À Procura da
VERDADE
no livro das LAMENTAÇÕES - 01/02
- Diz-se, na introdução: “As Lamentações provavelmente foram escritas
na Palestina depois da
queda de Jerusalém, em 586 a.C. (...) Descrevem
de modo doloroso e poético, a
destruição de Jerusalém pelos babilónicos
e os acontecimentos que sucederam a
essa catástrofe nacional: fome,
sede, matanças, incêndios, saques e exílio
forçado. (…)
As Lamentações (…)
ajustadas a circunstâncias locais bem definidas (…)
encerram ingredientes que
desafiam os séculos: (…) o abandono
arrependido do procedimento pecaminoso que
forçou Deus a esmagar o
seu povo, a esperança no Senhor, guia e mestre da
História.” (ibidem)
- É, no mínimo, desesperante, esta análise
interpretativa da Bíblia.
Sem qualquer sentido crítico ou análise racional dos factos, face a um
livro dito sagrado. Não admira que a inspiração seja muita, muita a
poesia. Momentos de dor, fome, sede, matanças, saques, exílios apelam
a emoções fortes que fazem brotar a poesia de mentes mais sensíveis
e… vulneráveis. Aqui, o caso, certamente. Mas…, onde o divino que
procuramos? Porquê tais poemas, de inspiração divina? Só porque
apelam para Deus? E que lógica haverá em um Deus esmagar um
povo - um povo dito seu eleito - por um pecado cometido? Porque não
consideramos tal facto pura invenção dos autores, ditos também eles
“sagrados”? Não é totalmente gratuita, i. é, sem qualquer fundamento,
a afirmação de que Deus é guia e mestre da História?
Sem qualquer sentido crítico ou análise racional dos factos, face a um
livro dito sagrado. Não admira que a inspiração seja muita, muita a
poesia. Momentos de dor, fome, sede, matanças, saques, exílios apelam
a emoções fortes que fazem brotar a poesia de mentes mais sensíveis
e… vulneráveis. Aqui, o caso, certamente. Mas…, onde o divino que
procuramos? Porquê tais poemas, de inspiração divina? Só porque
apelam para Deus? E que lógica haverá em um Deus esmagar um
povo - um povo dito seu eleito - por um pecado cometido? Porque não
consideramos tal facto pura invenção dos autores, ditos também eles
“sagrados”? Não é totalmente gratuita, i. é, sem qualquer fundamento,
a afirmação de que Deus é guia e mestre da História?
- “Vós todos que passais pelo caminho, olhai e vede:
haverá dor
semelhante à minha dor? Como me maltrataram!
Javé
castigou-me no dia do furor da sua ira.
Escutai
como estou gemendo, e não há quem me console
Os inimigos
comemoram a minha derrota que Tu mesmo causaste!
Traz então
aquele dia que prometeste
em que eles
passarão o que eu passei.” (Lm 1,12 e 21)
- Uns dos mais dolentes versos das Lamentações. Mas
o “estafado”
tema da ira repete-se. E o do “Olho por olho” também! Logo, nada
de
divino se vislumbra por aqui.
- “O amor de Javé nunca acaba e a sua compaixão não
tem fim.
Pelo
contrário, renovam-se cada manhã:
Como é grande a tua fidelidade!
Digo a mim
mesmo: Javé é a minha esperança, por isso nele espero.”
(Lm 2,22-24)
- Ó tu que tão bem falas, terás alternativa? Haverá,
para um crente,
possibilidade de fuga a Javé?!
- “Não é da boca do Altíssimo que vem o mal e o
bem?” (Lm 2,38)
- Que mal? Que bem? Como pode o mal vir do Altíssimo
sem se negar
a Si próprio, sendo Ele o Bem absoluto, o Supremo Bem? Enfim, mais
uma das dificuldades em que o autor se enovela ao intrometer Deus
na História.
Que o Homem contém em si maldade, ninguém duvida.
Saber definir o mal, já é
complicação que avassala o nosso espírito e o
de muitos filósofos e teólogos,
neste pequeno lapso de História que são
os cerca de três mil anos de Bíblia e
de cristianismo. Mas que o mal
venha de Deus é mesmo um total absurdo!
- “O pecado desta cidade foi de certo maior que o de
Sodoma,
pois Sodoma
foi destruída de uma vez, sem ninguém a agredir.”
(Lm 4,6)
- Que pecado? E porque se compara ao suposto pecado
da sodomia?
Aliás… é assim tão grande o “pecado” cometido pelos que decidem
experimentar os prazeres sexuais de outra forma que os não
consagrados pela
Natureza para a procriação, que mereça a destruição
de toda uma cidade?…
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