À procura da Verdade nas Cartas de Paulo
– Atribuir o mal que ele faz
ao seu corpo é desconhecer que o corpo é comandado pelo cérebro, ou seja, pela
razão e é o suporte do mesmo cérebro: o mau funcionamento de um afeta o
funcionamento do outro. E este condenar o corpo e fazê-lo fonte de pecado levou
milhares aos conventos e ao cilício, pensando assim ganhar a vida eterna.
Coitados: nem gozaram a vida na Terra – forçosamente efémera, mas existente e
real – nem a eterna porque simplesmente não existe! Mas, diga-se que se a ideia
de pecado da religião – ou das religiões! – levou muitos para os conventos e a
se ciliciarem, também foi causa de muitos não cometerem mais crimes, temendo o
Inferno e o suposto julgamento de Deus, no juízo final, ideias também
inventadas pelos criadores das religiões, nomeadamente a cristã.
– “Penso que os sofrimentos
do momento presente não se comparam com a glória futura que deverá ser revelada
em nós.” (8,18)
– Pensamento obviamente sem
qualquer base de sustentabilidade. Pressupõe a vida eterna e todas as crendices
que lhe estão associadas ou que a religião cristã lhe associou. E mais uma vez,
a ideia absurda e, de certo modo, perversa, de que é pelo sofrimento e pelo
martirizar o corpo que a alma se purifica e ganha a vida eterna. No catecismo,
aprendia-se a dizer, perante o sofrimento: “Que seja tudo em desconto dos meus
pecados!” O maldito pecado sempre presente…
Duas ideias estão erradas,
neste pressuposto: 1 – Temos uma alma separada do corpo; 2 – Essa alma é eterna
e incorruptível e não desaparece com a morte do corpo. É que alma e corpo
formam um único ser, totalmente interdependentes: aparecem os dois
simultaneamente, no acto da concepção, desaparecem no acto de morrer. ESTA A
PURA VERDADE!
– “Ele mesmo (Deus) disse a
Moisés: «Farei misericórdia a quem entendo usar de misericórdia e terei piedade
de quem entendo ter piedade.” (9,15)
– É um nonsense total! Primeiro, Deus é feito/visto/concebido, mais uma vez à imagem do Homem que entende isto ou aquilo, que tem ou não tem piedade ou misericórdia. Depois, Deus ter falado a Moisés é a coisa mais absurda em que se pode acreditar. Só com uma fé… absolutamente irracional! Até porque sabemos que Moisés utilizou aquele processo de dizer que recebeu de Deus as tábuas da Lei no Monte Sinai para poder dar força às ordens que queria dar ao povo, povo que não seria fácil de governar. Ao apelar para o seu contacto com Deus e que eram d’Ele as ordens emanadas, teria/terá tido muito mais sucesso e… menos trabalho de convencimento! Esperto aquele estratega político, ao utilizar a religião como suporte!
E estamos em 2024! Mais um ano à procura da Verdade. Mas confesso que, às vezes, não sei se a quero encontrar... Para todos, UM BOM ANO CHEIO DE SAÚDE E DE BOM HUMOR, haja o que houver!
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