Meditação para as
férias de Natal, a minha “prenda” para os leitores
Respondendo àquela pergunta, responde-se também a outras que se dizem existenciais, eivadas de dramatismo: “Donde viemos? O que
fazemos aqui? Para onde vamos?”
E temos duas respostas totalmente opostas: a das
religiões e a da Ciência.
Respondem as religiões: “O Homem é uma criatura de
Deus, dotada de corpo e alma, alma espiritual e que, por isso, não poderá
morrer com o corpo mas viverá eternamente, num Céu com Deus, seu Criador, se se
portou bem na vida terrena, ou no Inferno com o Diabo e o seu fogo, se foi mau
o seu comportamento, tendo-se deixado levar nas asas do saboroso pecado.”
Responde a Ciência: “O Homem é o produto da evolução
e, na evolução, dentro da espécie dos primatas, num ciclo vital que já leva
cerca de três mil e quinhentos milhões de anos, em que da matéria brotou a
VIDA, dadas as condições de humidade e calor para que tal milagre acontecesse,
ciclo que deve ter passado por muitos altos e baixos, com glaciações e períodos
de calor intenso, tendo o Homem aparecido apenas há cerca de quatro milhões de
anos, quando alguns primatas se puseram de pé nas estepes africanas,
desenvolvendo, por essa postura, um cérebro onde pontua uma inteligência dotada
de várias capacidades, mas sobretudo capaz de raciocínios abstractos,
(inteligência racional) e de emoções (inteligência emocional).”
Ora, constatamos que o Homem definido pelas
religiões não tem qualquer hipótese de comprovação como acontece com o definido
pela Ciência.
Segundo as religiões – organizações mentais
inventadas por alguns homens ditos iluminados e apresentando-as aos outros
humanos como sendo de verdades absolutas – quando de Verdade nada têm, mas
apenas especulações, imaginações, efabulações, delírios, invenções… – segundo
as religiões, o Homem é uma espécie de semi-recta: nasce no Tempo e prolonga-se
por toda uma eternidade, onde gozará para sempre do prémio ou do castigo
merecido pela vida terrena que levou. Ora tal afirmação é um total nonsense que deveria envergonhar quem
tal mentira inventou, pois é invenção eivada de uma total injustiça: “Como
pagar com uma eternidade, prémio ou castigo, acções praticadas num breve período
de Tempo que é a vida humana?”
Como tudo o que as religiões apregoam e defendem e pregam
por esse mundo fora é totalmente falso, as religiões só se aguentarão enquanto
houver néscios e ignorantes à face da Terra, néscios acríticos que facilmente
são levados às crenças ou crendices, por medos e remorsos de tantos actos que
na vida nem sempre são as melhores opções, culpabilizando-se e pedindo perdão
ao suposto Deus-Criador existente lá no Céu. É que não há céu nenhum, mas
apenas uma Terra que rodopia à volta da sua estrela, o Sol, rodeada da sua
atmosfera que, devido à refracção da luz solar nos parece azul, dum belíssimo
azul ora profundo ora diluído no branco escuro das nuvens e nos seus
rosa-alaranjados, do nascer e do pôr-do-Sol! E também, por impossível, não há
eternidade nenhuma para quem tenha começado no Tempo! Nem tão pouco Inferno,
invenção delirante mas que levou muitos a não cometerem crimes contra os seus
irmãos humanos, possuindo o Homem, no seu ADN, tendências antropofágicas
inatas. (É, pelo menos, o que a História do Homem conhecida, nestes cerca de
vinte mil anos, revela em toda a sua crueza.) Pior: todas as evidências levam
ao Homem da Ciência, totalmente terreno e perecível. É que, dos muitos que já
viveram e que morreram, nenhum cá veio dizer o que se passava lá pela
eternidade… Até custa a crer como os vendedores de ilusões conseguem ter tantos
crentes e tantos seguidores. Enfim, viva a santa ignorância! Mas – raciocínio totalmente
válido, por realista – que importa, se as crenças ou crendices ajudam a viver
melhor esta vida que é a certa?
