À procura da
VERDADE nos livros Sapienciais
Livro da
SABEDORIA – 6/6
- “São naturalmente insensatos os que ignoram a Deus
(…).
Acabam por considerar como deuses (…) o fogo ou o vento (…)
ou o
firmamento (…). Se ficam maravilhados com o poder (…)
dessas coisas, pensem
então quanto mais poderoso é Aquele
que as formou. (…) Infelizes também (…) os
que invocam
como deuses as obras de mãos humanas: coisas de ouro e prata,
(…)
figuras de animais ou uma pedra (...)” (Sb 13,1-10)
- Totalmente de acordo, caro autor “sagrado”! Isto
realmente
de adorar um bezerro de ouro ou um boneco pintado a quem
alguém se
lembrou de chamar “deus” é… patético para não
dizer estúpido! Mas o Homem não
precisa de referentes? Não
acredita melhor se vir com os próprios olhos, se
tocar com
as próprias mãos? Não fizeram os artífices, ao longo destes
dois/três
mil anos que tem a tua/nossa História - que são nada
em relação ao tempo
universal que a ciência nos deu a conhecer! -
imagens de tudo o que é sagrado,
desde o Deus-Pai, com
venerandas barbas brancas, ao Cristo sofredor na cruz ou
com o
seu ar majestático de toga longa, ao Espírito Santo que não
passou da
Branca Pomba… até às imagens de anjos e de santos
mas sobretudo da Virgem
Maria, interpretada por cada povo ao
seu modo e “paladar”, vestindo-a das mais
diversas formas, sendo
talvez a mais interessante a Nossa Senhora do Ó, com
aquele
ventre prenhe de Jesus Cristo, tão natural e tão… comoventemente
humano?… Porque é que o Deus verdadeiro não se manifesta
mais claramente ao
Homem para que este não necessite de se
agarrar a ídolos e assim dar resposta à
sua ansiedade de…
eternidade? Será que Ele alguma vez irá responder a tão
angustiante
pergunta?
- “É impossível escapar da tua mão. Os injustos
recusavam
reconhecer-Te e açoitaste-os com a força do teu braço (…)
(Sb
16,15-16)
- O autor compraz-se, mais uma vez, na invocação da
história
do povo hebreu, com Javé castigando os seus inimigos,
para gáudio dos
auto-proclamados “justos”…, relembrando as
pragas do Egipto e os milagres da
passagem do Mar Vermelho,
do fogo, da água, do maná do deserto… E delira
totalmente
referindo-se aos injustos: “(…) foram dispersos, mergulhados
em
horrível medo e aterrorizados por alucinações (…). Ao
redor deles, ribombavam
ruídos assustadores e apareciam-lhes
fantasmas tétricos de rostos sinistros
(…). Só lhes aparecia uma
chama que se acendia por si mesma, espalhando
terror.”
(Sb 17,3-4) Delirante! E ao povo hebreu chama “nação santa”
(Sb 17,2),
“os teus santos” (Sb 18,1). Que presunção! E,
continuando a evocar a história,
apesenta o mesmo Javé de
sempre: terrível e castigador: “(…) A tua Palavra
toda-poderosa
veio do alto do céu, do teu trono real, como guerreiro
implacável
e atirou-se sobre uma terra condenada ao extermínio.
Trazia como espada afiada
a tua ordem sem apelação. Parou e
encheu tudo de morte (…) Também os justos
foram atingidos
pela provação da morte. (…) Os mortos tinham caído aos montes
uns sobre os outros (…) (Sb 18,15-23)
- “De todos os modos engrandeceste e tornaste
glorioso o teu
povo. Nunca em nenhum lugar, deixaste de olhar por ele e de
o
socorrer.” (Sb 19,22)
- Este “teu povo” contém a antipática exclusividade
de um Deus
que se apouca ao ligar-se apenas a um povo… E que povo!… E
que Deus!
Como é possível continuar a escrever-se assim, falando
de Deus, apenas 50 anos
antes de Cristo!… Pois! Mas…
terminámos mais um livro! A grande novidade é -
como se disse
de início - a ideia de imortalidade e de incorruptibilidade do
justo. O autor quis encontrar uma solução para a tremenda injustiça
que é o
justo e o injusto terem exactamente o mesmo fim: o
pó e o esquecimento, como se
lamentaram Job e Coélet no
Eclesiastes. Pois não é de elementar justiça humana
ou divina que
as boas acções tenham recompensa e as más tenham castigo? E se
tal não acontece na Terra, não tem de acontecer num céu e num
inferno? Não tem
mesmo de existir o para-além do tempo
para os Homens? As perguntas são
totalmente pertinentes. A resposta…
fica-se pelo nosso imaginário que se quisera
real… Assim, nesta
leitura. Descobrimos a Verdade? - Não! Apenas afirmações gratuitas
sobre a imortalidade dos justos, pois… sem provas. Aliás, que
provas poderia o
autor apresentar? Só vindas de Deus! Só por real
inspiração divina! E,
infelizmente, tal como nos livros precedentes,
como vimos, de divino pouco ou
nada tem este livro da… Sabedoria!
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