À procura da
VERDADE em HABACUC 1/2
- Introdução: “(…) O profeta interpela o próprio
Deus acerca
da violência e da opressão que invadem o país. (…) Dirige a
Deus um
veemente apelo (…) contra o opressor que exagerou
na missão de instrumento
escolhido por Deus. (…) Mas insiste
na certeza de que um dia a justiça se há-de
tornar realidade
palpável, porque o Deus dos justos é o Deus vivo na História.
(…) Teve o arrojo de apelar a Deus contra o próprio Deus
cuja intervenção na História
parecia incompreensível. Será
preciso punir um mal com um mal maior? Não andará
Deus
a apoiar o triunfo de uma força injusta?” (ibidem)
Realmente Hababuc deve ter sido confrontado, como
nós,
com as ditas intervenções de Deus na História, na interpretação
que os
profetas faziam das guerras em que Israel ora saía
vencedor ora derrotado e
oprimido, a ponto de as achar
desastradas e incompreensíveis, porque
exageradas.
Nós perguntamos mais uma vez: Porque havemos de
acreditar
nas interpretações que os ditos profetas faziam da história de
Israel?
Mais: Que invenção foi essa (e os nossos exegetas
continuam na mesma senda…) de
considerar Deus a dirigir a
mesma história? Tudo nos parece muito mais um golpe
político-religioso do que qualquer tipo de inspiração divina,
não passando as
supostas profecias de pura intuição face ao
desenrolar dos acontecimentos.
- “Até quando, Javé, vou pedir socorro sem que me
escutes?
Até quando clamarei a Ti: “Violência!”, sem que me tragas a
salvação?
Porque me fazes ver o crime e contemplar a injustiça?
(…) Porque olhas para os
traidores e Te calas quando um ímpio
devora alguém mais justo do que ele? (…)
Então Javé
respondeu-me: (…) Quem não é recto vai morrer, enquanto o
justo
viverá pela sua fidelidade. (…) Ai daquele que acumula o
que não é seu (…) Ai
de quem junta dinheiro injusto em sua
casa (…) Ai de quem constrói com sangue
uma cidade (…)
(Hab 1,2)
- Perguntamos: Porquê acreditar que o ímpio ou
perverso vai
morrer e o justo vai viver? Não é isso que se constata: tanto
morre
um como o outro, tendo ambos o mesmo destino: o pó de
onde vieram…
E as maldições serão para cumprir onde? – Na Terra,
parece
que não, pois raros são os que conseguem enriquecer com o seu
trabalho
honrado. No céu… sabe-se lá! Nunca ninguém veio de
lá cá dizer se há ou não céu
e como é esse estar
contemplando Deus face a face por toda a eternidade!…
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