À procura da
VERDADE nos livros Proféticos – 133/?
22/04/17
ISAÍAS – 10/17
- “Um rei reinará conforme a justiça e os chefes
governarão
conforme o direito. (…) Mulheres despreocupadas, levantai-vos
e
escutai a minha voz. (…) Daqui a um ano e alguns dias,
vós (…) ficareis
abaladas, porque a vindima será perdida e a
colheita frustrada (…). Será
derramado outra vez sobre nós um
espírito que vem do alto. Então, o deserto
tornar-se-á um jardim
(…) No deserto habitará o direito e a justiça habitará no
jardim.”
(Is 32,1,9 e 15)
- Certamente, houve, ao longo destes cerca de três
mil anos
que nos separam de Isaías, reinos de justiça e conforme o direito.
Mas, infelizmente, a História dá-nos conta de tiranias sem conta
que tiveram de
tudo menos direito e justiça. Assim, ficamo-nos
pela beleza do desejo… Mas quem
não quisera que os desertos,
todos os desertos do mundo virassem jardins? Os
reais mas
sobretudo os que existem no coração do Homem?! A expressão
“Daqui a
um ano e alguns dias…” irrita pela tentativa de precisão
profética.
- “Ai de ti, devastador que ainda não foste
devastado, ladrão
que ainda não foste roubado. Pois, quando acabares de
destruir,
tu é que serás destruído; quando tiveres acabado de roubar, então
tu
é que serás roubado.” (Is 33,1)
- Repete-se! Mas soa bem o trocadilho, embora a
verdade
histórica desminta que aconteça de tal modo…
- “Aproximai-vos, nações para ouvir; povos, prestai
atenção, (…)
pois Javé está irado contra todas as nações e enfurecido contra
todos
os seus exércitos. Já os destinou todos à eliminação total, já os
entregou
à matança. Os seus mortos são lançados fora, dos cadáveres
exala mau cheiro e
os montes ensopam-se com o seu sangue; o
exército do céu desmancha-se, o céu
enrola-se como um pergaminho
e os seus astros caem como as folhas da parreira,
como as folhas
da figueira, pois a espada de Javé ficou embriagada no céu.
Vede:
ela precipita-se sobre Edom, um povo que destinei à destruição.
A espada
de Javé está a pingar sangue, está banhada de gordura,
cheia do sangue de
cordeiros e cabritos, da gordura do lombo dos
carneiros, para que se ofereça um
sacrifício a Javé em Bosra, uma
enorme matança no país de Edom. Com eles,
morrem também
búfalos, bezerros e touros. A sua terra empapa-se de sangue, o
chão está banhado de gordura, pois este é um dia de vingança
para Javé, é um
dia de acerto de contas em favor de Sião. (…)”
(Is 34,1-8)
- Que estilo sanguinolento, santo Deus! Que oráculo!
Que… Javé!
Para quê referência a tantos animais e sangue? Após mais este
chamado “Pequeno Apocalipse de Isaías”, “crítica às
grandes
potências cuja falência se anuncia”, no dizer do “nosso” comentador,
segue-se um apêndice histórico (Is 36-39). E continua-se
comentando: “Estes
capítulos reproduzem com pequenas
diferenças, a narrativa histórica de 2Rs
18,13-20,19, que relata
a acção de Isaías na altura da campanha assíria contra
Jerusalém. (…)
O profeta age esclarecidamente numa situação trágica para o país
e a sua capital. (…) Afirma a confiança em Javé acima de todas
as alianças
humanas (…). No confronto entre o poderoso rei pagão
e o Deus Javé, que protege
Jerusalém, o triunfo é de Javé: o exército
bate em retirada por causa de uma
epidemia (…).” (ibidem)
Obviamente, não sabemos onde descortinar a inspiração
divina,
nesta narrativa mais ou menos histórica, de Isaías que se repete, de
seguida:
- “Naquela mesma noite, o Anjo de Javé feriu no
acampamento dos
assírios cento e oitenta e cinco mil homens. De manhã, ao
acordar, só
se viam cadáveres. Seneraquib, rei da Assíria, foi-se embora e (…)
quando estava de bruços fazendo a sua adoração no templo do seu
deus Nesroc, os
seus filhos (…) assassinaram-no à espada (…).”
(Is 37,36-38)
- A
pergunta será sempre a mesma ou semelhante: Porque haveremos
de acreditar que é
realmente Javé o autor da História de Israel? Mais
simplesmente: Não exprimia Isaías
apenas as suas ideias, ao
manifestar-se contra as alianças, usando o nome de Javé
para convencer
os seus leitores da razão que o assistia?
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