À procura da VERDADE no livro dos
JUÍZES – 5/5
- “Os israelitas tornaram a fazer o que Javé reprova. E Javé entregou-os
aos filisteus durante quarenta anos.” (Jz 13,1) A saga de ser Javé a
conduzir
os destinos de Israel continua. Mas se, historicamente, os
filisteus dominaram
os israelitas durante quarenta anos, porque dizer
que foi Javé que castigou
Israel? É a mesma não lógica pela qual
atribuímos a Deus uma doença que nos aparece
ou um acidente de que
somos vítimas, pensando que estamos a ser castigados
pelos nossos
pecados… E uma coisa são as doenças que o destino nos coloca no
caminho, outra, aquelas que contraímos por descuido ou incúria nossa.
Tal como
o acidente ser ou não da nossa responsabilidade.
Logicamente, mais um nonsense
bíblico.
- E, se não é Javé a intervir directamente, é o seu anjo! Desta vez,
em
missão anunciadora de mais um acontecimento milagroso: a do
nascimento de
Sansão de uma mulher estéril. (Jz 13)
Sansão e Dalila (no filme)
- Sansão! Que história mais estranha! “Consagrado a Deus desde o seio
Sansão e Dalila (no filme)
- Sansão! Que história mais estranha! “Consagrado a Deus desde o seio
de
sua mãe” (Jz 13,7), parece ter sido gerado para… matar! Que
destino, Santo
Javé! Que consagração a Deus! Instável quanto aos
amores, apaixona-se - amor à
primeira vista! - por uma filisteia - facto
inaceitável para o povo israelita -
mas Sansão casa com ela. Depois,
abandona-a. Querendo recuperá-la e não lho
permitindo o pai da rapariga
que já a havia dado a outro, serve o pretexto -
certamente pela mão
de Javé! - para matar uns quantos filisteus: “Caiu sobre
eles, fazendo um
massacre terrível.” (Jz 15,8) Isto é tudo tão estranho! Tudo tão
impróprio
de um livro dito sagrado e inspirado por Deus!
- Um dia, “Sansão foi a Gaza, viu ali uma prostituta e dormiu com ela.”
(Jz 16,1) “Depois disto tudo, Sansão apaixonou-se por Dalila”(Jz 16,4) que,
após três tentativas e muito o ter importunado, lhe arrancou o segredo da
sua
força: os longos cabelos que nunca haviam visto a navalha. Apanhado
pelos seus
inimigos, não morre sem levar consigo uns milhares de filisteus,
ao desviar as
colunas mestras do Templo onde todos estavam festejando a
sua humilhação! (Jz
16)
- É! Uma história longa, com intriga bastante, mas sem divindade nenhuma…
Ou, se quisermos, mais uma vez, serve Sansão de braço a Javé para…
matar
filisteus, inimigos de Israel!
- Entre o povo, imperava a cobiça, tal como sempre imperou ao longo da
História humana: “Vamos lutar contra eles pois vimos que a terra deles
é
excelente.” (Jz 18,9) Então, caríssimo Javé, este pecado é castigado pela
tua
ira ou sancionado em favor de Israel? Onde o Mandamento que deste
a Moisés:
“Não cobiçarás as coisas alheias.” (Ex 20,17)?
- O livro dos JUÍZES acaba… mal! É uma guerra civil entre israelitas:
todas as tribos contra uma, a tribo de Benjamim. Razões? - Uns ociosos
da tribo
de Benjamim abusaram, violentaram e mataram a concubina de
um levita que por
ali passava. Esta violência sobre uma pessoa arrasta para
a violência um povo
inteiro. Que história! Mas não é o que hoje se repete
por esse mundo fora em
pequena escala ou a nível mundial como a razão das
duas últimas grandes
guerras?
- Acaba o livro. Fica-nos a… frustração total! A frustração de
continuarmos
a falar de um Javé – tido por Deus único e verdadeiro, tanto pelos
israelitas
como pelos seus sucessores na religião: os cristãos – que tem tudo
de humano
e nada de divino!
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