segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 152/?

À procura da VERDADE nos livros Proféticos

JEREMIAS 12/15

- “Assim diz Javé dos exércitos, o Deus de Israel: Mandarei 
buscar o meu servo Nabucodonosor, rei da Babilónia (…) Ele 
virá para atacar o Egipto: quem está destinado para morrer, morrerá 
(...) Ele deitará fogo aos templos dos deuses do Egipto (…) Castigarei 
os que moram no Egipto como castiguei Jerusalém (…)” (Jr 43-44)
- É espantoso! Nabucodonosor - o assassino, o cruel, o devastador, 
o incendiário que foi o braço de Javé para castigar Judá e destruir 
Jerusalém – ser o “servo de Javé”! Pôr Javé a chamar “seu servo” 
Nabucodonosor, é o resultado de ter a Bíblia feito Javé o motor da 
História que afinal não passa de uma História de Homens feita pelos 
Homens, com os Homens e para os Homens, com os seus momentos 
de glória e, infelizmente, não menos momentos de loucuras, guerras, 
atrocidades de toda a ordem, pondo a sua brilhante inteligência ao 
serviço dos mais baixos e cruéis instintos de destruição e malvadez. 
Nabucodonosor arrasa o Egipto e passa a fio da espada egípcios e 
judeus que ali se haviam refugiado. Ao profeta - ou a Javé?! - apenas 
interessa castigar os judeus que não ouviram o profeta que os 
mandara ficar na sua terra e obedecer ao rei da Babilónia. Mas os 
outros? Os egípcios que morreram? Que mal fizeram eles para 
merecerem tamanho castigo? Por seguirem outros deuses? Por não 
“obedecerem” às leis de Javé? Como obedecer se O não conheciam? 
Aliás, que pecado cometeram os judeus que fugiram para o Egipto 
para escaparem à espada de Nabucodonosor que já matava em Judá?
Acaso estas perguntas são sem sentido? Como quiséramos que fossem! 
Por isso, esperamos que não haja qualquer cristão - realmente 
cristão! – que invoque sobre nós a ira divina, à boa - boa?! - maneira 
bíblica, por tanto questionamos esta Bíblia onde assenta a sua Fé! Sua, 
porque a nossa já a perdemos, logo que começámos a questionar as 
(in)verdades ditas eternas por aqueles que as inventaram…
Por outro lado, questionar nunca foi, é ou será pecado. Talvez seja 
mesmo a única maneira de termos uma Fé esclarecida e não uma 
Fé de “carneiros”, acreditando porque os outros nos dizem que é 
assim, sem… o provarem com argumentos que não deixem dúvidas à 
nossa razão. É que nós somos pessoas e não autómatos ou bonecos 
articulados! Para que a Fé seja válida, tem de abarcar toda a 
pessoa - alma e sentimentos, emoção e razão - e não ser apenas 
uma “obediência cega” a uma tradição javista, bíblica, evangélica, 
eclesiástica ou outra, em que o magister-dixitismo é tudo. 
Não é verdade?
Depois, e ainda, repetimos que não viemos aqui à Bíblia para 
questioná-la de má fé ou por motivos escusos de um ateísmo 
primário, não! Viemos exactamente à procura da VERDADE que 
nos pudesse abrir as portas do céu que tanto desejamos, sem, no 
entanto, conseguirmos vislumbrar como lá chegar. Haverá alguém 
que no-lo possa mostrar sem que para isso tenhamos de 
“enterrar-nos” numa Fé cega e sem razão que lhe valha? – Talvez 
Jesus Cristo. Mas o bom e inefável Jesus, iremos questioná-Lo 
mais tarde…


2 comentários:

  1. Tenho seguido atentamente as suas opiniões. Até porque procuro explicações sobre muitas das atitudes da Igreja. Mas gostaria de perguntar se não está a pensar opinar tb sobre o novo testamento?. Obrigado

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  2. Obrigado, Henrique, pelo seu comentário. Claro: depois de escalpelizar o AT, numa análise crítica objectiva, como estamos fazendo, iremos analisar também o NT e ver até que ponto os documentos (Evangelhos e Cartas) que o compõem merecem credibilidade, tanto histórica como teológica. Ali, questionaremos a grande (in)verdade dos milagres realizados (ou não!) por aquela figura fantástica que foi Jesus e a quem os fundadores do cristianismo chamaram de Cristo, o Filho de Deus.

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