À procura da
VERDADE no livro de BARUC
02/02
- “Se tivesses andado nos caminhos de Deus, terias
sempre vivido em
paz.” (Br 3,13)
- Tudo depende do que se consideram os caminhos de
Deus
- “Mas quem descobriu a morada da sabedoria (…)?
Ninguém conhece
o seu caminho nem descobre as suas veredas.” (Br 3,15 e 31)
- Aqui, comenta-se: “Bem conhecida de Deus, a
Sabedoria colabora na
criação e foi confiada a Israel (…)” (ibidem). Mais uma
vez a
exclusividade de Israel a possuir a Sabedoria, seja qual for o seu
significado, tem o sabor da arrogância, o que leva à descredibilidade
total num
Javé que tal fizesse!
- “Jerusalém, tem coragem! (…) Malditos os que te
fizeram mal ou
ficaram contentes com a tua derrota! Malditas as cidades onde os
teus
filhos foram escravos! E maldita também aquela que deteve os teus
filhos. Pois da mesma forma que se alegrou com a tua derrota e festejou
a tua queda,
assim também ela chorará pela sua própria destruição!”
(Br 4,30-33)
- É o espírito de vingança! Compreensível mas bem pouco
divino…
- “ Durante esse tempo, vereis na Babilónia deuses
de prata, de ouro e
de madeira (…) De vez em quando, os sacerdotes roubam o
ouro e a
prata dos seus deuses para seu próprio proveito ou para dar a
prostitutas
de bordéis (...) Um deus fica com o ceptro na mão, mas não é capaz
de
destruir quem o ofende (…) Os sacerdotes fecham os templos com
portas,
trancas e ferrolhos para que os seus deuses não sejam roubados
pelos ladrões.
Acendem-lhes (…) lâmpadas, embora esses deuses não
sejam capazes de ver nenhuma
delas. (…) Sem pés, são levados aos
ombros, mostrando aos homens a sua falta de
valor. (…) Para proveito
próprio, os sacerdotes vendem o que foi sacrificado a
esses deuses; a
outra parte, as mulheres salgam-na, sem darem nada aos pobres e
necessitados. Até a mulher menstruada ou que acaba de dar à luz toca
nesses sacrifícios. (…) Como poderiam ser deuses? As mulheres é que
oferecem sacrifícios a esses deuses de prata, de ouro e de madeira.
(…) Esses deuses foram fabricados por escultores e ourives e não
podem ser mais nada do que aquilo que os seus autores queriam que
fossem. (…) Pelas roupas de púrpura ou linho que vão apodrecendo
em cima deles, já podeis saber que não são deuses.” (Br 6)
outra parte, as mulheres salgam-na, sem darem nada aos pobres e
necessitados. Até a mulher menstruada ou que acaba de dar à luz toca
nesses sacrifícios. (…) Como poderiam ser deuses? As mulheres é que
oferecem sacrifícios a esses deuses de prata, de ouro e de madeira.
(…) Esses deuses foram fabricados por escultores e ourives e não
podem ser mais nada do que aquilo que os seus autores queriam que
fossem. (…) Pelas roupas de púrpura ou linho que vão apodrecendo
em cima deles, já podeis saber que não são deuses.” (Br 6)
- Alongámo-nos, apesar de se repetirem aqui
invectivas já feitas
contra os ídolos ao longo de toda a Bíblia, sendo aliás o culto dos
ídolos o maior pecado dos israelitas face a Javé. Mas… as palavras
são novas e há outras mensagens. Oferece-se-nos perguntar, embora
repetindo-nos: «Que diferença há, na prática, entre tais imagens de
ídolos e as imagens dos santos dos nossos altares às quais se presta
devoto culto e que são levadas em ombros nas nossas procissões de
hoje? Não são também de ouro, prata ou madeira? Não são feitas
por escultores ou ourives ou… santeiros? Não são vestidas com
púrpuras ou linho e até têm - ó abundância da sociedade de
consumo! - vários vestidos ou mantos para se engalanarem
conforme as festas? Roxo e violeta em tempos de Paixão,
contra os ídolos ao longo de toda a Bíblia, sendo aliás o culto dos
ídolos o maior pecado dos israelitas face a Javé. Mas… as palavras
são novas e há outras mensagens. Oferece-se-nos perguntar, embora
repetindo-nos: «Que diferença há, na prática, entre tais imagens de
ídolos e as imagens dos santos dos nossos altares às quais se presta
devoto culto e que são levadas em ombros nas nossas procissões de
hoje? Não são também de ouro, prata ou madeira? Não são feitas
por escultores ou ourives ou… santeiros? Não são vestidas com
púrpuras ou linho e até têm - ó abundância da sociedade de
consumo! - vários vestidos ou mantos para se engalanarem
conforme as festas? Roxo e violeta em tempos de Paixão,
branco, doirado e azul quando chega a
Ressurreição? Não se lhes
acendem lâmpadas ou velas que elas não vêem? Onde
então a
diferença? Que cristão poderá indicar-no-la ou definir os seus
sentimentos para com uma imagem venerada e o culto a Deus?
