À procura da VERDADE nos Evangelhos
Evangelho segundo S. JOÃO – 11/?
– Realmente longas e…enigmáticas.
Mas espanta a determinação com que Cristo (ou João?!) faz tais declarações.
Declarações que, obviamente, não se entendem: o Filho nada poder fazer… fazer
apenas o que vê fazer… o Pai mostrar ao Filho tudo quanto faz… e mostrará ainda
obras maiores que nos vão deixar admirados… Aliás, contradizendo-se, logo a
seguir, ao dizer, por exemplo, que “concedeu ao Filho o poder de dar a vida.”
Depois, o contrassenso aumenta:
o Pai a ressuscitar os mortos e o Filho… também… mas só a quem Ele quiser…
Mais: o Pai a não julgar porque deu ao Filho todo o poder de julgar… Mais
ainda: para que honrem o Pai e honrem o Filho, não sabendo nós o que será isso
de “honrar” o Pai ou… o Filho…
Enfim, para ter a vida
eterna, não ser condenado e passar logo da morte para a vida, temos de ouvir a
palavra de Jesus e acreditar naquele que O enviou… sem sabermos o que é ouvir a
palavra de Jesus nem muito menos o que é acreditar em Deus-Pai… E sem sabermos,
por falta de provas credíveis, que Jesus é o Enviado, o Filho do Homem, o Filho
de Deus…
Tantas palavras… enigmáticas,
Santo Deus! Para quê precisamos nós de enigmas, ó Jesus Cristo? Para quê? Para
quê falares de “vida eterna” se não clarificas os caminhos para a alcançar?
Para quê tanta confusão entre um Filho e um Pai que não se sabe onde começa a
dimensão de um e acaba a dimensão do outro, ora parecendo que são uma e única
pessoa, ora duas com poderes e funções distintos?
Mais confuso ainda e sem
qualquer sentido: como é que os mortos ouvirão a voz do Filho? Que voz? E
sairão dos túmulos, ressuscitando para a vida ou para a condenação eternas…
Tudo afirmações, tudo palavras,
tudo declarações sem… nada que lhes sirva de suporte de validade. Para quê?
– É! Mais uma vez se fala no
essencial da vida: a passagem para o outro lado! Com uma ressurreição, uma vida
eterna ou uma condenação eterna… Mas… apenas se diz, apenas se afirma, apenas
palavras…
E é com palavras que este Jesus
de João nos abandona…
Um Jesus confuso, enigmático
e paradoxal criado pelo velho João que escreve isto pelos anos 90, pretendendo,
de algum modo, já fazer teologia do fenómeno carismático que foi Jesus, uns 50
anos antes, tentando apresenta-Lo como divino ou Filho de Deus-Pai, quando ele não
foi mais do que um Judeu inconformado com a sociedade político-religiosa do seu
tempo.
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