No dia 8 de Dezembro, celebra-se a festa da Imaculada Conceição
de Maria. O dogma, i.é., a afirmação de que Maria, mãe de Jesus, foi concebida
sem pecado original, sentença a ter de ser obrigatoriamente aceite por todo o
mundo católico, sob pena de excomunhão, foi proclamado pelo Papa Pio IX, a 8 de
Dezembro de 1854.
Ora, isto merece-nos algumas considerações:
1 - O dogma foi proferido pela papa, na sua qualidade de “vox
infalibilis” (voz infalível), também baseada noutro dogma que, ao tempo estava
na forja, o da infalibilidade do papa quando fala “ex-catedra”, supondo-se que
esteja sob a acção e inspiração do Espírito Santo, dogma mais tarde publicado
pelo mesmo papa, em 1870. Obviamente, a infalibilidade do papa não existe: ele é
falível como qualquer humano; e este é o primeiro dogma a ser um total
non-sense. O dogma da Imaculada Conceição é outro non-sense, e ainda mais
non-sense que o anterior, pois teria que se provar primeiro que houve realmente
um pecado original que seria transmitido de geração em geração com os genes dos
pais, para que alguém fosse concebido sem ele. O suposto pecado original –
eivado de anti-feminismo – foi o cometido por Adão e Eva no paraíso, quando
esta deu a comer àquele a maçã proibida. Tal suposto facto de tal suposto
pecado, levou a um repúdio ancestral da mulher, a um machismo inveterado, tanto
na Bíblia, como posteriormente em práticas medievais, algumas perdurando até
aos nossos dias. Além disso, o espermatozóide e o óvulo da união dos quais resultou
Maria teriam de já não estar afectados por tal pecado, e não sabemos como é que
foram purificados… Logo, tudo não passará de pura invenção fantasista, em épocas
medievais, por Maria vir a ser a mãe do filho e Deus, o que, do ponto de vista
religioso, até se afigura lógico: como é que uma mulher impura poderia ser mãe
de Deus?
2 – Assim, com todo o carinho e respeito que tenho por todas as mães do mundo, obviamente também por Maria, mãe de Jesus, tenho de concluir que, no dia 8, vamos festejar uma inverdade, ou uma falsidade baseada em várias falsidades.
2 – Assim, com todo o carinho e respeito que tenho por todas as mães do mundo, obviamente também por Maria, mãe de Jesus, tenho de concluir que, no dia 8, vamos festejar uma inverdade, ou uma falsidade baseada em várias falsidades.
3 – Obviamente, não existiu nenhum pecado original. Aliás, é
completamente descabida a ideia de que, pelo facto de Adão e Eva terem pecado,
todos os seus descendentes teriam a mesma marca de pecado. Tal ideia coube na
cabeça de Paulo e, mais tarde, na de -obtusos medievais que, no entanto, a impuseram à Igreja e esta, até
hoje, continua a ensiná-la às crianças na catequese. Uma perversidade e uma
desonestidade intelectual! Então, não sabem que não houve nem Adão nem Eva e
que o Homem apareceu pela evolução das espécies, como provou Darwin? Se sabem,
porque continuam a pregar e ensinar uma total inverdade, baseada num
criacionismo romântico, tudo se passando num paraíso inexistente? É que nem
pela Fé se consegue explicar tal atitude.
4 – Com a saga da Missão atribuída a Jesus, filho de Maria, de
salvar a humanidade e de redimi-la do tal suposto pecado original, deturpando
aliás as palavras de Paulo, Rom 5-12 “da mesma forma
como o pecado ingressou no mundo por meio de um homem, e pelo pecado a morte,
assim também a morte foi legada a todos os seres humanos, porquanto todos
pecaram.”, chegou-se a afirmar que “Se por uma mulher veio o pecado ao
mundo, por outra – Maria – veio a salvação que é Jesus. O Redentor”, Jesus a
quem, sem qualquer fundamento credível, chamaram de Cristo, o Ungido de Deus, o
seu próprio Filho. Uma efabulação fantástica, mas óptima para fundamento de uma
religião que emergia no seio das diversas seitas judaicas da época e bem
aproveitada por Paulo, o grande impulsionador dessa mesma religião.
5 – O dogma da Imaculada Conceição está conluiado com o dogma da
Virgindade de Maria, Maria que teve vários filhos além de Jesus. Jesus teria
sido concebido por obra e graça do Divino Espírito Santo, como a Igreja
continua a ensinar na catequese. Como? – Mistério divino ou… mais uma fantasia
imposta aos crentes como verdade!
Conclusão: se a Fé não pode explicar tudo, também não deve
aceitar tudo. Tem de haver um pouco de razoabilidade e de humanidade: o Homem,
por ser crente, não pode ser enganado com fantasias que alguns conjecturaram,
ao longo dos tempos.
No entanto…
BOAS FESTAS! Qualquer festa é boa pois a vida é para se viver em
FESTA, SORRINDO!
Pensamento da semana:
ResponderEliminarSe a única e absoluta certeza que o Homem tem é a de que a vida é efémera e, se um dia começou, noutro irá inevitavelmente acabar, sem deixar qualquer rasto…, porque vive como se esta vida fosse eterna, vivendo para “comer”, na contínua ganância do TER, e não “come” para viver, na alegria de SER?