À procura da VERDADE
no Segundo
Livro dos MACABEUS – 1/3
- “(…) O Segundo Livro dos Macabeus (…) é uma narrativa paralela
a 1Mc
1-7.” (Introdução ao Segundo Livro dos Macabeus, ibidem).
Apesar disso, vamos…
ler!
- “Aos irmãos judeus que estão no Egipto (…)” (2Mc 1,1) - Parece
que o
povo judeu nunca teve realmente uma Terra Prometida, uma
Pátria e, qual
apátrida, sempre errou pelo mundo inteiro, como
hóspede de Pátrias
estrangeiras… Porque é que um povo tão devotado
ao Templo, à imolação de
sacrifícios, à oração ora de súplica ora de
louvor a Javé (pedindo ou
agradecendo vitórias sobre o inimigo) não
teria merecido melhor sorte?! Porque
não ouviu Javé a sua oração:
“Senhor, Senhor Deus, Criador de todas as coisas,
terrível, forte, justo.
Misericordioso, único rei, único bom, único generoso,
único justo,
Todo-poderoso e eterno, Tu que salvas Israel de todo o mal, Tu que
escolheste os nossos antepassados e os santificaste, aceita o sacrifício
em
favor de todo o teu povo Israel. Guarda e santifica a Tua herança.
Reúne os
nossos dispersos. Liberta os que são escravos no meio
das nações. Olha para os
que são marginalizados e desprezados. Assim,
as outras nações ficarão a saber
que Tu és o nosso Deus. Castiga
aqueles que nos oprimem, que nos humilham com
soberba. Planta o teu
povo no teu lugar santo, conforme disse Moisés.” (2Mc 1,24-29)?
- É! Javé não ouviu até hoje esta oração. Senão, outra teria sido a sorte
de
Israel, no passado e… no presente! Pois, afinal, onde está a tão apregoada
e
tão desejada e tão prometida “Terra Prometida”? Aquele pequeno território
de
Israel, contestado por todos os vizinhos e com poucas décadas de
independência?…
- “Vou falar sobre o que aconteceu a Judas Macabeu (…) Tudo isto é
contado por João de Cirene em cinco livros, mas nós tentaremos resumir
tudo num
só livro.” (2Mc 2,19-23)
- Pergunta inevitável: Porque não são bíblicos - e sagrados ou de
inspiração divina - os cinco livros de Cirene? Que o autor dominava a
técnica
do resumo é inquestionável! (2Mc 29-32) Mas “custou-lhe suores
e noites em
claro.” (2Mc 2,26)
- E… o maravilhoso acontece! Que veracidade histórica - ou apenas
veracidade! - nos merece o relato do aparecimento “do Senhor dos Espíritos
e do
Poder (…), o cavalo (…), o terrível cavaleiro (…), os dois jovens
extraordinariamente fortes, muito bonitos (…), fazendo desfalecer de pânico,
castigando
com coices, golpes e açoites (…)” os invasores do Templo?
(2Mc 3,24-27).
Constata-se a facilidade com que se mistura o fantástico
com o histórico. E
estamos no Iº século a.C. Será demasiado erróneo
deduzir que os Evangelhos,
escritos cerca de duzentos anos mais tarde
(final do Iº s. d.C.), também
misturam o histórico e o maravilhoso
sem averiguação exacta dos acontecimentos?
Fica a pergunta.
- Depois, são mais guerras, mais intrigas, mais traições!… (2Mc 4) Aqui,
nada de sagrado se vislumbra. Apenas um povo que, se não se defendesse,
em nome
de Deus ou não, seria literalmente arrasado pelos povos vizinhos!
- Impressiona também a riqueza do Templo.O templo de Jerusalém no séc. I a.C.
O Templo até servia de depósito
a riquezas de grandes senhores que ali as guardavam, como se de banco
actual se
tratasse ! (2Mc 3,6 e 22). Não admira que fosse alvo de cobiça por
parte dos
povos vizinhos tão dados a saques e mortandades e adorando outros
deuses. E,
mais uma vez, o saque do Templo é atribuído, simplistamente
(ou não?) à “ira do
Todo-poderoso, por causa do pecado dos habitantes
da cidade” e o seu restauro,
à nova reconciliação do Senhor com o seu povo.
(2Mc 5,17 e 20)
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