À procura da
VERDADE nos livros Sapienciais
O ECLESIÁSTICO – 12/15
- “Glorifica o Senhor com generosidade e não sejas
mesquinho nos primeiros frutos que ofereces. Quando
ofereceres alguma coisa,
apresenta um rosto alegre, e
consagra o dízimo com boa vontade. Oferece ao
Altíssimo
conforme o dom que Ele te fez (…) Ele em troca te dará
sete vezes
mais.” (Eclo 35,7-10)
- Afinal, a quem se dá? - repetimos. Ao Senhor ou ao
Templo
e aos sacerdotes? E quem fez a lei do dízimo? O Senhor
ou os Sacerdotes?
Esta dicotomia Deus-Sacerdotes e Templo
sempre serviu para justificar os
maiores atropelos à consciência
dos povos. É que dar 10% dos meus pertences - e
dos melhores - a
uma igreja que me oferece apenas mistérios acerca do meu fim
último, enchendo-me de esperanças vazias de fundamento
credível é mesmo muito!…
E quem é que já viu o Altíssimo
dar sete vezes mais?! É mais uma afirmação para
levar os crentes
à dádiva…
- “Castigando-nos, mostraste às nações a tua
santidade. Agora,
mostra-nos a tua grandeza, castigando as nações. Deste modo
reconhecerão, como nós também reconhecemos, que não existe
outro Deus além de
Ti, Senhor. (…) Desperta o teu furor e
derrama a tua ira, para destruir o
adversário e abater o inimigo. (…)
Tem compaixão de Jerusalém, tua cidade santa
e lugar do teu repouso.”
(Eclo 36,3-6 e 12)
- Voltámos, com tristeza, ao antigo Deus de ira que
julgávamos estar
definitivamente ultrapassado! E que santidade a de Jerusalém,
cidade tantas vezes conquistada e arrasada, no passado e, hoje,
fulcro de
discórdias que parecem insanáveis entre judeus e
palestinianos? Enfim, mais uma
vez se humaniza Deus, atribuindo-lhe
um lugar; tal como fará Cristo quando
expulsou os vendilhões
do Templo, chamando-lhe “casa de Deus” e, depois, todos
os locais
de culto, chamadas igrejas. Uma tristeza de Deus…
- “A beleza da mulher alegra o rosto e supera todos
os desejos do
homem. Se nos seus lábios existe bondade e doçura, o seu marido
é
o mais feliz dos homens. Quem adquire esposa, tem o
começo da fortuna, pois ela
é auxiliar semelhante a ele e coluna
- Redime-se aqui o autor do que atrás disse da mulher! Mas…
será consistente e sincera a sua redenção?!
- “Segue o conselho do teu próprio coração, porque
ninguém te será
mais fiel do que ele. (…) Não sejas insaciável de prazeres (…)
quem sabe controlar-se vive muito tempo.” (Eclo 37,13 e 29-31)
- Bons conselhos, não há dúvida! E, em Eclo 37-38, fala-se
do
verdadeiro amigo, do cuidado a ter com os conselheiros, do
autodomínio, dos
médicos e da doença, do luto… Mais uma vez,
teremos de perguntar: “Qual é realmente
o objectivo desta nossa
vida terrena? Viver muito tempo?” Parece fraco
objectivo, numa
perspectiva religiosa, em que se procura não o viver muito
tempo na
Terra, mas a vida eterna no
céu! Enfim, seguir o coração, será bonito,
romântico, belo, poético! Mas se o
coração é emoção e se a emoção
tem tanto de perdição quanto de vivências de
indizíveis prazeres, não
sei se, mesmo humanamente, nos devamos deixar sempre
levar por
essa máquina imparável que nunca pára de bater enquanto há vida…
Pensamento da semana:
ResponderEliminarO Universo ou é finito ou infinito. Se é finito, onde e como se concebem os seus limites, ou o que há para lá do começo e para além do fim? Se é infinito, confundir-se-á com - ou será! - o próprio Deus, não precisando nós de admitir um Criador, tudo se criando e recriando num eterno retorno do mesmo ao mesmo através do diverso, pela dicotomia matéria/energia nele existente.