segunda-feira, 18 de julho de 2016

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 106/?

À procura da VERDADE nos livros Sapienciais

Livro da SABEDORIA – 4/6


- “Escutai, reis (…), o vosso poder vem do Senhor (…)” 
(Sb 6,1-3)
- Quantos poderosos não se fundamentaram nesta “inofensiva” 
afirmação dita de inspiração divina, para dominarem povos 
e nações! Matarem, massacrarem, roubarem, violarem… tudo em 
nome de Deus! Ora a verdade é que o poder sempre veio das 
armas e do dinheiro do mais forte. Haverá na História uma única 
prova em contrário? Mesmo o poder democrático de hoje - bem 
vistas as coisas - é tantas vezes tão pouco democrático!…

- “No entanto, (…) não julgastes com rectidão, não observastes a 
Lei nem procedestes conforme a vontade de Deus. Por isso, Ele 
cairá sobre vós de modo (…) terrível (…). Os pequenos serão 
perdoados com misericórdia, mas os poderosos serão examinados 
com rigor.” (Sb 6,4-6)
- Mais afirmações megalómanas mas gratuitas. Logo, inúteis. Ou 
então, ficamos pelo desejo. É que, aqui na Terra, a justiça é 
muitas vezes feroz para os fracos, escapando facilmente dela os 
poderosos!

- “O princípio da sabedoria é o desejo autêntico de instruir e desejar 
instruir-se é já amá-la. Amá-la é observar as leis da sabedoria (...). 
A observância das leis é garantia de imortalidade. E a imortalidade 
faz com que a pessoa fique perto de Deus. Portanto o desejo da 
sabedoria conduz ao reino.” (Sb 6,17-20)
- O “reino” é certamente o mesmo de Jesus Cristo, o dos céus. Mas 
é totalmente gratuita a firmação de que “A observância das leis é 
garantia de imortalidade.” Aliás, o que são essas leis? O que é 
realmente a sabedoria?
- Diz o “nosso” comentador: “A sabedoria é o bom senso que cresce 
e se aprofunda (…) no exercício contínuo do discernimento sobre 
circunstâncias e situações (…) É o dom de Deus que forma no 
Homem o bom senso interior. Este permite perceber o sentido interno 
de todas as coisas (…) (Notas a 6,12-21 e 7,15-21, ibidem). 
A sabedoria, aqui, será pura personificação poética ou realidade 
entre Deus e o mundo? Pessoa divina? (…) Muitas das suas funções 
ou atribuições vão transitar para Jesus ou para a acção do Espírito 
Santo.” (Notas a 4,20-5,23, ibidem)

- Também nós comungamos destas e de muitas outras dúvidas. Que a 
sabedoria seja o “bom senso” e que deste bom senso dependa a 
imortalidade no face a face com Deus, no reino… parece pura 
fantasia! Enfim, é a perene tentativa do Homem de ligar o humano 
ao divino, sem jamais perceber plenamente onde está a 
VERDADE, onde está DEUS! E perguntamos, talvez repetindo-nos: 
Porque é que Deus se esconde assim do Homem e não se manifesta 
claramente? Criando em nós o desejo de O conhecer, de ficarmos 
eternamente com Ele, após a morte, porquê deixa em todos os 
humanos a dúvida de se realmente Ele existe ou se não passa de 
invenção das nossas mentes? Porquê? É frustrante! Revoltantemente 
frustrante! É que - e vamos repetir-nos! - toca o essencial, o mais 
importante das nossas vidas! Quem poderá entender - e aceitar! - este 
esconder-se de Deus? Se a vida eterna - a que realmente conta, não 
esqueçamos! - se prepara com esta terrena, porque não sabemos 
claramente se existe e como se alcança? E assim, de frustração em 
frustração, vamos descrendo da eternidade, da sabedoria, do nosso 
próprio desejo de sermos imortais, da… existência de Deus! Será 
que Jesus Cristo nos dará alguma resposta mais convincente do que 
todos estes livros do A.T. que - perdoem-me todos os anjos e santos, 
profetas e, sobretudo, perdoe-me Deus! - não passam de histórias 
com algum conteúdo de boa conduta moral e… social mas que não 
passam de “palavras” humanas?

Sem comentários:

Enviar um comentário