segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 158/?


À procura da VERDADE no livro de BARUC

01/02

- Diz-se na Introdução: “ O certo é que estes textos não são de
Baruc, o secretário de Jeremias, mas foram escritos provavelmente
no século II a.C. O livro tem o mérito de nos dar uma ideia 
aproximada do sentimento religioso dos israelitas dispersos pelo 
mundo após a ruína de Jerusalém (…) pois acreditam que Deus não 
abandona o seu povo e continua fiel às suas promessas. Se houver 
arrependimento e conversão, poderão confiar no perdão divino: 
serão reunidos de novo em Jerusalém, que é para sempre a cidade 
de Deus.” (ibidem)
- Não se percebe a primeira afirmação porque o livro diz 
expressamente: “Livro escrito por Baruc (…) quando estava na 
Babilónia, no sétimo dia do mês, no quinto ano da época em que os 
caldeus tomaram Jerusalém e a incendiaram (…)” (Br 1,1-2)
Mas também é assunto que não é relevante para a nossa análise, já 
que o que importa é ver se há, por ali, algo de divino, de divinamente 
universal, onde possamos ir buscar respostas para as nossas angústias 
existenciais. Mas, neste início, tudo parece confinado aos judeus e à 
sua cidade, Jerusalém, chamada, com total arbitrariedade, “cidade de 
Deus”; e até aos dias de hoje, “Cidade santa”!
- “Desde o dia em que o Senhor tirou os nossos antepassados do 
Egipto até hoje, nós só desobedecemos (…): cada um de nós seguia 
as más inclinações, prestando culto aos deuses estrangeiros e 
praticando o que é mau (…) Por isso, o Senhor cumpriu as ameaças 
feitas contra (…) todos os cidadãos de Israel e Judá. O Senhor nosso 
Deus é justo (…) Ouve, Senhor, a nossa prece e a nossa súplica (...) é 
uma alma angustiada e um espírito aflito que clama por Ti. Ouve, 
Senhor, tem piedade, pois pecámos contra Ti. Tu reinas para sempre 
e nós morremos para sempre. (…)” (Br 1-3)
- A ideia de pecado é avassaladora. A do castigo de Deus também. 
Mas… que outra coisa poderiam os israelitas fazer senão rezar a Javé 
e dizer que tinham pecado e que mereciam o castigo, já que não 
podiam evitar o poder babilónico que pesava sobre as suas cabeças? 
Tanta é a dependência de Deus, santo Deus! A frase “nós morremos 
para sempre” revelará que o autor não acreditava na vida eterna 
post-mortem?
No entanto, meter Deus, no meio destas vidas tão limitadas, que são 
as nossas, nada esclarece, pelo contrário, tudo se confunde cada vez 
mais... É que há os maus - e ele há tantos! - que não sofrem castigo 
nenhum; e há os bons - e também há um bom número deles! - que 
sofrem até aos limites das suas capacidades de sofrimento!
E podíamos interpelar Deus: «Se realmente existis - e nós quiséramos 
tanto que sim! - porque não Vos manifestais sem subterfúgios, sem
profetas, sem bíblias obscuras, sem mesmo um Jesus Cristo que teve 
tanto de maravilhoso como de mistério, com palavras de vida eterna, 
mas sem nos mostrar o Pai que apregoava, não nos convencendo com 
o seu: “Quem Me vê a Mim, vê o Pai” ou “Ninguém vai ao Pai senão 
através de Mim.”? Porquê não é tudo mais simples, tudo mais fácil se 
este TUDO é o essencial das nossas vidas?»
Mas do inefável Jesus, ocupar-nos-emos mais tarde. 


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