terça-feira, 3 de novembro de 2015

Impressões breves de viagem



Pelo Sul da Ásia...
Macau – Parte antiga: muita poluição, pobreza manifesta nas coberturas das varandas, todas ferrugentas e vergadas pelas intempéries. Parte nova: faustosa, superando por vezes Las Vegas, casinos cheios: 100 milhões de dólares por dia, dos quais, 40 milhões para o governador e seu governo. Ex-libris: ruínas da igreja de S. Paulo. Turistas às centenas fotografando, fotografando-se.


Kuala Lumpur, capital Malásia – Ex-libris: as Torres Petronas, centro de negócios do petróleo. Arranha-céus crescendo como cogumelos. Uma poluição quase insuportável.


Malaca (Malásia) – Ruínas de uma igreja do tempo dos portugueses, dentro de uma fortificação destruída pelos holandeses que roubaram àqueles o controle do mar local. Poluição e muito calor.



Singapura (cidade-estado, sul Malásia) – Parte antiga: alguns templos hindus, pequenas mesquitas, poucas igrejas, China town. Menos limpa do que há anos atrás. Parte nova: arranha-céus, bancos (os novos “templos” ao deus dinheiro!), hotéis, centro financeiro de lavagem de dinheiro. Luxo por todo o lado. Pena de morte para traficantes de droga: excelente! De lamentar que não haja a mesma pena para os traficantes de dinheiro…

                                                      Super luxuoso hotel, o Bay Sands

Bali (Indonésia) – Ilha de cultura quase totalmente hindu, por oposição ao resto do país, colonizado culturalmente pelos muçulmanos. Águas quentes permitindo luxuosos resorts que dão emprego a milhares de ex-agricultores pobres.


À frente de cada habitação, mesmo a mais pobre, um requintado mini-templo. Imagens de divindades, às centenas. Ainda outros templos ocupando enormes áreas em zonas privilegiadas, na montanha ou à beira-mar. Culto doentio às imagens, aos pés das quais colocam diariamente oferendas, invocando a sua protecção para tudo: pode não haver dinheiro para comer, mas para os deuses nada pode faltar…


Fumo e fogo - Desmatação, por queima sistemática, nas ilhas de Sumatra e Bornéo (Indonésia). Razões de tal crime ambiental: plantação de palmeiras para a produção de óleo de palma. Durava tal queima havia vários meses. Impacto potenciando a poluição local: o fumo estendia-se por toda a Malásia indo até Macau: só vimos o Sol e as estrelas, quando chegámos a Bali. Uma vergonha para a humanidade, calada nos Media europeus e americanos.

CONCLUSÕES:
1 – Observa-se, naquelas paragens, um mundo totalmente em transformação, onde se acentua a disparidade entre a grande riqueza e a grande pobreza. Para quando um equilíbrio?
2 – A religião continua a ser o apanágio dos pobres. Os ricos para que é que a querem? Melhor: querem-na de vez em quando, em cerimónias oficiais, para continuarem a explorar os primeiros…
3 - O império dos negócios comanda o mundo, arruinando o habitat de todos nós, já não falando nos animais e na flora que os alimenta.

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