A propósito do feriado religioso de 1 de Novembro, para evocar
santos e mortos, falemos não da morte mas da… VIDA!
Nota
importante: Se és pessimista ou com
tendência para a depressão, não leias o que se segue. Limita-te a sorrir à
Vida, este dom gratuito que recebeste e que nunca mais se repetirá para ti. Por
isso, “carpe diem!”, vive cada momento da tua vida o mais intensamente que
puderes, mesmo… dormindo! E isso te bastará…
Situemo-nos para uma boa análise:
A VIDA apareceu na Terra – tendo-se dado as condições necessárias
para que tal “milagre” acontecesse – há cerca de 3.5 mil milhões de anos, com
as primeiras bactérias a multiplicarem-se nas lagunas aquecidas pelo Sol, após
um longo processo de transformação de matéria inorgânica (hidrogénio + metano +
amónia + vapor de água) em aminoácidos ou moléculas orgânicas. O ser humano
aparece, nesta saga evolutiva, a um dado momento do Tempo recente: apenas há
cerca de 4 milhões de anos.
Mas se a VIDA apareceu na Terra, devido às condições óptimas de
calor e humidade que a proporcionaram, ela deverá ter aparecido e deverá
existir em muitos outros sistemas solares semelhantes ao nosso, neste Universo
conhecido. (O muitíssimo que ainda há de desconhecido nele e, sobretudo, para
além dele, é mistério, podendo-se supor infinito e eterno, confundindo-se com o
próprio Deus, numa concepção metafísica.)
O que sabemos é que a saga da VIDA se passa num universo de
matéria e energia, universo em que tudo está em movimento, tudo se
transformando, nada se perdendo, havendo um aparente – ou real? – eterno
retorno do mesmo ao mesmo através do diverso.
Todos os seres, vivos e não vivos, tal como as bactérias ou as
estrelas, que se iniciam no Tempo, integram-se nesse movimento de eterno retorno
ou, melhor, de eterna transformação.
É nesta realidade inquestionável, que se desenrola a saga da
vida de um ser humano. E podemos perguntar que valor tem essa vida, vida que,
momento a momento, se inicia ou desaparece em alguma parte do mundo. Terá algum
objectivo, alguma finalidade, alguma missão específica? – Tudo leva a crer que
não. Cada vida humana é apenas mais uma, tal como a de um qualquer outro
animal, de uma qualquer planta, uma qualquer bactéria, uma qualquer estrela:
pertencendo ao Tempo, num dado momento começa, noutro, forçosamente, tem de
acabar, fazendo apenas parte dessa universal transformação em que matéria e
energia estão em contínuo movimento, nada parecendo poder fugir ao eterno
movimento transformacional, na cadência monótona e invariável da sucessão dos
anos, dos dias, das horas, dos segundos...
Assim sendo, a vida de um ser humano não tem qualquer objectivo,
qualquer missão, qualquer finalidade. Aparecemos na VIDA, por mero acaso, ou
sorte, vindo do nada ou da Terra, ou – se forem crentes! – de Deus. Fazemos
parte dessa fantástica saga que engloba matéria e energia sempre em movimento,
usando e multiplicando átomos e moléculas, na replicação das nossas células. Depois,
quando a energia do organismo não lhe permite fazer mais essa replicação – uns
80, 90 ou 100 anos depois do início – regressamos ao donde viemos: o Nada ou a
Terra, berço do nosso aparecimento. Sem qualquer objectivo! Sem qualquer
missão! Sem qualquer finalidade! Existimos simplesmente…
Aliás, constatamos que a grandíssima maioria dos humanos que já
existiram, que existem ou que existirão, nada deixaram ou nada deixarão de útil
à humanidade: viveram, vivem ou viverão apenas… Os que deixaram tais utilidades
são recordados e louvados por isso. Durante um determinado tempo. Nada mais,
pois também eles, corpo e alma, inexoravelmente se reintegraram no perpétuo
movimento, do qual um dia emergiram, pela tal sorte ou acaso da saga da VIDA!
Terminemos estas reflexões filosófico-existenciais, apelando ao
SORRISO e à ALEGRIA de termos vindo à VIDA, de podermos pensar tudo isto e de
estarmos ainda vivos! Lembremo-nos que nunca mais teremos tal oportunidade!...
E se não sorrirmos agora, quando vamos SORRIR?! E Cantar? E dançar?
Viva, pois, a VIDA enquanto dela formos figurantes activos!
Nota
final:
Contra tal dura – ou fantástica?! – realidade, as religiões têm
tentado colmatar a natural frustração do ser vivo pensante que é o Homem. E com
sucesso: vendem fantasias de levar à emoção e às lágrimas e à crença nelas. Que
bom, que lindo não seria um Céu eterno de felicidade, após esta vida que tantas
vezes é madrasta, já por nossa culpa, já pelas circunstâncias de pessoas e
acontecimentos que nos rodeiam ou rodearam!
E, pese embora sejam fantasias – fantasias que geraram as mais belas
obras de arte alguma vez produzidas pelo Homem, da pintura à música, à
escultura, à arquitectura… – nada, mas mesmo nada nos impede de acreditar nelas
e integrá-las como parte fundamental do nosso imaginário quotidiano. São
reconfortantes e ajudam ao sempre desejável SORRISO!
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