O "Homem da Ciência" é o que faz sentido: ele é um elo
na cadeia evolutiva, cadeia que se sabe como começou mas não se sabe onde nem
quando nem como acabará, tendo a Terra mais uns quatro mil e quinhentos milhões
de anos de vida, enquanto o seu Sol não morrer e não se transformar numa anã
branca sem calor para, nela, sustentar Vida.
Mais: cada um de nós é apenas um pontinho que, como
qualquer ser que nasce, assim desaparece, integrando-se, após os seus oitenta
ou cem anos de vida, no donde veio: a Terra. Mas a Terra também é pontinho,
neste caso, azul, pertencendo ao sistema solar que é apenas um dentro dos mais
de duzentos mil milhões que constituem a nossa galáxia, a Via Láctea. E a
galáxia é apenas uma dentro de milhares de milhões de outras que se supõe
existam por esse Universo cujo princípio se pensa ter sido o Big Bang, mas cujo
fim e extensão são completamente ignorados pela Ciência, embora se especule
sobre tão magno assunto, tudo se regendo por leis, nem sempre rígidas, da
gravidade – atracção/ repulsão – tudo sempre em movimento, correndo não se sabe
para onde nem até onde…, tudo a distâncias tão abismais que só se conseguem
medir em anos-luz!
Dentro desta incerteza científica que não questiona o
que havia antes do Big Bang, por estar fora do seu alcance de análise, eis uma
teoria que faz sentido, embora a nossa limitada inteligência – apesar de
fantástica por poder pensar tudo isto – não tenha capacidade para a perceber:
«Tudo é matéria e energia. Tudo existiu desde sempre e
existirá para sempre, num Espaço Infinito. Tudo, portanto, é eterno. E este TUDO
está em perpétuo movimento, indo sempre do mesmo ao mesmo através do diverso,
numa eterna monotonia cósmica, monotonia que talvez o não seja, porque, neste
vai-vem, tudo se transforma, tudo se renova, num colossal espectáculo de vida e
de morte. Este TUDO É…. DEUS, numa concepção do TODO ABSOLUTO, INFINITO E
ETERNO, como só Deus pode ser. E, sendo o TUDO o Deus único e possível, tudo
serão partículas d’Ele – nós também, obviamente, na nossa efémera passagem pelo
Tempo!»
Lindo e credível, não é? E nós a sermos partículas de
Deus… fantástico! Assim, nem temos pena de não sermos eternos, perpetuando-se,
num enigmático sem-fim, a nossa parte racional-emocional que nos individualiza
e caracteriza como ser humano. Mas… essa parte é pura matéria, pura energia, sendo
“apenas” fruto da actividade dos mais de cem mil milhões de neurónios e suas sinapses
que constituem o cérebro, matéria e energia perecíveis aquando do perecer do
corpo que as sustenta e alimenta, alimentando-se da Terra donde proveio.
Agora, devidamente iluminados por estes raciocínios de
cariz científicos, a escolha é individual: ou o EU religioso ou o EU
científico. O melhor é escolher o que nos ajudar a viver mais sorridentemente
esta vida que é a certa. A outra pertence à fantasia!
BOM NATAL e UM NOVO ANO CHEIO DA MELHOR SAÚDE
POSSÍVEL, tratando bem deste corpinho que é o que nos traz vivos e mantém viva
e activa aquilo a que um dia os clássicos chamaram simplesmente de… ALMA!
Publicaremos brevemente outro texto onde se abordará o processo-milagre que se julga ter existido para que da matéria inerte surgisse a vida activa e energizada.
ResponderEliminarMuito pertinente este Post. Por essa razão eu sou Deísta, sem renunciar à minha Alma de matriz judaico-cristã. Deus não joga aos dados, e está à espera que o seu programa imaterial o ADN, que processa e se replica sobre a matéria que conhecemos, chegue um dia a um estádio de consciência, que mereça conhecê-Lo. É a minha convicção. ( o Tio Francisco já conhece esta minha convicção que vai de algum modo ao encontro desta sua prenda :) ) Bom Natal para Todos Vós.
ResponderEliminarQue pena não perceber nada de árabe!
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