A VERDADE da nossa finitude
Dizem os espiritualistas que
o Homem, por ter um cérebro capaz de emoções, sentimentos, linguagem
articulada, cálculos, raciocínios abstractos, razão, inteligência, vontade,
consciência de si e da sua finitude…, não pode acabar-se com a morte, como
acontece com qualquer outro animal, chegado ao termo do seu Tempo. Seria uma
excepção na Natureza e no Universo onde haja vida não inteligente. E seria uma
espécie de semi-recta: começar num dado momento do Tempo e prolongar-se pela
eternidade.
Ora, analisando tal
pensamento, concluímos da sua “infantilidade”, numa visão de espírito
científico, por serem nele dedutíveis vários “esquecimentos” fundamentais:
1 – Constata-se que tudo o
que nasce tem um fim, dos vírus ou bactérias às estrelas. Sejam segundos ou
milénios ou milhares de milhares de milénios que durem. A regra é universal e
inexorável: “Ai começou? Então, acabou!” Seja ser vivo ou não vivo. Só não
acaba o ou quem não começou. Esse será eterno e infinito! Talvez o conceito de
infinito se aplique ao ESPAÇO onde, por razões que de certeza nunca serão
conhecidas, apareceu, há cerca de 15 mil milhões de anos, este Universo e,
nele, uma estrela e, nessa estrela, um planeta que dá pelo nome de Terra, Terra
da qual brotaram e continuam a brotar todos os seres com vida, desde há cerca
de 3.5 mil milhões de anos, cada um gozando o seu pedacinho de Tempo, conforme
o seu ADN determina…, ignorando-se completamente que outros universos existirão
nesse mesmo ESPAÇO:
2 – O cérebro é pura matéria
energizada, i.é., conjunto de milhares de milhões de células nervosas que,
interconectando-se, produzem não-matéria, ou seja, ideias, pensamentos,
raciocínios, etc. Nasce aquando da formação do organismo ou corpo que o
sustenta e morre com esse organismo. Ora, morrendo, desfaz-se nos átomos e
moléculas de que é feito, tal como o todo orgânico onde se insere.
3 – Não há nenhum testemunho
de algum ser inteligente, i. é, algum humano que, depois de ter morrido, tenha
vindo comunicar com os outros humanos que cá ficaram ou que foram aparecendo, tal
como ele apareceu. Pelo contrário, seguiram a norma universal.
4 – A ideia de o Homem sobreviver para além da morte,
por toda a eternidade, é
uma pura invenção dos criadores das religiões, indo de
encontro ao desejo de o
Homem, por um lado, não querer acabar-se com a morte,
por outro, sentir em si
esse desejo inconcebível mas real. Daí as religiões
terem tantos crentes. E dizem
terem Fé e que a Fé é que nos salva. Ora, não é pelo
facto de alguém ter um
desejo que esse desejo se realiza, ou um sonho que
esse sonho se materializa ou
uma Fé que aquilo em que acredita se torna realidade
ou é a verdade!
A VERDADE NUA E CRUA É: o
Homem pertence ao Tempo. Tudo o que puder fruir tem que fruí-lo no “seu” tempo!
Seja no plano material do prazer físico, seja no espiritual do prazer
intelectual, emocional, sentimental, o prazer/desprazer de ter consciência.
Esta a sua VERDADE, a sua
REALIDADE!
Só nos resta, pois,
aproveitar esta vida que é única e irrepetível para cada um de nós! O “Carpe diem” dos latinos. E, se formos inteligentes, será com um
SORRISO, que o faremos, “enfrentando” a morte inexorável, com esse mesmo
sorriso!
Assim, a CERTEZA ABSOLUTA é que a VIDA NÃO TEM
QUALQUER SENTIDO ÚLTIMO PARA ALÉM DO AQUI E AGORA, NO TEMPO QUE É DADO VIVER AO
SER QUE DELA ESTÁ FRUINDO.
O ser vivente, animal ou
planta, não tem outra saída senão o eterno desaparecimento enquanto ser,
enquanto indivíduo, seja de que espécie for.
Haja ou não o desejo de ser
eterno! Sonhe-se ou não com um Céu e anjos e um Deus no seu trono…, como
afirmam – sem qualquer prova e um total despudor irracional! – todas as
religiões do mundo!
A espiritualidade serve ao
Homem para não se embrutecer com o puro materialismo de que a nossa sociedade
está impregnada, pensando-se apenas em consumir, em dar prazer ao corpo, corpo
que sustenta o mesmo espírito/cérebro a que os clássicos chamavam alma.
É na espiritualidade que o
Homem se enriquece enquanto humano, dando largas à sua imaginação criadora, às
suas emoções e sentimentos, ao prazer intelectual de contemplar o BELO.
O ser vivente só desaparece
como indivíduo, pois os átomos e moléculas de que é feito e que foi
alimentando/renovando ao longo da vida integrar-se-ão na matéria, indo fazer
parte de um outro qualquer corpo de ser vivo ou não vivo, na eterna e
permanente rotatividade de tudo o existente. Aliás, como ele próprio foi
integrando átomos e moléculas que pertenceram a outros mas que já se
desintegraram como indivíduos e passaram a estar disponíveis como “consumíveis”!
Que bela engrenagem: nada se perdendo, tudo se transformando! Dos vírus às
estrelas, às galáxias, ao próprio universo observável, universo que temos o
privilégio de percepcionar e tentar conhecer, nos seus fantásticos mistérios
quanto ao seu início, à composição, evolução, dimensão e… fim, pois se começou
também ele não poderá escapar ao veredicto universal de todo o “ser” que começa!
Hoje é o último dia de 2020! De qualquer modo, o primeiro do resto da nossa vida no Tempo!
ResponderEliminarVOTOS DE MAIS UM ANO EM QUE SAIBAMOS SER FELIZES, APROVEITANDO O BOM E O BELO, MENOSPREZANDO OS SEUS CONTRÁRIOS.
E... seremos felizes!
01-01-2021 - Que dia, santo Deus! O primeiro do ano, o primeiro do resto da vida de cada ser que veio à VIDA! À meia-noite, houve festa, foguetes no ar multicolores, barulhentos, música altissonante, gritos de alegria saídos não de grupos em praças públicas, como era hábito (Ah, vírus, a quanto nos obrigas!), mas de varandas e pátios e altos patamares. No entanto,... os segundos foram passando, impávidos e cronometrados, como se se tratasse de um qualquer dia, de uma qualquer noite, nada se importando com o ser o primeiro dia do novo ano! E nós a sentirmos o mesmo ritmo no nosso corpo, o coração batendo, a respiração continuando com ou sem máscara, o sangue circulando a comando do coração! E a VIDA a continuar e fazendo-nos mais velhos, uns minutos, umas horas, uma noite, um dia... Somos os felizardos de ainda estar VIVOS! Por isso, "Carpe diem"! Aproveitem a VIDA!
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