À procura da
VERDADE nos livros Sapienciais
Livro da
SABEDORIA – 2/6
- “(…) Deus criou o Homem para ser incorruptível e
fê-lo à
imagem da sua própria natureza. Mas, pela inveja do diabo,
entrou no
mundo a morte que é experimentada por aqueles que
lhe pertencem.” (Sb 2,23-24)
Que grande confusão! Que afirmações gratuitas! Não
encontrou
melhor explicação para a morte, senão a obra do diabo? Que
credibilidade poderá ter este autor? Na verdade, se vimos de Deus
e somos da
sua própria natureza, então seremos parte dele e com
Ele eternos, desde sempre
e para sempre. É o que nós pensamos!
Mas, feliz ou infelizmente, não com esta
individualidade. Sim, na
perpetuidade em que nos movemos como partículas, antes
dispersas
no Universo, agora reunidas no ser que somos, com este corpo
e esta
alma, depois, novamente partículas dispersas pelo Universo,
fazendo parte de
qualquer ser que delas deitar mão, na eterna
renovação da Criação… Será esta a
nossa eternidade! Pelo menos
é o que nos diz a razão, embora a nossa alma fique
desconsolada,
pois quiséramos realmente ser eternos, mas com este corpo ou ao
menos com esta alma, conhecendo todas as realidades que se nos
escapam agora no
tempo, por sermos tão limitados!…
- “As almas dos justos estão nas mãos de Deus e
nenhum tormento os
atingirá. (…) Os justos estavam a cumprir uma pena, mas
esperavam
a imortalidade. Por uma breve pena, receberão grandes benefícios (…)
No dia do julgamento, eles resplandecerão (…) Eles governarão as
nações,
submeterão os povos (…), compreenderão a verdade (…),
viverão junto de Deus no
amor (…). (Sb 3,1-9)
- Quase repugnam tais afirmações! Então, ser justo é
sofrer,
esperando desse modo alcançar a imortalidade? E onde se funda o
haver
um julgamento? E, havendo-o, será justo receber muito por
“uma breve pena”? E
como é que os justos governarão as nações
e submeterão os povos? Que verdade
compreenderão? Como será
isso de viver junto de Deus no amor? Tudo parece não
passar de
pura fantasia do autor! Suave imaginação, inspirada nos antigos
escritos bíblicos… O expressar de um desejo… sem consistência de
fundamento
inteligível…
Diz aqui o “nosso” simpático comentador: “Sob
influência grega,
surge pela primeira vez na Bíblia, a palavra imortalidade. Esta,
porém, está
associada ao ideal israelita da justiça: os justos viverão
para sempre, na
glória com Deus; ao contrário, os injustos, pelo seu
próprio procedimento,
renunciam já à imortalidade. (…) Nesta
perspectiva, a sobrevivência após a
morte depende do modo como a
pessoa vive nesta vida.” (ibidem)
- É, no mínimo, estranho tal comentário. É que não
se percebe: Foi a
influência grega ou foi Deus que inspirou a este autor a
ideia de
imortalidade? E porque foram necessários quase mil anos de Bíblia
para
que tal conceito aparecesse? É admissível um Deus, uma
mensagem divina que
dependa de conceitos criados por humanas
civilizações?
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