domingo, 8 de janeiro de 2017

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 120/?

À procura da VERDADE nos livros Sapienciais


O ECLESIÁSTICO – 12/15

 - “Glorifica o Senhor com generosidade e não sejas 
mesquinho nos primeiros frutos que ofereces. Quando 
ofereceres alguma coisa, apresenta um rosto alegre, e 
consagra o dízimo com boa vontade. Oferece ao Altíssimo 
conforme o dom que Ele te fez (…) Ele em troca te dará 
sete vezes mais.” (Eclo 35,7-10)
- Afinal, a quem se dá? - repetimos. Ao Senhor ou ao Templo 
e aos sacerdotes? E quem fez a lei do dízimo? O Senhor 
ou os Sacerdotes? Esta dicotomia Deus-Sacerdotes e Templo 
sempre serviu para justificar os maiores atropelos à consciência 
dos povos. É que dar 10% dos meus pertences - e dos melhores - a 
uma igreja que me oferece apenas mistérios acerca do meu fim 
último, enchendo-me de esperanças vazias de fundamento 
credível é mesmo muito!… E quem é que já viu o Altíssimo 
dar sete vezes mais?! É mais uma afirmação para levar os crentes 
à dádiva…
- “Castigando-nos, mostraste às nações a tua santidade. Agora, 
mostra-nos a tua grandeza, castigando as nações. Deste modo 
reconhecerão, como nós também reconhecemos, que não existe 
outro Deus além de Ti, Senhor. (…) Desperta o teu furor e 
derrama a tua ira, para destruir o adversário e abater o inimigo. (…) 
Tem compaixão de Jerusalém, tua cidade santa e lugar do teu repouso.” 
(Eclo 36,3-6 e 12)
- Voltámos, com tristeza, ao antigo Deus de ira que julgávamos estar 
definitivamente ultrapassado! E que santidade a de Jerusalém, 
cidade tantas vezes conquistada e arrasada, no passado e, hoje, 
fulcro de discórdias que parecem insanáveis entre judeus e 
palestinianos? Enfim, mais uma vez se humaniza Deus, atribuindo-lhe 
um lugar; tal como fará Cristo quando expulsou os vendilhões 
do Templo, chamando-lhe “casa de Deus” e, depois, todos os locais 
de culto, chamadas igrejas. Uma tristeza de Deus…
- “A beleza da mulher alegra o rosto e supera todos os desejos do 
homem. Se nos seus lábios existe bondade e doçura, o seu marido 
é o mais feliz dos homens. Quem adquire esposa, tem o 
começo da fortuna, pois ela é auxiliar semelhante a ele e coluna 
de apoio.” (Eclo 36,22-24)


- Redime-se aqui o autor do que atrás disse da mulher! Mas… 
será consistente e sincera a sua redenção?!
- “Segue o conselho do teu próprio coração, porque ninguém te será 
mais fiel do que ele. (…) Não sejas insaciável de prazeres (…) 
quem sabe controlar-se vive muito tempo.” (Eclo 37,13 e 29-31)
- Bons conselhos, não há dúvida! E, em Eclo 37-38, fala-se do 
verdadeiro amigo, do cuidado a ter com os conselheiros, do 
autodomínio, dos médicos e da doença, do luto… Mais uma vez, 
teremos de perguntar: “Qual é realmente o objectivo desta nossa 
vida terrena? Viver muito tempo?” Parece fraco objectivo, numa 
perspectiva religiosa, em que se procura não o viver muito tempo na 
Terra, mas a vida eterna no céu! Enfim, seguir o coração, será bonito, 
romântico, belo, poético! Mas se o coração é emoção e se a emoção 
tem tanto de perdição quanto de vivências de indizíveis prazeres, não 
sei se, mesmo humanamente, nos devamos deixar sempre levar por 
essa máquina imparável que nunca pára de bater enquanto há vida…



1 comentário:

  1. Pensamento da semana:
    O Universo ou é finito ou infinito. Se é finito, onde e como se concebem os seus limites, ou o que há para lá do começo e para além do fim? Se é infinito, confundir-se-á com - ou será! - o próprio Deus, não precisando nós de admitir um Criador, tudo se criando e recriando num eterno retorno do mesmo ao mesmo através do diverso, pela dicotomia matéria/energia nele existente.

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