À procura da
VERDADE em HABACUC 2/2
- “Ai de quem diz a um pedaço de madeira: “Acorda!”
E à
pedra muda: “Desperta!” Pode o ídolo ensinar? (…) De que
serve um ídolo
para que um artista se dê ao trabalho de o
esculpir?” (Hab 2,18)
- Os ídolos! Sempre o temor da adoração dos ídolos
em vez
da adoração de Javé! Certamente o artista que os esculpia
na rocha ou na
madeira tirava daí o seu ganha-pão, e só
adorava o ídolo quem muito bem
quisesse ou… a quem o
rei ordenasse!
E ao longo dos tempos? Quantos tiveram, quantos têm
a
profissão de santeiros? E que artistas que eles são! Fizeram,
fazem imagens
perfeitas de virgens, santos e santas, mas
também de anjinhos e de diabos, que
isto do divino abrange
a todos… E há imagens esculpidas em todos os materiais,
mais nobres uns que outros, de Cristos, virgens e santos.
Depois, ainda temos
os numerosíssimos pintores: quantos não
deixaram em suas telas toda a espécie
de santos, pintando-os
com o mesmo à-vontade e maestria que pintaram reis e
tiranos,
pois a arte não olha muito a essas diferenças de “somenos
importância”.
Não é a expressão do belo que lhes interessa?
Seja na posição devota, seja na
de carrasco com o machado
cortando a cabeça do mesmo santo, mãos esguichando
sangue?
Já noutro lugar perguntamos: Quem sabe distinguir
com certeza
o que é venerar uma imagem e o que é adorá-la? Não parece
mais
adoração do que veneração toda essa fé nos santos e na
Virgem que percorre o
mundo cristão?
Bem pregam os sacerdotes que só se adora o Deus invisível,
mas ninguém consegue acreditar totalmente em tal realidade.
É que é muito mais
cómodo, muito mais prático adorar o seu
santinho, o santo da sua devoção, ali
no seu altar, com aquela
carinha tão bem esculpida e melhor pintada, e a ele
fazer todas
as preces pois é ele, e não o Deus escondido, que lhe tem feito
tantos milagres, tem acudido em momentos de aflição de vaca
que tem dificuldade
em parir ou de filho que se foi para a guerra
e enfim voltou são e salvo,
quando outros não tiveram a mesma
sorte, vindo apenas em cadáveres ou,
estropiados, condenados
para toda a vida, como se acidente tivessem sofrido
além na
curva da estrada…
E imagens, até as há do Espírito Santo e do
Deus-Pai! – entidades
obviamente invisíveis porque puros espíritos. Mas como
não é
fácil para um humano acreditar naquilo que não vê, nem cheira,
nem ouve,
nem apalpa, nem sente…
- “Ainda que a figueira não brote e não haja fruto
na videira, ainda
que a oliveira negue o seu fruto e o campo não produza
colheita,
ainda que (…), eu alegrar-me-ei em Javé e exultarei em Deus,
meu
salvador. O Senhor Javé é a minha força. Ele dá-me pés de
gazela e faz-me
caminhar pelas alturas.” (Hab3,17-19)
- Realce-se a beleza literária do excerto. No
entanto, quando as
intempéries provocadas pelas forças da Natureza nos levam o
fruto do nosso esforço, nada mais nos resta senão pôr nas mãos de
Deus a
próxima colheita. Mas não se deixa de perguntar, revoltado:
“Porquê a mim, meu
Deus?”
(Fim de mais um último pequeno livro!)
Como o próximo fim de semana nos lembra os santos e os mortos, o texto será sobre a... VIDA e o seu real significado! Até lá!
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