À procura da
VERDADE nos livros Proféticos
ISAÍAS – 12/17
- “O ferreiro trabalha o ídolo com a fornalha e
modela-o com o
martelo (…) O carpinteiro mede a madeira, desenha a lápis uma
figura e trabalha-a com o formão e aplica-lhe o compasso.
Faz a figura com
medidas do corpo humano e com rosto de
homem, para que essa imagem possa estar
num templo (…)
O próprio escultor usa parte dessa madeira para se aquecer e
cozer o seu pão; e também fabrica um deus e diante dele se
ajoelha (…) Com uma
parte acende o fogo, assa a carne nas
brasas e mata a fome; também se aquece ao
fogo e diz: Que
coisa boa! (…)
Depois, com a outra parte faz um deus (…) e
faz uma oração, dizendo: Salva-me, porque és o meu deus.”
(Is
44,12-17)
- A sátira é brilhante. E escrita com elegância. Realmente,
como foi, como é possível que o Homem seja capaz de adorar,
prostrar-se de
joelhos diante de um objecto-imagem saído das
suas próprias mãos e chamar-lhe
deus? Mas não foi isso que
fez ao longo da História, desde as mais remotas
eras? Não é
isso que fazem os crentes em frente do santo da sua devoção
ou em
frente da Virgem ou de Cristo pregado na cruz? Que
diferença fazem estas
imagens dos ídolos contra os quais
Javé, pela boca de Isaías, satirizava…
humoristicamente? Não
são mãos de carpinteiro ou escultor ou ferreiro que fabricam
tais imagens de santos, da Virgem ou de Cristo crucificado?
E quando se referem
ao Espírito Santo, não fazem uma pomba?
E do Deus-Pai, não fazem um velho de
aspecto venerando,
com as suas longas barbas brancas? E quantas
estátuas-imagens
da Virgem, nas suas diferentes facetas de grávida, de mãe, de
Sra da Conceição, de Sra de Fátima, de Sra de Lourdes, de Sra
negra, de…? E já
nem falamos dos quadros célebres de
pintores, com personalidades ou cenas
religiosas… Se Isaías
cá voltasse e visse tantos santos nos altares, não sei se
bradaria de novo por Javé, invectivando tais usos tão pios e tão
decorativos
das nossas igrejas actuais! Mas convinhamos: uma
igreja sem estátuas, sem
quadros, sem figuras, seria uma igreja
bem mais triste, quer pesada nas largas
paredes com poucas
janelas e nas colunas de grossuras descomunais para
sustentar
as pesadíssimas abóbodas, no estilo românico, quer elegante com
belas
e rasgadas janelas de vitrais de cores inolvidáveis em sinfonia
de luzes e
matizes, emolduradas por elegantes nervuras e colunatas,
no estilo gótico…
- “Assim diz Javé, o teu Redentor, que te formou desde
o ventre
de tua mãe: Eu sou Javé que faço tudo: sozinho eu estendi o céu e
firmei a Terra. (…) Eu digo a Ciro: Tu és
o meu pastor e realizarás
tudo o que Eu quero. Eu digo a Jerusalém: Tu serás reconstruída;
e ao Templo: Tu serás reedificado desde os alicerces.”
(Is 44) “Eu
sou Javé e não existe outro. Eu formo a luz e crio as trevas; sou o
autor da paz e crio a desgraça. (…) Fora de Mim, não existe
outro Deus. Não
existe Deus justo e salvador a não ser Eu.
Voltai-vos para Mim e sereis salvas
todas vós, extremidades da
Terra, pois Eu sou Deus e não existe outro.” (Is 45)
- A insistência na unicidade persiste. Repetidamente.
Enfadonhamente! Realmente, Deus a existir tem de ser único e
vivo e invisível,
sem a forma humana com que sempre o quiseram
moldar. Mas aí a Bíblia teve a sua
culpa, ao dizer que “Deus
criou o Homem à sua imagem e semelhança.” Assim
sendo,
se o Homem é feito à imagem e semelhança de Deus, lógico
é dizer que
Deus é semelhante ao Homem! Boa ou má, é a
lógica desta nossa “querida” Bíblia!
Mas… o que é um
Deus-salvador, um Deus-redentor, um Deus justo? Aliás, justo
este Javé? Como, se é totalmente parcial a favor de Israel, o seu
povo eleito?!
ResponderEliminarClaro que os deuses – politeístas ou monoteístas – das diversas religiões não podem existir, sendo facilmente provado que todos eles são invenções deste ou daquele homem, desta ou daquela cultura. Face ao conhecimento que já temos da realidade que nos circunda e da qual fazemos parte integrante – Terra e Universo – racionalmente, Deus só tem sentido – na sua INFINITUDE e ETERNIDADE – se o considerarmos o TODO ONDE TUDO SE INTEGRA, ESPAÇO (por oposição de umas coisas a outras, sejam átomos, estrelas, sejam galáxias, universos…) e TEMPO (para as coisas que continuamente vão começando e acabando, dizendo-se que têm tantos segundos, minutos, anos, milénios…), tudo existindo desde sempre e para sempre, continuamente se transformando e obtendo formas diversas, da mais ínfima partícula até ao mais grandioso universo. Cada um de nós é uma dessas formas que teve a sorte de conhecer a existência. Viva a VIDA!
Fátima é sinónimo de emoção.
ResponderEliminarE foi mais um 13 de Maio! E mais um papa esteve presente! Hoje interessa-me, não as polémicas, mas os factos: ali há emoção de muitos milhares, há reconforto de almas, há esperanças reavivadas, há gestos de ternura. Sente-se que muitos daqueles peregrinos, sangrando dos pés, se fizeram longos caminhos a pé ou sangrando do coração, se fizeram promessas em tempos de aflição, vêm reconfortados, aliviados, emocionados com o seu espiritual que ali viveram. E isso é muito bom! E diria que todas as religiões terão esta parte positiva do alimentar e "controlar" a emoção dos crentes. Assim, fica a pergunta: o mundo sem religiões não seria ainda mais violento e agressivo do que o foi na sua História, do que o é actualmente?