Evangelho segundo S. JOÃO – 10/?
(Continuação da análise da
narrativa da cura do paralítico, na piscina de Jerusalém)
– “Ora isto aconteceu em dia
de sábado. (…) Os judeus começaram a perseguir Jesus porque Ele curara em dia
de sábado. Jesus então disse-lhes: «Meu Pai trabalha continuamente e Eu também
trabalho.» Por isso, as autoridades judaicas tinham cada vez mais vontade de
matar Jesus porque, além de violar a lei de sábado, chegava até a dizer que
Deus era seu Pai, fazendo-Se assim igual a Deus.” (Jo 5,9 e16-18)
– Não importa muito dissertar
sobre o fundamentalismo judaico quanto ao sábado. No A.T. e agora com Jesus que
o quis quebrar, embora baseado no AT:”E ao sétimo dia Deus descansou”. A
justificação de Jesus com o Pai que “trabalha continuamente” é que… humaniza
tanto o “seu” Deus-Pai que ficamos sem saber que trabalho anda Deus a fazer ou
tem Deus de… fazer!
–“Mais tarde, Jesus encontrou
aquele homem no Templo e disse-lhe: «Ficaste curado. Não tornes a pecar para
que não te aconteça ainda pior.»” (Jo 5,14) Temos vontade-necessidade de
perguntar a Jesus: “É a doença resultado do pecado? Quem não peca não adoece?
Então, esses justos todos que andam por aí sofrendo e esse pecadores todos que
andam respirando saúde?… De que jeito tal lhes acontece?…” Este temor foi
sempre uma arma utilizada pela Igreja para aterrorizar santos e pecadores,
levando-os a temer não propriamente a doença mas morte e o inferno, conseguindo
dois objectivos: 1 – que as pessoas ficassem menos pecaminosas; 2 – que enchessem
os cofres da mesma Igreja, pagando missas e indulgências e justificando o dito
sacramento da Confissão.
– Última pergunta: “A quem
aproveitou este milagre? Aos judeus, não, porque só acirrou neles a vontade de
serem o braço de Javé-Deus para fazerem cumprir em Jesus as Escrituras. Aos
outros doentes da piscina, também não porque certamente, se souberam, ficaram
com inveja e não sem alguma revolta por não terem sido contemplados com a
benesse da cura. Outros que por ali estivessem, parece que nem deram pelo
prodígio… Então?…”
– Só resta dizer que aquele
acreditar “cego” na cura das águas agitadas pelo anjo… é pelo menos lamentável
e que Jesus deveria ter desmistificado tal crendice que era, com total certeza,
invenção de algum “piedoso” judeu, sacerdote ou levita, sabe-se lá se bem pago
pelo dono da piscina que lucraria com tais ajuntamentos… É que era uma questão
de intervenção divina. E não tinha sido dado todo o poder divino a Jesus? Como
passa Ele por ali sem… reivindicar as suas prerrogativas? Sem pôr ordem na
“casa” de… Deus?
Incompreensível!
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