À procura da
VERDADE nos livros Proféticos
ISAÍAS – 11/17
- “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus.
Falai ao
coração de Jerusalém, gritai-lhe que já se completou o tempo
da sua
escravidão, que o seu crime já foi perdoado, que já recebeu
da mão de Javé o
duplo castigo por todos os seus pecados.”
(Is 40,1-2)
- E comenta-se: “(…) Isaías profetiza entre as
primeiras vitórias de
Ciro (ano 550) e a sua entrada na Babilónia (539),
acolhido como
libertador.(…) Terminou o tempo da escravidão e começa um novo
êxodo. Os Evangelhos sinópticos citam o texto para falar da
libertação
definitiva trazida por Jesus Cristo (Mt 3,3; Mc 1,3; Lc 3,4)
(…). Ciro, rei dos
persas, domina a Ásia Menor e avança triunfalmente.
(…) Para o profeta, Ciro
torna-se o instrumento de Deus Javé (…)”
(ibidem) Apenas duas anotações: 1 –
Afinal, Isaías profetizou o quê?
2 – E que validade tem a comparação que os
sinópticos fazem entre
Ciro e Jesus?
- “Eis o meu servo a quem Eu amparo, o meu
escolhido; nele a minha
alma se compraz. Eu coloquei sobre ele o meu espírito
(…) Assim
diz o Deus Javé (..) Eu, Javé, chamei-te para a justiça (…) Eu sou
Javé:
este é o meu nome. Não vou dar a outro a minha glória nem vou
ceder a
minha honra aos ídolos (…). Cantai a Javé um cântico novo!
(…) Javé avança como
um herói, como guerreiro acende o seu
ardor; solta gritos de guerra,
mostrando-se forte contra os seus inimigos.
(…) Recuarão cobertos de vergonha
aqueles que confiam nos ídolos, que
dizem às estátuas: Vós sois os nossos deuses.” (Is 42)
- E comenta-se: “Quem é esse servo? Aqui, sem
dúvida, Ciro. No
contexto geral e segundo a versão grega, Israel. Para o Novo testamento,
o próprio Jesus. (…) (Mt 3,17; 12,17-21; 17,15)” (ibidem). Ora bem:
comparar
Ciro que liberta os israelitas do cativeiro com Cristo também
Ele libertador,
aceita-se. Mas Israel… que libertação ofereceu ou
oferece à humanidade? Chamar
guerreiro a Javé, é o mesmo de sempre:
inadmissível! E que ídolos deixaram os
Homens de adorar? Acaso
o Deus invisível conseguiu implantar-se no coração
humano? Não se
“exigiu” que logo se fizessem dele estátuas de aspecto
venerando? Ou,
como na Bíblia, encarnado na Arca da Aliança que até falava com
a
voz de Deus? Aliás, um Deus invisível não é uma utopia? Não precisa o
Homem
de um referente?
- “(…) Assim diz Javé (…): Ó Israel, não tenhas medo
(…) pois Eu sou
Javé, teu Deus, o santo de Israel, o teu Salvador. Para pagar a
tua
liberdade, dei o Egipto, a Etiópia e Sabá em troca de ti, porque és
precioso para Mim, tens valor e Eu amo-te; dou homens por ti e povos
em troca
da tua vida. (…) Eu, Eu sou Javé e fora de Mim não existe
nenhum salvador. (…)
Eu sou o primeiro e sou o último; fora de Mim,
não existe nenhum outro deus.
Existe alguém como Eu? Que fale, que
Mo explique e exponha. Quem de antemão
anunciou o futuro,
quem nos predisse o que vai acontecer?” (Is 43-44)
- Entre as muitas perguntas possíveis: Porque é que
Javé tem de se
afirmar tanto como Deus único? E tenha de “lutar” tanto para
que,
como tal, seja reconhecido? E tenha em tanta exclusividade Israel,
mostrando uma injustiça inaudita para com os outros povos?
Falemos mais uma vez do momento: Fátima.
ResponderEliminarQuando analisamos Fátima, sob as duas vertentes – enquadramento histórico: estamos em plena 1ª guerra mundial, fala-se do grande perigo para a religião do comunismo ateu da Rússia, as populações eram quase todas pobres e analfabetas e os padres eram os únicos que, nas aldeias, detinham a sabedoria, etc., etc. e enquadramento religioso: a Igreja está numa fase de completo fundamentalismo teológico medieval: inferno com fogo e demónios, purgatório para onde iam as almas sabe-se lá durante quanto tempo, a oração como redentora e salvadora, o pecado (pecados mortais que davam a condenação eterna se não se confessassem e os veniais que atiravam as almas para o purgatório), os “pobres” pecadores pela conversão dos quais era necessário rezar, a penitência e castigo corporal (jejum e abstinência e cilício) que eram penhor de salvação, um céu com anjos e santos e arcanjos e Deus no seu trono, junto do qual estava a Virgem Maria, sua mãe…, etc., etc., sendo tudo isto ensinado religiosamente pelas catequistas às crianças, depois de industriadas pelos padres – percebemos facilmente que pudesse ter acontecido tal fenómeno, protagonizado por crianças bem catequizadas e famintas, fenómeno que alguns intelectuais eclesiásticos – finalmente, após 100 anos de “Aparições de Fátima”! – dizem não se tratar de aparições mas de visões ou experiências religiosas vivenciadas pelas três crianças. Só não dizem que tais visões seriam fruto das privações físicas e das catequeses retrógradas a que estariam sujeitas...
Acrescento: se Maria falava hebraico, como era possível essas crianças, portuguesas e analfabetas, entenderem tal idioma?
ResponderEliminarQue quebra cabeças para a sua infantilidade.
Não consta que a dita vidente Lúcia, alguma vez tenha estudado hebraico no convento, para revelar tais segredos.
Todo o fenómeno religioso - Fátima, obviamente também! - é um quebra-cabeças para o Homem que raciocina. É que nada se encaixa numa possível credibilidade à luz da razão. Tudo não passa de emoções, de sensações, de elaborações cerebrais que rondam a fantasia... Mas, realistas que somos, constatamos que as religiões continuam a dominar o mundo. Até quando? - Para mim, só quando todos tiverem cultura suficiente para terem sentido crítico e fazerem análise crítica do "produto" que lhes vendem.
EliminarUm dia as religiões juntar-se-ão a todas as outras mitologias num capítulo do comportamento humano chamado superstição
EliminarAté lá, continuarão a ser fácil ganha-pão para os seus gurus, panaceia a que se recorre em caso de desespero para os crentes, o que, realisticamente, é benéfico para todos... E acaso o mundo seria - teria sido - melhor, menos violento, menos corrupto, menos injusto, sem as religiões? Uma pergunta a que é difícil de responder já que as religiões estiveram - estão! - na origem de muitos conflitos e guerras.
ResponderEliminarAlguém uma vez disse que com ou sem religião haveria sempre pessoas boas a fazer bem e pessoas más a fazer mal. Mas para haver pessoas boas a fazer mal é preciso a religião!
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