Comemoramos, segundo a Igreja, o nascimento do Menino Jesus,
filho da Virgem Maria, Virgem por ter sido fecundada pelo Espírito santo e, por
isso, o menino é Filho de Deus.
Toda a história é narrada pelo evangelista Lucas – e,
estranhamente, só por Lucas! – e conta-se em poucas palavras: “A caminho de
Belém, a Virgem, por não haver lugar na estalagem, deu à luz um menino, numa
gruta, e apareceram anjos cantando no céu e pastores trazendo presentes; mais
tarde, guiados por uma estrela, viriam, também com presentes, os reis magos.
Regressados a Nazaré, talvez dois anos depois, dá-se a fuga para o Egipto, para
escapar à suposta ordem de Herodes de mandar matar todas as crianças de até
dois anos. Aos 12 anos, Jesus apresenta-se no Templo perante os doutores. Aos
30, começa a sua pregação de um Novo Reino, pregação da qual dão conta os
quatro evangelistas, recheando-a de milagres.”
Fixemo-nos apenas no Natal. Afinal, como é que tudo começou? Eis
uma hipótese totalmente plausível:
Lucas era médico de Paulo. Ora, Paulo, o grande
iniciador/obreiro/fundador do cristianismo, deu-se conta de que teria de
apresentar o Jesus que ele queria divinizar, com uma origem que se assemelhasse
às origens/nascimentos dos deuses antigos, sobretudo egípcios, os deuses solares,
também eles nascidos de virgens, também eles perseguidos, também os seus
nascimentos acompanhados de cânticos celestiais. E terá encarregado Lucas de
tal missão. O resultado aí está. Bonito! Comovente!
Depois, a Tradição – a poderosa Tradição que serviu para fundamentar muitas das
crenças actuais – encarregou-se de criar, à volta desta narrativa, todo um
conjunto de cenários românticos, pastoris, celestiais, revelados nas inúmeras
canções, nas inúmeras pinturas e esculturas, culminando na invenção do presépio
por S. Francisco De Assis, em 1223, mas continuados pelos pintores e escultores
renascentistas e modernistas, até aos nossos dias.
Pergunta-se, então, onde está a verdade do Natal. E a resposta, intelectualmente honesta, só pode ser uma: O Natal não existiu! Foi uma bonita invenção, uma efabulação, uma cópia romanceada que Lucas fez das histórias antigas sobre o nascimento dos deuses solares.
Pergunta-se, então, onde está a verdade do Natal. E a resposta, intelectualmente honesta, só pode ser uma: O Natal não existiu! Foi uma bonita invenção, uma efabulação, uma cópia romanceada que Lucas fez das histórias antigas sobre o nascimento dos deuses solares.
E, se quisermos continuar a ser intelectualmente honestos, temos
de concluir que: 1 – Maria não foi virgem nem fecundada pelo Espírito Santo
(Existe esta terceira pessoa de uma suposta trindade divina, trindade também
imitando outras antigas? Onde as provas credíveis?). 2 – Não houve nem reis
magos, nem pastores, nem coros de anjos cantando nos céus. 3 – O nascimento de
Jesus não foi a 25 de Dezembro, mas provavelmente na Primavera, tempo em que já
há pastores a dormir ao relento: foi colocado pela Igreja nesta data para
substituir a celebração pagã dos deuses solares que renasciam no solstício do
Inverno. 4 – Enfim – e o mais importante – o Menino Jesus não é o Menino-Deus ou
o Filho de Deus (a 2ª pessoa da tal suposta trindade divina) simplesmente
porque Deus não pode ter um Filho; é que, se o tivesse, deixava de ser Deus: O
TODO ONDE TUDO SE INTEGRA, TEMPO E ESPAÇO, ENERGIA E MATÉRIA, SENDO, POR ISSO,
INFINITO E ETERNO.
Mas… é NATAL! Há presépios dentro e fora das igrejas! Há
cânticos, lindos cânticos, ecoando pelos ares! Há luzes, muitas luzes, mais nas
ruas que em obscuros recônditos de oração! Há árvores de Natal que nada têm a
ver com o evangelho de Lucas! Há pais-natais que o comércio inventou para
vender prendas, muitas prendas, prendas que damos a familiares e amigos, muitas
vezes mais por dever do que por devoção ou querer… (Talvez daí, a reacção de
muitos, dizendo que “É Natal sempre que o Homem quiser!”) Há movimentos de
solidariedade que são sempre bem-vindos, sobretudo para os mais pobres… E tudo
isso é bom, muito bom!
Então, inteligentes, gozemos tanta beleza que nos inebria os
sentidos, desde o olfato, ao gosto, ao ouvido, aos olhos que ficam estonteados
com tanta luz que ilumina a noite! Comamos e bebamos, cantemos e dancemos,
demos beijos e abraços e prendas! Mesmo que sejam cantigas que não contam senão
lenda e fantasia. É que são melodiosas, lindas, cheias de ritmo e de encanto: o
Adeste Fideles (Apressai-vos, ó fiéis),
do nosso rei D. João IV, o Gloria in
excelsis Deo (Glória a Deus nas alturas), o Alegres, correi pastorinhos, o Alegrem-se
os céus e a Terra, O Menino está
dormindo, o inglês Jingle bells
(Tocam os sinos) ou o alemão O
tannenbaum (Ó pinheirinho de Natal). Estas e muitas mais. Afinal, é festa!
E a vida é para se viver em festa!
Por isso,
BOAS FESTAS NATALÍCIAS E UM ANO NOVO EM QUE CADA UM SAIBA SER
FELIZ E, SOLIDARIAMENTE, DEIXE OS OUTROS SEREM FELIZES!
Pensamento da semana:
ResponderEliminarAlguém disse: "O Homem é um insensato: passa metade da vida a acumular riqueza, arruinando a saúde e a outra metade a gastar a riqueza acumulada para recuperar a saúde perdida. Muitas vezes, tarde demais!"
Não sejas insensato!