quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 86/?

À procura da VERDADE 
nos LIVROS SAPIENCIAIS e POÉTICOS

O livro dos SALMOS 3/6

- “Quantas maravilhas realizaste, Javé, meu Deus, quantos projectos 
em nosso favor! (…) Não queres sacrifícios, nem ofertas (…) Tu não pedes 
holocaustos pelo pecado.” (Sl 40 6-7). Como? Acabou-se o gosto de Javé 
pelos “suaves” odores dos animais imolados em sua honra? Esta Bíblia é 
mesmo incongruente!
- “Nisto reconhecerei que me amas: se o inimigo não triunfar sobre mim.” 
(Sl 41,12) É assim, Javé: ou me livras do meu inimigo ou já não acredito 
no teu amor!...
- “Como a corça suspira pelas águas correntes, assim a minha alma anseia 
por Ti, ó meu Deus! (…) A minha alma tem sede de Deus (…) Vou 
dizer a Deus: Meu rochedo, porque Te esqueces de mim? Porque devo 
andar pesaroso sobre a opressão do inimigo?” (Sl 42, 2-10) Belo! Bucólico! 
Mas… o eterno inimigo!
- O salmo 44 é uma “oração” em três tempos: vitória, derrota, súplica: 
“Tu mesmo maltrataste nações, para estabeleceres os nossos pais. (…) 
Não foi com espada que eles conquistaram a Terra nem foi o braço deles 
que lhes trouxe a vitória e sim a tua direita e o teu braço (…) porque os 
amavas.” Isto é, no mínimo, cínico: pôr Javé a roubar a Terra aos 
cananeus para a dar aos Israelitas, “abençoando” todos os crimes 
cometidos, é inconcebível! Obviamente, Javé foi um subterfúgio dos israelitas 
para justificarem todas aquelas atrocidades quando se apoderaram da 
chamada “Terra prometida”. “Agora, rejeitas-nos e envergonhas-nos 
e já não acompanhas os nossos exércitos. Tu fazes-nos recuar frente ao 
opressor (…), entregas-nos (…), vendes o teu povo (…), fazes de nós o 
ultraje (…).” “Desperta, Senhor! Porque dormes?”
- “O meu coração transborda em belo poema, eu dedico a minha obra a um 
rei. (…) Tu és o mais belo dos homens (…) O teu trono é de Deus e 
permanece para sempre!” (Sl 45 2-7) Bonito, mas…
- “(…) Aclamai a Deus com gritos de alegria! Porque Javé Altíssimo é terrível 
(…)! Ele submete as nações ao nosso poder e coloca os povos debaixo dos 
nossos pés!” (Sl 47,2-4) Quem se atreve a considerar “sagrado” ou “de 
inspiração divina” tal texto, quando a escravidão de um povo por outro povo 
está bem patente?!
-“ (…) Os sábios morrem, perecem juntamente com o imbecil e o insensato, 
deixando a sua fortuna para outros. (…) Este é o caminho dos que confiam 
em si (…) Quanto a mim, ó Deus, tira-me das garras da morte e toma-me 
contigo.” (Sl 49,11-16) É um prenúncio do mito da ressurreição do justo. 
No entanto, a haver ressurreição para um humano, teria de haver para 
todos igualmente. Mas como é um mito…
- “Javé, o Deus dos deuses, fala, convocando a Terra, do nascente ao 
poente. (…) À sua frente, vem um fogo devorador (…) (Sl 50, 1-29) A 
expressão “Deus dos deuses” remete-nos para um Júpiter romano ou um 
Zeus grego! O resto faz-nos lembrar o juízo final anunciado por Jesus Cristo 
em Mt 24,29-30. Mas… que juízo final será esse? Um dia, veremos ou, mais 
sensatamente, não veremos!…
- “Eis que nasci na culpa e minha mãe já me concebeu pecador.” (Sl 51,7) 
Como? Que obsessão pelo pecado, santo Deus! Como é possível “ver” 
pecado no acto criador da VIDA! Como é possível?!… Sagrado tal livro? 
De inspiração do mesmo Deus que é dado como criador do ser humano?
- “Preferes o mal e não o bem, a mentira e não a franqueza. (…) Por isso, 
Deus te destruirá para sempre.”(Sl 52,5-7) Infelizmente, se o maldoso e 
mentiroso não sofrerem castigo durante a sua vida terrena, não será na outra 
que irá ser punido, simplesmente porque a outra não existe…

- “Diz o insensato no seu coração: Deus não existe!” (Sl 53,2) Mas 
que Deus? O deus das religiões – nitidamente inventado pelo Homem à sua 
imagem e semelhança, tal como esse Javé – não existe. Existe o Deus que 
é o TODO EXISTENTE E NÃO EXISTENTE, INFINITO E ETERNO, 
TUDO CONTENDO NO TEMPO E NO ESPAÇO EXACTAMENTE 
PORQUE ETERNO E INFINITO. Este é o verdadeiro e único Deus 
possível que tem tudo de divino e nada de humano como os deuses que os 
Homens foram criando ao longo da História.

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