À procura da
VERDADE nos livros Sapienciais
O ECLESIÁSTICO – 11/15
- “Não te deixes dominar pela tristeza, nem te
aflijas com
preocupações. A alegria do coração é vida para o Homem e
a
satisfação prolonga-lhe a vida. Anima-te, consola o coração
e afasta a
melancolia para longe. Pois a melancolia já arruinou
muita gente e não serve
para nada. Inveja e ira encurtam os anos
e a preocupação faz envelhecer antes
do tempo. Coração alegre
favorece o bom apetite e faz sentir o gosto da
comida.”
(Eclo 30,21-25)
- Espectacular! “Bon vivant”! Psicólogo! O louvor da
alegria!
A vida a sorrir!… É mesmo bom! Mas… onde metemos Deus
neste sorriso,
nesta alegria de viver cá na Terra? Onde metemos
o céu? Onde a vida eterna?
- “A insónia por causa da riqueza consome o corpo
(…).
Quem corre atrás do lucro com ele se perderá (…). Não
mastigues de boca
aberta (…), não sejas o primeiro a estender
a mão (…). Sê moderado em tudo o
que fizeres (…). Que
vida existe quando falta vinho? (…) Bebido (…) na medida
certa, o vinho traz gozo ao coração e alegria à alma (…)
Resume o que tens a
dizer e diz muito em poucas palavras (…)
Quem teme o Senhor, não sofre nenhum
mal (…) Quem
acredita na Lei, observa os mandamentos.” (Eclo 31,1-33,1)
- Mais belíssimos conselhos para levar vida
descontraída, de
educada alegria e… de prazer. Ai, que bem que lhe deveria
saber aquele vinho!… E a propósito do temor e da Lei,
comenta-se: “O temor do
Senhor é o ponto de partida para a
sabedoria e consiste em reconhecer que só
Deus tem a última
palavra sobre a vida. Para o israelita, o grande dom de Deus
é
a Lei: (...) toda a revelação contida nas Sagradas Escrituras,
através da
qual o Homem capta o projecto de Deus.”(ibidem)
- Parece estabelecer-se alguma confusão entre o
humano e o
divino. E quem foi o primeiro que disse que a Lei foi revelada
por
Deus? E quem sabe qual é o projecto de Deus? Haverá
provas inequívocas de que
Deus se tenha revelado? Onde
estão? Talvez a melhor prova de que podemos
duvidar de tudo é
que tudo parece ter sido concebido e “inventado” por Homens
que não sabiam que a Terra não era única no espaço, que o céu
não se acabava
ali no horizonte do firmamento e que o Universo
tinha a infinidade de estrelas
que sabemos ter, com os prováveis
infindáveis planetas habitáveis onde haverá
seres semelhantes
a nós com os mesmos ou outros problemas existenciais de vida
e de Deus. Por si só, este facto, incontestavelmente científico,
reduz a
problemática de Deus a uma insignificância tal que até a
nós mesmos custa
aceitar. Mas se a VERDADE é esta…
- “Também os Homens vêm todos do mesmo solo (…) Mas
o
Senhor (…) a uns abençoou-os e exaltou-os, consagrando-os e
aproximando-os de
Si; a outros amaldiçoou-os e humilhou-os (…)”
(Eclo 33,10-12)
- Não! Não é possível dizer-se isto de um Deus
justo! Portanto,
é falso! Portanto, não pode ser de inspiração divina. A
verdade
sobre o Homem é só uma: vem do pó e para o pó voltará como
qualquer ser
vivo, todos pertencentes ao Tempo; há muitos
inteligentes, honestos e bons e
há, infelizmente, muitos mais
inteligentes também, mas corruptos, pérfidos e
maus que
causam todo o sofrimento de que a Humanidade padece. Quando
é que esta
humanidade será mais “perfeita”, melhor, será menos má?
- “Quem confia nos sonhos é como quem agarra as
sombras ou
persegue o vento. (…) Se não forem enviados pelo Altíssimo
numa das
suas visitas, não lhes dês atenção.” (Eclo, 34,2-6)
- E como sei eu se vêm ou não do Altíssimo? Como sei
eu se
tudo isto que vou por aqui sonhando acordado é de inspiração
de Deus ou
do diabo? Ou se tudo é apenas fruto da minha mente
inteligente e criadora? E os
sonhos não são mais do que o
fruto do meu inconsciente que torna consciente
vivências queridas
ou impossíveis, mas alguma vez pensadas? Mais interessantes,
e
certamente de maior inspiração divina, são os poetas: “Sempre que o
Homem
sonha, o mundo pula e avança!”, ou “Deus quer, o Homem
sonha, a obra nasce!”
Fica-nos uma pergunta final: “Quem é Deus?” Ou: “Que
Deus é
este o das religiões?”
Em duas palavras explicamos:
ResponderEliminarOs deuses das religiões, antigas ou modernas, foram inventados pelo Homem, pela emoção; pertencem pois ao domínio do sentimento. O Deus em que o agnóstico - racional - acredita é o Deus como ABSOLUTO, O TUDO ONDE TUDO SE INTEGRA, CONTENDO TODO O ESPAÇO (por ser infinito) E TODO O TEMPO (por ser eterno), TUDO SENDO PARTÍCULAS DELE, DO ÁTOMO, AO UNIVERSO.