segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 155/?

À procura da VERDADE nos livros Proféticos

JEREMIAS 15/15

- “Espada contra os caldeus (...) contra os habitantes de Babilónia; 
contra os seus chefes e contra os seus sábios. Espada contra os seus 
adivinhos para que enlouqueçam. Espada contra os seus valentes para 
que se amedrontem. Espada contra os seus cavalos e carros, e contra 
a multidão que ali se encontra para que fiquem como as mulheres. 
Espada contra os seus tesouros para que sejam saqueados. Espada 
contra os seus canais para que fiquem secos, porque é um país de 
ídolos que se gloria dos seus espantalhos. Por isso, aí habitarão hienas, 
chacais e avestruzes; nunca mais será habitada nem povoada de 
geração em geração (…) Ninguém mais ali habitará nem Homem 
algum nela residirá. Olhai! Um povo vem do Norte, uma grande nação 
e reis numerosos surgem das extremidades da Terra: armados de arcos 
e dardos, são violentos e sem compaixão. Os seus gritos ressoam como 
o mar, avançam a cavalo, formados em ordem de batalha, como se 
fossem um só Homem contra ti, Babilónia.” (Jr 50,35-42)
- Alongámo-nos… de propósito. Compraz-se o autor em literatura 
retórica, com aprazível fulgor! As guerras seduzem-no e convidam-no 
a afulgorar a escrita… Mas além da total ausência de divino na 
encenação, espanta aquele afirmar categórico - na realidade, totalmente 
falso: “Ninguém mais ali habitará…” Enfim,… contradições!
- “Fugi da Babilónia; salve-se quem puder! Não morrais pelo seu crime, 
porque é a hora da vingança de Javé, é o pagamento que a Babilónia 
merece.” (Jr 51,6)
- Ainda não basta de “vingança de Javé”, Jeremias? Que tristeza, santo 
Deus!
- “Tu, Babilónia, foste o martelo, a minha arma de guerra: contigo 
martelei nações, contigo destruí reinos, contigo martelei o cavalo e 
o cavaleiro, contigo martelei o carro e o cocheiro, contigo martelei 
homens e mulheres, contigo martelei velhos e jovens, contigo martelei 
rapazes e raparigas, contigo martelei pastores e rebanhos, contigo 
martelei lavradores e juntas de bois, contigo martelei governadores 
e prefeitos. Mas retribuirei à Babilónia (…) todo o mal que eles fizeram 
a Sião.” (Jr 51,20-24)
- Para além da fastidiosa repetição do “martelei”, também repetimos 
que não entendemos definitivamente um Javé que se serve de Babilónia 
para castigar e depois a castiga por ela ter “castigado”! E ainda se apela 
para o “Olho por olho, dente por dente”. Que exemplo é este vindo 
de Javé? Não é esta norma “divina” que Israel continua hoje aplicando, 
ao retaliar atentados de que é vítima? Não somos tentados a concluir que 
esta Bíblia teve afinal, mais influência nefasta que benéfica, na conduta 
global dos Homens, apelando continuadamente para a vingança, para a 
retaliação?
A Igreja deveria rever a sua posição quanto a considerar sagrada, por 
divinamente inspirada, esta Bíblia do AT. É que, além de nada ter a ver 
com o evangelho e as ideias de Jesus, não descortinamos, nela, qualquer 
inspiração divina.
- “De Babilónia, saem gritos de socorro (…) porque Javé destrói 
Babilónia (…): os seus guerreiros serão presos e os seus arcos serão 
quebrados, porque Javé é um Deus que retribui e lhes dará o seu 
pagamento. Embriagarei os seus ministros e conselheiros, prefeitos e 
militares; eles dormirão um sono eterno e nunca mais acordarão - oráculo 
do Rei, cujo nome é Javé dos exércitos.” (Jr 51,54-57) “Ele deitou fogo 
ao Templo de Javé (…)” (Jr 52,13)
- Enfim, basta de Javé e a sua amada-odiada Babilónia! Basta!… Mas, 
caro Javé, nem o teu Templo escapou à tua ira? Como é possível?

E assim, terminámos mais um livro da Bíblia. E, se viemos à procura 
da VERDADE, essa VERDADE, com este livro de Jeremias, parece ter 
ficado ainda mais longe… bem mais longe…

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