À procura da VERDADE
nos LIVROS
SAPIENCIAIS e POÉTICOS
O livro de JOB 3/6
- E ainda outro amigo: “Acaso pretendes sondar o íntimo de Deus
ou
penetrar na perfeição do Todo-poderoso? Ela é mais alta do que o
céu. O que
podes tu fazer? (…) Se dirigires o teu coração para Deus,
(…) esquecerás as
tuas desgraças (…). A tua vida brilhará como o Sol
(…), terás tranquilidade e
esperança (…).” (Job 11,7-18)
Uma das muitas imagens de Job
- E Job de responder: “Quem é que não sabe tudo isso? Nas suas mãos,
Uma das muitas imagens de Job
- E Job de responder: “Quem é que não sabe tudo isso? Nas suas mãos,
está
a vida de todos os viventes. (…) Mas… engrandece as nações e
depois arruína-as
(…)” (Job 12,3-23). E insiste, com ousadia desmedida:
“(…) Eu quero acusar o
Todo-poderoso, desejo discutir com Deus. (…)
Agora eu vou falar (…). Vou
arriscar tudo, vou arriscar a minha própria
vida. Mesmo que Ele me queira
matar, não me importo (…). Quantas
são as minhas culpas e os meus pecados? (…)
Porque me escondes o
Teu rosto e me tratas como inimigo? Porque (…) persegues
uma palha
seca?” (Job 13,3-25) “Se os dias do Homem já estão contados, e Tu
sabes o número dos seus meses, (…) afasta dele o Teu olhar e deixa-o
em paz (…)
Para onde vai o Homem quando expira? Acaso voltará a viver
um Homem que já
tenha morrido?” (Job 14,5-14)
- A ideia de ressurreição aparecerá bem mais tarde, embora afirmada sem
qualquer credibilidade… Aqui, a angústia da eternidade desconhecida.
Angústia de Job, a nossa angústia! E perguntaríamos com ele:
“Acaso voltará a viver um Homem que já tenha morrido?” Em que
vida? Em
que eternidade, já que, no tempo, tal será de todo impossível?
- É! Aqui, está o cerne da questão, da nossa questão, porque é
exactamente
esta a VERDADE que vivamente procuramos! Acusar o Todo-poderoso
não
será certamente o nosso objectivo. Só se for invectivando-O por
criar em nós
tantas expectativas de eternidade e nenhuma certeza nos dar
de que não serão
completamente frustradas! Mas também poderíamos dizer
com o destemido Job:
“Mesmo que Ele nos queira matar, não nos
importamos!” Aliás, que temos, que
teríamos a perder, caro Job? E isto, sem
recorrer ao determinismo a que tu recorreste,
dizendo que Deus sabe
perfeitamente que os dias do Homem já estão contados
desde que nasceu do
ventre materno!…
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