À procura da
VERDADE nos livros Sapienciais
Livro da
SABEDORIA – 4/6
- “Escutai, reis (…), o vosso poder vem do Senhor
(…)”
(Sb 6,1-3)
- Quantos poderosos não se fundamentaram nesta
“inofensiva”
afirmação dita de inspiração divina, para dominarem povos
e
nações! Matarem, massacrarem, roubarem, violarem… tudo em
nome de Deus! Ora a
verdade é que o poder sempre veio das
armas e do dinheiro do mais forte. Haverá
na História uma única
prova em contrário? Mesmo o poder democrático de hoje -
bem
vistas as coisas - é tantas vezes tão pouco democrático!…
- “No entanto, (…) não julgastes com rectidão, não
observastes a
Lei nem procedestes conforme a vontade de Deus. Por isso, Ele
cairá sobre vós de modo (…) terrível (…). Os pequenos serão
perdoados com
misericórdia, mas os poderosos serão examinados
com rigor.” (Sb 6,4-6)
- Mais afirmações megalómanas mas gratuitas. Logo,
inúteis. Ou
então, ficamos pelo desejo. É que, aqui na Terra, a justiça é
muitas
vezes feroz para os fracos, escapando facilmente dela os
poderosos!
- “O princípio da sabedoria é o desejo autêntico de
instruir e desejar
instruir-se é já amá-la. Amá-la é observar as leis da
sabedoria (...).
A observância das leis é garantia de imortalidade. E a
imortalidade
faz com que a pessoa fique perto de Deus. Portanto o desejo da
sabedoria conduz ao reino.” (Sb 6,17-20)
- O “reino” é certamente o mesmo de Jesus Cristo, o
dos céus. Mas
é totalmente gratuita a firmação de que “A observância das leis é
garantia de imortalidade.” Aliás, o que são essas leis? O que é
realmente a
sabedoria?
- Diz o “nosso” comentador: “A sabedoria é o bom
senso que cresce
e se aprofunda (…) no exercício contínuo do discernimento
sobre
circunstâncias e situações (…) É o dom de Deus que forma no
Homem o bom
senso interior. Este permite perceber o sentido interno
de todas as coisas (…)
(Notas a 6,12-21 e 7,15-21, ibidem).
A sabedoria, aqui, será pura
personificação poética ou realidade
entre Deus e o mundo? Pessoa divina? (…)
Muitas das suas funções
ou atribuições vão transitar para Jesus ou para a acção
do Espírito
Santo.” (Notas a 4,20-5,23, ibidem)
- Também nós comungamos destas e de muitas outras dúvidas.
Que a
sabedoria seja o “bom senso” e que deste bom senso dependa a
imortalidade
no face a face com Deus, no reino… parece pura
fantasia! Enfim, é a perene
tentativa do Homem de ligar o humano
ao divino, sem jamais perceber plenamente
onde está a
VERDADE, onde está DEUS! E perguntamos, talvez repetindo-nos:
Porque é que Deus se esconde assim do Homem e não se manifesta
claramente?
Criando em nós o desejo de O conhecer, de ficarmos
eternamente com Ele, após a
morte, porquê deixa em todos os
humanos a dúvida de se realmente Ele existe ou
se não passa de
invenção das nossas mentes? Porquê? É frustrante!
Revoltantemente
frustrante! É que - e vamos repetir-nos! - toca o essencial, o
mais
importante das nossas vidas! Quem poderá entender - e aceitar! - este
esconder-se de Deus? Se a vida eterna - a que realmente conta, não
esqueçamos!
- se prepara com esta terrena, porque não sabemos
claramente se existe e como
se alcança? E assim, de frustração em
frustração, vamos descrendo da
eternidade, da sabedoria, do nosso
próprio desejo de sermos imortais, da…
existência de Deus! Será
que Jesus Cristo nos dará alguma resposta mais
convincente do que
todos estes livros do A.T. que - perdoem-me todos os anjos e
santos,
profetas e, sobretudo, perdoe-me Deus! - não passam de histórias
com
algum conteúdo de boa conduta moral e… social mas que não
passam de “palavras”
humanas?
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