À procura da
VERDADE nos livros Sapienciais
O ECLESIÁSTICO – 10/15
- “ (…) Quem procura enriquecer age sem escrúpulos.”
(Eclo 27,1)
- Verdade! Tanto há dois mil e duzentos anos como
nos nossos dias…
- “Quando se agita a peneira, ficam os restos e
quando a pessoa
discute, aparecem os seus defeitos. (…) Quem cava um buraco,
nele cairá; quem prepara uma armadilha ficará preso nela.”
(Eclo 27,4 e 26)
- É mais uma recolha de provérbios antigos. Certos,
claro! Mas
nada têm a ver com a suposta inspiração divina do texto…
- “Perdoa ao teu próximo o mal que te fez e (…) Deus
te perdoará os
pecados que tiveres cometido.” (Eclo 28,2)
- Faz lembrar o “Pai Nosso” de Jesus Cristo. Mas
porque é que os
judeus não seguiram este conselho do Livro Sagrado e
continuaram - continuam! - com o “Olho por olho, dente por dente”,
a lei de
Talião?
- “Lembra-te do teu fim e deixa de odiar. Lembra-te
da corrupção
e da morte e persevera nos mandamentos.” (Eclo 28,6)
- O pensamento da morte deveria repor tantas coisas
na vida!…
Mas não: após a vivência, mais ou menos traumática, de vermos
um ser
vivo “partir”, continuamos agarrados às nossas pequenas
coisas e às nossas
birrinhas, sem vermos mais além que o espaço do
nosso umbigo. E a vida
esvai-se-nos por entre os dedos… Depois,
um ser humano “inteiro” deveria
cumprir as leis, os mandamentos,
com a alegria do dever cumprido e não com o
medo do castigo da
corrupção e da morte, o perene temor de Deus…
- “ (…) O homem raivoso atiça a briga (…) Se sopras
uma fagulha,
ela inflama-se e se lhe cospes em cima, ela apaga-se. Nota bem que
as duas coisas saem da mesma boca.” (Eclo 28,8-12)
- Não há dúvida! E mais máximas ou constatações se
seguem em
Eclo 28, sobre a força e o perigo da palavra; em Eclo 29, sobre o
emprestar e o não emprestar, o aprender a partilhar, o arriscar-se
pelo
próximo, a dignidade e a humildade no viver; em Eclo 30, o
educar com bom
senso, a saúde e a riqueza, a alegria de viver;
em Eclo 31, os inconvenientes
da riqueza e o comportamento num
banquete. Tudo pertencente ao domínio do bom
senso ou a um código
de boas maneiras. Mais nada…
- “A língua intrometida (…) destrói cidades fortes
(…) Empresta
ao próximo quando ele tiver necessidade e devolve ao próximo no
tempo combinado. (…) Ajuda o teu próximo conforme as tuas
posses, mas tem
cuidado não te arruínes tu também. (…) É melhor
viver vida de pobre numa
barraca do que banquetear-se em casa
alheia. (…) Quem ama o próprio filho
castiga-o com frequência, para
no fim se alegrar. (…) Quem mima o próprio
filho, depois terá que lhe
curar as feridas. (…) Dá muito mimo ao teu filho e
ele far-te-á surpresas
desagradáveis (…) É melhor um pobre robusto e sadio do
que um rico
cheio de doenças. (…)” (Eclo 28,14; 29;30)
- Mais uma vez, velhos provérbios, sabedoria eterna!
A humanidade a
revelar-se… E Deus, onde se encontra?!
- “É melhor a morte do que uma vida amargurada e o
descanso eterno
vale mais do que uma doença crónica. (…) De que serve oferecer
frutos
ao ídolo? Ele não come nem tem olfacto. Assim é aquele que é
perseguido
pelo Senhor: observa e suspira como um eunuco abraçado
a uma jovem.” (Eclo
30,17-20)
- É a apologia da eutanásia? Deliciosa, deliciosa é a
comparação com o
eunuco a suspirar abraçado a uma donzela! Leva ao sorriso
maroto…
Pensamento da semana:
ResponderEliminar4 – É Outono! É a queda das folhas. Os menos resistentes vão-se, partem! E é tempo de reflectir: se a morte é uma inevitabilidade para todo o ser vivo, a sua presença nos que nos são queridos, obrigando-os a partir, só pode ser – só deveria ser! – o de agarrar a vida que temos, vivendo-a o mais intensamente possível, não desperdiçando dela um momento que seja!