À procura da VERDADE
nos LIVROS
SAPIENCIAIS e POÉTICOS
O livro de JOB 2/6
- “Job era o mais rico homem do Oriente. Era um homem íntegro e recto
que
temia a Deus e evitava o mal.” (Job 1,1-3) Mas Deus deixa-se “tentar”
por Satã
e concede-lhe: “Faz o que quiseres ao que ele possui (…).”
(Job 1,12) e ainda:
“Faz dele o que quiseres (…)” (Job 2,6) Então, Satã
exterminou-lhe a riqueza
(Job 1,13-19) e “feriu Job com feridas graves
desde a planta do pé até à
cabeça.” (Job 2,7)
- Este início do livro, coloca de imediato a questão do sofrimento. Como
“justifica” Deus o sofrimento do Homem? E, sobretudo, como justificar
o
sofrimento do justo? Eis as perguntas sobre as quais Job vai questionar
Deus,
com uma coragem difícil de acreditar em livros sagrados!
Aquela de Deus se
deixar “tentar” pelo diabo, mesmo simbolicamente,
em nada dignifica o mesmo
Deus, nem o autor que tal referiu.
- “(…) E amaldiçoou o dia do seu nascimento (…) Porque não morri
ao sair
do ventre da minha mãe (…)? Para quê dar luz a um infeliz e
vida a quem vai
viver na amargura?” (Job 3,1-26)
- Tenta um amigo consolar Job, encontrar uma explicação: “Quando é
que um
inocente pereceu (…)? (…) Os que cultivam injustiça e semeiam
miséria, são
esses que as colhem.” (Job 4,7-8) “Pode o Homem ter razão
diante de Deus?” (Job
4,17) “Em teu lugar, eu recorreria a Deus (…) É
Deus quem fere e cura a ferida
(…)” (Job 5,8 e 18)
- Realmente, que é o Homem - ser tão pequeno e tão efémero - perante
um Deus eterno e omnipotente? E que direito tem o Homem de reclamar
de Deus?
- “ Mas Job responde, confuso: “Se se pudesse pesar a minha aflição, (…)
a minha desgraça, seriam mais pesadas que a areia do mar! (…) Os
terrores de
Deus enfileiram-se contra mim. (…) Que Ele se digne
esmagar-me e (…) acabar
comigo. (…) Que forças me restam para aguentar?”
(Job 6,1-11) “Acaso existe
falsidade nos meus lábios?” (Job 6,30) “A noite
é muito longa e canso-me de me
voltar na cama até à aurora. (…) Antes a
morte que estas dores! Deixa-me, pois
os meus dias são apenas um sopro. (…)
Caso eu tenha pecado, o que foi que eu Te
fiz?” (Job 7,4-20)
- Outro amigo tenta animá-lo: “(…) Se suplicares ao Todo-poderoso e
te
conservares puro e recto, Ele cuidará de ti. (…) Deus não rejeita o
homem
íntegro nem faz aliança com malfeitores.” (Job 8,5 e 20)
- Job reconhece, mas ousa afirmar que Deus é tão arbitrário quanto
poderoso e justo: “Como pode um Homem ter razão diante de Deus?
Quem poderá
dizer-lhe: Que fazes? Mesmo que O
chamasse e Ele me
respondesse, não creio que me desse atenção. Pelo contrário:
esmagar-me-ia (…) e sem motivo, multiplicaria as minhas feridas. (…)
Mesmo que eu fosse inocente, a Sua boca condenar-me-ia. (…) Ele
extermina tanto o inocente como o justo.” (Job 9,2-22) E tão
desesperado está Job e tão injustiçado se sente que apela para um
árbitro entre ele e Deus!… “Se houvesse entre nós um árbitro, (…)
eu poderia falar sem medo (…)” (Job 9,33-35). É que
esmagar-me-ia (…) e sem motivo, multiplicaria as minhas feridas. (…)
Mesmo que eu fosse inocente, a Sua boca condenar-me-ia. (…) Ele
extermina tanto o inocente como o justo.” (Job 9,2-22) E tão
desesperado está Job e tão injustiçado se sente que apela para um
árbitro entre ele e Deus!… “Se houvesse entre nós um árbitro, (…)
eu poderia falar sem medo (…)” (Job 9,33-35). É que
Job traz do passado a carga do temor de Deus. Que libertação
conseguirá?
- E continua falando-suplicando-argumentando-barafustando com Deus: conseguirá?
“Não
me condenes! Diz-me o que tens contra mim! Será que Te divertes
em me oprimir?
(…) Agora voltas-Te contra mim para me aniquilar?
Concedeste-me vida e favor
(…) Porque me tiraste do ventre materno?
(Job 10,2-18)
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