À procura da
VERDADE nos livros Proféticos
JEREMIAS 15/15
- “Espada contra os caldeus (...) contra os
habitantes de Babilónia;
contra os seus chefes e contra os seus sábios. Espada
contra os seus
adivinhos para que enlouqueçam. Espada contra os seus valentes
para
que se amedrontem. Espada contra os seus cavalos e carros, e contra
a
multidão que ali se encontra para que fiquem como as mulheres.
Espada contra os
seus tesouros para que sejam saqueados. Espada
contra os seus canais para que
fiquem secos, porque é um país de
ídolos que se gloria dos seus espantalhos.
Por isso, aí habitarão hienas,
chacais e avestruzes; nunca mais será habitada
nem povoada de
geração em geração (…) Ninguém mais ali habitará nem Homem
algum
nela residirá. Olhai! Um povo vem do Norte, uma grande nação
e reis numerosos
surgem das extremidades da Terra: armados de arcos
e dardos, são violentos e
sem compaixão. Os seus gritos ressoam como
o mar, avançam a cavalo, formados em
ordem de batalha, como se
fossem um só Homem contra ti, Babilónia.” (Jr
50,35-42)
- Alongámo-nos… de propósito. Compraz-se o autor em
literatura
retórica, com aprazível fulgor! As guerras seduzem-no e convidam-no
a afulgorar a escrita… Mas além da total ausência de divino na
encenação, espanta
aquele afirmar categórico - na realidade, totalmente
falso: “Ninguém mais ali
habitará…” Enfim,… contradições!
- “Fugi da Babilónia; salve-se quem puder! Não
morrais pelo seu crime,
porque é a hora da vingança de Javé, é o pagamento que
a Babilónia
merece.” (Jr 51,6)
- Ainda não basta de “vingança de Javé”, Jeremias?
Que tristeza, santo
Deus!
- “Tu, Babilónia, foste o martelo, a minha arma de
guerra: contigo
martelei nações, contigo destruí reinos, contigo martelei o
cavalo e
o cavaleiro, contigo martelei o carro e o cocheiro, contigo martelei
homens e mulheres, contigo martelei velhos e jovens, contigo martelei
rapazes e
raparigas, contigo martelei pastores e rebanhos, contigo
martelei lavradores e
juntas de bois, contigo martelei governadores
e prefeitos. Mas retribuirei à
Babilónia (…) todo o mal que eles fizeram
a Sião.” (Jr 51,20-24)
- Para além da fastidiosa repetição do “martelei”,
também repetimos
que não entendemos definitivamente um Javé que se serve de
Babilónia
para castigar e depois a castiga por ela ter “castigado”! E ainda se
apela
para o “Olho por olho, dente por dente”. Que exemplo é este vindo
de
Javé? Não é esta norma “divina” que Israel continua hoje aplicando,
ao retaliar
atentados de que é vítima? Não somos tentados a concluir que
esta Bíblia teve
afinal, mais influência nefasta que benéfica, na conduta
global dos Homens,
apelando continuadamente para a vingança, para a
retaliação?
A Igreja deveria rever a sua posição quanto a considerar
sagrada, por
divinamente inspirada, esta Bíblia do AT. É que, além de nada ter
a ver
com o evangelho e as ideias de Jesus, não descortinamos, nela, qualquer
inspiração divina.
- “De Babilónia, saem gritos de socorro (…) porque
Javé destrói
Babilónia (…): os seus guerreiros serão presos e os seus arcos
serão
quebrados, porque Javé é um Deus que retribui e lhes dará o seu
pagamento. Embriagarei os seus ministros e conselheiros, prefeitos e
militares;
eles dormirão um sono eterno e nunca mais acordarão - oráculo
do Rei, cujo nome
é Javé dos exércitos.” (Jr 51,54-57) “Ele deitou fogo
ao Templo de Javé (…)”
(Jr 52,13)
- Enfim, basta de Javé e a sua amada-odiada
Babilónia! Basta!… Mas,
caro Javé, nem o teu Templo escapou à tua ira? Como é
possível?
E assim, terminámos mais um livro da Bíblia. E, se
viemos à procura
da VERDADE, essa VERDADE, com este livro de Jeremias, parece
ter
ficado ainda mais longe… bem mais longe…
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