domingo, 10 de julho de 2016

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 104/?

À procura da VERDADE nos livros Sapienciais

Livro da SABEDORIA – 2/6


- “(…) Deus criou o Homem para ser incorruptível e fê-lo à 
imagem da sua própria natureza. Mas, pela inveja do diabo, 
entrou no mundo a morte que é experimentada por aqueles que 
lhe pertencem.” (Sb 2,23-24)
Que grande confusão! Que afirmações gratuitas! Não encontrou 
melhor explicação para a morte, senão a obra do diabo? Que 
credibilidade poderá ter este autor? Na verdade, se vimos de Deus 
e somos da sua própria natureza, então seremos parte dele e com 
Ele eternos, desde sempre e para sempre. É o que nós pensamos! 
Mas, feliz ou infelizmente, não com esta individualidade. Sim, na 
perpetuidade em que nos movemos como partículas, antes dispersas 
no Universo, agora reunidas no ser que somos, com este corpo 
e esta alma, depois, novamente partículas dispersas pelo Universo, 
fazendo parte de qualquer ser que delas deitar mão, na eterna 
renovação da Criação… Será esta a nossa eternidade! Pelo menos 
é o que nos diz a razão, embora a nossa alma fique desconsolada, 
pois quiséramos realmente ser eternos, mas com este corpo ou ao 
menos com esta alma, conhecendo todas as realidades que se nos 
escapam agora no tempo, por sermos tão limitados!…

- “As almas dos justos estão nas mãos de Deus e nenhum tormento os 
atingirá. (…) Os justos estavam a cumprir uma pena, mas esperavam 
a imortalidade. Por uma breve pena, receberão grandes benefícios (…) 
No dia do julgamento, eles resplandecerão (…) Eles governarão as 
nações, submeterão os povos (…), compreenderão a verdade (…), 
viverão junto de Deus no amor (…). (Sb 3,1-9)
- Quase repugnam tais afirmações! Então, ser justo é sofrer, 
esperando desse modo alcançar a imortalidade? E onde se funda o 
haver um julgamento? E, havendo-o, será justo receber muito por 
“uma breve pena”? E como é que os justos governarão as nações 
e submeterão os povos? Que verdade compreenderão? Como será 
isso de viver junto de Deus no amor? Tudo parece não passar de 
pura fantasia do autor! Suave imaginação, inspirada nos antigos 
escritos bíblicos… O expressar de um desejo… sem consistência de 
fundamento inteligível…

Diz aqui o “nosso” simpático comentador: “Sob influência grega, 
surge pela primeira vez na Bíblia, a palavra imortalidade. Esta, 
porém, está associada ao ideal israelita da justiça: os justos viverão 
para sempre, na glória com Deus; ao contrário, os injustos, pelo seu 
próprio procedimento, renunciam já à imortalidade. (…) Nesta 
perspectiva, a sobrevivência após a morte depende do modo como a 
pessoa vive nesta vida.” (ibidem)

- É, no mínimo, estranho tal comentário. É que não se percebe: Foi a 
influência grega ou foi Deus que inspirou a este autor a ideia de 
imortalidade? E porque foram necessários quase mil anos de Bíblia 
para que tal conceito aparecesse? É admissível um Deus, uma 
mensagem divina que dependa de conceitos criados por humanas 
civilizações?

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