À procura da Verdade nas Cartas de Paulo
– Primeiro, o que dizer de,
segundo as teorias cristãs, Deus ter “condenado” o seu Filho muito amado a
morrer numa cruz – o suplício máximo então aplicado pelos romanos aos “prevaricadores”
– para supostamente salvar o Homem, não se sabe bem de quê?! Aliás, se tivesse
vindo em tempos medievais ou de inquisição, o suplício teria sido a fogueira ou
o esquartejamento ainda vivo…
E é na linha de que a cruz é
salvação que Paulo argumenta, fundamentando-se, mais uma vez, na Escritura,
supondo-se que os sábios e os inteligentes vêem na cruz um suplício de opróbrio
e nunca de salvação. Quanto a isto, apenas diremos – repetindo-nos, já desde a
análise ao AT – que atribuir a Deus as Escrituras, i.é., o AT, muito mais do
que misericordioso, pacífico, Pai, é fazer de Deus ignorante, violento,
sanguinário. E todos sabemos que o AT foi escrito por sábios sacerdotes judeus,
no cativeiro da Babilónia, pelos anos 500 a.C., compilando lendas antigas,
inventando e recriando outras, sobretudo com a visão limitadíssima do mundo, da
Terra e do Universo que tinham naquele tempo. Nada mais! Donde terá vindo a
ideia peregrina – ainda hoje sustentada pela Igreja! – de que foi de inspiração
divina? – Só com o propósito de enganar os crentes, os incautos, os facilmente
manipuláveis pela emoção de estar aqui, vivos num pequeno planeta chamado
Terra, apenas durante um limitadíssimo espaço temporal, ignorando completamente
o que virá depois…
– “Os judeus pedem sinais e
os gregos procuram a sabedoria; nós, porém, anunciamos Cristo crucificado,
escândalo para os judeus e loucura para os pagãos.” (1,22)
– Afinal, a cruz não é só
loucura e escândalo para judeus, gregos e pagãos, mas para todos os cultos e
sábios de então. Dizer o contrário, como Paulo diz, é querer fazer a quadratura
do círculo. Um nonsense completo!
Impor aos crentes um Filho de Deus crucificado como Salvador e Senhor será uma
táctica mas não podemos dizer senão que é perversa.
Mas não deixa de ser interessante o que os pregadores conseguiram fazer da cruz: um amuleto divino que todos os cristãos gostam de usar, de beijar, de oferecer, de emoldurar, de dependurar em casa e até em instituições públicas, nos países em que a religião cristã predomina. Como é que não se apercebem que ali está um ser humano que foi martirizado e sofreu horrores inventados pela perversidade de outros seres humanos?...
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