terça-feira, 17 de novembro de 2015

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - (77/?)


À procura da VERDADE 
nos LIVROS SAPIENCIAIS e POÉTICOS 

- Finalmente! Finalmente, eis-nos chegados - parece-nos! - a livros 
onde o dedo de Deus é… visível! “(…) Reflexões (...) sobre a 
busca do caminho da realização e da felicidade, (…) sentenças que 
ajudam a encontrar uma saída nas diversas situações encontradas pelo 
Homem. (…) O sentido da vida humana, a morte, a justiça, o mal, a 
natureza da sabedoria, (…) o amor humano, (…) orações que reflectem 
as mais diversas situações da vida (…)” - refere-se na Introdução. (ibidem)
- E ainda: “Estes livros apresentam a sabedoria e a espiritualidade 
de Israel. (…)” (ibidem) Nós perguntaríamos: São por isso de inspiração 
divina? – Obviamente, se são de Israel, não são de Deus…
- Eis os livros sapienciais e poéticos do AT: Job, Salmos, Cântico dos 
Cânticos, Provérbios, Eclesiastes, Sabedoria e Eclesiástico. Cada um 
mais belo e mais dramático do que o outro. Comecemos por Job.

Livro de JOB 1/6

- Diz-se na Introdução: “O povo de Israel concebia a relação com Deus 
através do dogma da retribuição: Deus retribui o bem com o bem, o mal 
com o mal. Ao justo, Deus concede saúde, prosperidade e felicidade; ao 
injusto, castiga-o com desgraças e sofrimentos. (…) Contra isso, o autor 
mostra que a religião verdadeira é mistério de fé e graça (…).”, ibidem) 
Mas, reconhecendo-se tal facto, porque se continuam a considerar livros 
sagrados, livros onde Deus se apresenta como retributivo? E porque o 
“outro lado” é a verdadeira religião? Está a verdadeira religião no 
sofrimento e na fé nesse sofrimento para alcançar a salvação? Não 
deveria, ao contrário, considerar-se deturpações de Deus ou da religião, 
como aliás faz Job ou o seu autor?
- Também se referem datas: “O livro provavelmente foi redigido na sua 
maior parte, durante o exílio, no séc. VI a.C. Como Job, o povo de 
Judá tinha perdido tudo: família, propriedades e a própria liberdade. Ora 
tudo isso era garantido por uma concepção teológica vigente até esse 
tempo. E aqui entra a pergunta crucial feita por Satã: É possível ter uma 
relação gratuita com Deus, despojada de qualquer interesse? Podemos 
dizer que todo o livro é uma busca para responder a esta questão.” (ibidem)
- O exílio era propício a estas meditações. E nós sentimo-nos um pouco 
na pele de Satã, ao questionarmos também toda esta Bíblia e estas 
“certezas-incertezas” teológicas que se apregoa de ter mas que não 
descortinamos. Por isso… vamos à descoberta! Lendo apenas comentários 
exegéticos, o apetite de devorar a história é imenso. Job aparece com 
uma força questionadora de Deus que espanta. Que VERDADE nos 
será revelada?

- “Era uma vez um homem chamado Job (…)” (Job 1,1) 
Bonito começo para linda história. Quase novela: da grande felicidade ao 
grande sofrimento e, de novo, a uma ainda maior felicidade! 

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