
daqueles que moram na presença
de Javé, para eles comerem, beberem e se
vestirem com
todo o luxo.” (Is 23,15-18)
- Interessante o que diz o “nosso” comentador: “O
profeta
usa uma expressão que ironiza a sorte de Tiro: era uma
prostituta
afamada e agora precisa apelar por todos os
meios a fim de ser reconhecida. Os
vv. 17-18 são um
acréscimo e mostram que Tiro há-de readquirir a sua
grandeza,
mas para servir ao projecto de Javé e não
para se gloriar da própria
auto-suficiência.” (ibidem)
Ora, temos mais um acréscimo! Mais uma confusão
na
sacralidade bíblica! E que dizer desta insistência na
imagem da prostituta?
Será assim tão próprio dum livro
dito sagrado?! E ainda, que dizer dos que
moram com Javé
comerem e beberem e se vestirem com todo o luxo, usando,
aparentemente, o dinheiro que não é seu? Também
é… simbólico?
- “Javé vai arrasar a Terra e devastá-la; lançará
confusão em
toda a sua superfície e dispersará os seus habitantes. (…) A
Terra
está profanada sob os pés dos seus moradores: eles
transgrediram as leis,
violaram os seus mandamentos e
romperam a aliança eterna. Por isso, a maldição
devorou
a Terra e os seus moradores recebem o castigo (…) (Is 24,1-6)
- A propósito dos cap. 24-27, comenta-se: “Estes
capítulos
são comumente chamados «Grande Apocalipse de Isaías».
Foram escritos
bem mais tarde e naturalmente não são do
profeta. Este Apocalipse inspirou-se
provavelmente numa
catástrofe política de alguma nação, entre os séculos V e IV
a.C.
O texto apresenta o julgamento final do Universo e a
instauração do Reino
de Deus.” (ibidem) Ora bem: se foram
escritos bem mais tarde, porque fazem
parte do texto inspirado
de Isaías? E também foi instrumento divino de
inspiração a
tal crise política do s. V ou IV? Novamente, a confusão
bíblica a
instalar-se, sendo totalmente legítimo duvidar de
que haja, por aqui, qualquer
tipo de inspiração divina…
- “A Terra será toda arrasada, a Terra será sacudida
violentamente, a Terra será fortemente abalada. (…) Naquele
dia, Javé julgará
no Céu o exército do Céu; e na Terra, os reis da
Terra.” (Is 24,19)
- Que Terra? Que Céu? Que exército? Que… Javé?! E
onde
a inspiração divina de todas estas catástrofes anunciadas que
certamente
fizeram parte do imaginário, talvez doentio, de Isaías?
- “Javé dos exércitos vai preparar no alto deste
monte
(a montanha de Sião) um banquete de carnes gordas, um
banquete de vinhos
finos, de carnes suculentas, de vinhos
refinados. (…) O Senhor Javé enxugará as
lágrimas de todas
as faces e eliminará da Terra inteira a vergonha do seu
povo
- foi Javé quem o disse.” (Is 25,6-8)
- Como é que Javé poderá ser considerado Deus
Universal se se
preocupa apenas com enxugar as lágrimas do “seu povo”? É
sempre
um Javé partidarizado, este Javé da Bíblia, não é? O
banquete, claro, embora
apele à gula e à gulodice, será simbólico.
Mas… símbolo de quê?
ResponderEliminarMais uma vez, a Páscoa! Os judeus comemoram a passagem do Mar Vermelho, fugindo da escravidão do Egipto; os cristãos, a ressurreição de JC. Comemorar um acontecimento histórico faz todo o sentido; festejar algo que pertence ao imaginário e ao mito já não será tão razoável. Mas aí está a Páscoa, a festa da alegria, após a quarentena ou quaresma em que se meditou sobre a paixão e morte de JC. Ressuscitemos, pois, com esta Primavera que desabrocha, sempre bela e tão promissora de frutos, por esses campos fora, saboreando a beleza inigualável das flores!
Quanto à “Ressurreição, mito impossível”, vejam-se os 4 textos aqui publicados de 26/04 a 15/05 de 2011 (Conf. Arquivo do Blog)