Que diferenças na sua oração?…»
Depois, o profeta manifesta um anti-feminismo primário,
evidentemente à moda da época e também… bíblica, o que não
deixa de ser triste e reprovável, lamentando-se que tenha acontecido
em textos ditos “sagrados” ou “de inspiração” divina! Assim,
perguntamos: «Estava manchada a mulher na sua menstruação,
situação tão normal e natural, cumprindo-se nela apenas o que a
Natureza estabeleceu para o seu corpo? Estava manchada aquela
que acabava de dar à luz, quando é o acto mais
diferença? Que cristão poderá indicar-no-la ou definir os seus
sentimentos para com uma imagem venerada e o culto a Deus?
Que diferenças na sua oração?…»
Depois, o profeta manifesta um anti-feminismo primário,
evidentemente à moda da época e também… bíblica, o que não
deixa de ser triste e reprovável, lamentando-se que tenha acontecido
em textos ditos “sagrados” ou “de inspiração” divina! Assim,
perguntamos: «Estava manchada a mulher na sua menstruação,
situação tão normal e natural, cumprindo-se nela apenas o que a
Natureza estabeleceu para o seu corpo? Estava manchada aquela
que acabava de dar à luz, quando é o acto mais
essencial que existe e do qual
tudo depende: corpo e alma e
pensamento?» Que curteza de ideias, santo Deus,
este teu inspirado!
De certeza que não foste Tu que o inspiraste, mas tradições aberrantes
vindas não se sabe de onde!… Aliás, é evidente o desprezo com que
o profeta diz que “As mulheres é que oferecem sacrifícios a esses
deuses de prata, ouro e madeira”. Que intolerável machismo!
De certeza que não foste Tu que o inspiraste, mas tradições aberrantes
vindas não se sabe de onde!… Aliás, é evidente o desprezo com que
o profeta diz que “As mulheres é que oferecem sacrifícios a esses
deuses de prata, ouro e madeira”. Que intolerável machismo!
E que pensar daqueles sacerdotes - dos templos pagãos,
é claro! -
que roubavam para alimentarem os seus prazeres nos bordéis? A
insinuação é “forte”! E raro é o autor bíblico que não traga à “praça
pública”, por um ou outro motivo, apelos à imaginária sexual,
parecendo estar o sexo omnipotentemente presente, na vida do
Homem. E… não estará?!
que roubavam para alimentarem os seus prazeres nos bordéis? A
insinuação é “forte”! E raro é o autor bíblico que não traga à “praça
pública”, por um ou outro motivo, apelos à imaginária sexual,
parecendo estar o sexo omnipotentemente presente, na vida do
Homem. E… não estará?!
- “As mulheres põem uma corda à cintura e sentam-se
à beira do
caminho, queimando farelo como incenso. Quando uma delas é
levada por algum homem que passa, a fim de dormir com ele,
começa a desprezar a companheira, que não teve a mesma honra,
nem lhe foi desatada a corda.” (Br 6,42-43)
- A cena é… visual. Talvez o profeta tenha mesmo
“provado” daquele caminho, queimando farelo como incenso. Quando uma delas é
levada por algum homem que passa, a fim de dormir com ele,
começa a desprezar a companheira, que não teve a mesma honra,
nem lhe foi desatada a corda.” (Br 6,42-43)
incenso… Mas se é natural que fique contente uma prostituta da beira
da estrada, por ser escolhida para a “função”, não se percebe porque
haverá de desprezar a outra que fica com a “corda por desatar”.
Porque não desejar-lhe boa sorte com outro que passe e se deleite com
ela? Enfim, constatações de… profeta, não divina, mas humanamente
inspirado e que não nos trouxe nada de divino…
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